Por Kacieny Monteiro e Clara Jares. Foto de Capa/Reprodução: Nossa UOL.
Quando se pensa em vestimenta indígena, é comum termos em mente um personagem caricato de cocar e penas, que o cinema e a TV representavam, ou nas fantasias de carnaval. Isso é apropriação cultural, quando roupas típicas ou representações caricatas de povos nativos por povos não indígenas é usada.
O indígena urbano nem sempre será visto pelas ruas com suas pinturas ou com trajes típicos, mas ainda assim, os indígenas da cidade trazem a sua ancestralidade ligada à moda de uma maneira contemporânea, sem perder de vista as suas raízes. A moda brasileira contém alguns nomes indígenas como sendo provedores de arte e cultura no ramo da alta costura e vestimenta.
Existem estilistas e modelos de origem indígena que representam nas passarelas, os povos nativos deste país.
E para celebrarmos às suas vivências e sobrevivência, segue uma seleção de alguns deles e seus feitos
Dandara Queiroz nasceu em Araçatuba, no estado de São Paulo (SP), mas se criou no Mato Grosso do Sul (MS). Modelo, 25 anos, descendente do povo Tupi Guarani, dona de uma beleza estonteante, Dandara exibe seus traços étnicos pelas passarelas do Brasil, sendo referência para muitos indígenas pelo país. Em 2022, desfilou na 6° edição do Brasil Eco Fashion Week (BEFW), para a coleção ManioQueen; usando um corante à base de mandioca, idealizado pela marca indígena-futurista ManiColor.
A modelo influencia pessoas em suas redes sociais e já disse fazer questão de estimular e incentivar a beleza que há em seus pares e ainda ressaltou que foi no mundo da moda que afirmou e encontrou sua ancestralidade e se conectou com pessoas de sua etnia.
Dandara teve sua primeira capa para a Vogue Brasil em janeiro de 2022 e, em junho do mesmo ano, posou para Elle View, além de ter desfilado na 54a edição da São Paulo Fashion Week.
Foto 1 reprodução: da página pessoal de Dandara no Instagram. Foto 2 : 6° edição BEFW, reprodução @Sioduhistudio.
A atual ministra dos Povos Indígenas no Brasil, além de dar cara à tapa defendendo povos nativos, Sônia Guajajara é rosto conhecido no mundo da moda. Em 2022, desfilou para a Marca NayaVioleta na São Paulo Fashion Week (SPFW), e também para a marca MonicaAnjos, na Casa De Criadores.
Em janeiro deste ano (2023), Sônia participou de uma matéria para a revista ELLE Brasil volume 10. A ministra também foi homenageada no Green Carpet Fashion Awards por sua luta e representatividade tanto sociais quanto na moda.
Fotos reprodução: Instagram da Sônia
Modelo, indígena da comunidade Aruans do estado do Pará (PA), aos 23 anos, Emilly já é uma das apostas nacionais nas passarelas. A modelo participou da 54a edição da São Paulo Fashion Week e colaborou com a Chartho, para a Vogue Brasil, vestindo um look inspirado na divindade indígena Jaci, Deusa da Lua.
Queridinha da Vogue, Emilly já fez capas em Brasil e Portugal, levando a beleza nativa brasileira para o mundo.
Fotos reprodução: Instagram da Emillynunes em colaboração com a Vogue.
Baiano de Jequié, com origens Karirir-Sapuyá e Pataxó, Noah Alef é conhecido internacionalmente. Desfilou na 54a edição da SPFW, se tornando o primeiro homem indígena a ser recordista de desfiles, totalizando 15 desfiles.
Lá colaborou com nomes como: a estilista We’e’e’na Tikuna, também de ascendência indígena. Noah Alef teve início na temporada de moda internacional para DSquared2 e Emporio Armani.
Fotos reprodução: Instagram do NoahAlef
De origem Tikuna Umariaçu, aldeia do estado do Amazonas (AM), We’e’e’na é estilista e artista nativa brasileira que vem ganhando notoriedade nas passarelas. Em 2019 lançou uma grife de roupas com estampas e tecidos que lembram as pinturas corporais de seu povo. Tikuna também exaltou seu povo na 54a edição da SPFW. Além do ramo da moda, We’e’e’na criou uma coleção de bonecos inspirados no povo Tikuna.
Fotos reprodução: Instagram da We’e’ena Tikuna
Estilista e dona da marca Nalimo, Day fundou o movimento de descolonização da moda. Molina tem sua origem na aldeia indígena Fulni-Ô, do estado de Pernambuco (PE). Sua marca tem por missão redirecionar o protagonismo e exaltar a cultura de seu povo, com modernidade sem perder a ancestralidade; além de ser ambientalmente engajada. Em 2022, Day foi convidada ao baile da Vogue e exibiu suas peças.
Fotos divulgação e reprodução: Instagram Dayana Molina
Originária do povo Munduruku, no estado de Amazonas (AM), Seanny é designer de moda, estilista e artista visual desde 2017, com sua marca de roupas e artes manuais em geral, chamada: Seanny Artes E Produções. Com seu ateliê artístico, Seanny projetou a I Mostra Intercultural De Moda Indígena, reunindo artistas, estilistas e modelos indígenas em Manaus. A moda encontrou na ancestralidade a inspiração para ser cada vez mais representativa sem perder a modernidade!
Fotos reprodução: Instagram da Seanny Oliveira















