A Arte Do Crochê: Da Nobreza Ao Popular

Legenda da imagem de capa: O Crochê é uma união de fios trançados com técnica e agulhas próprios. Divulgação/Reprodução: Pixabay.

Por Juliana Santos

De acordo com sites especializados, a palavra vem da junção do germânico “croc”, que significa gancho, e o francês crochet, que significa “agulha”. É a arte de tecer com uma agulha com gancho e algum fio contínuo para criar peças e objetos diversos. Esse trabalho esteve presente em diversas épocas e regiões do mundo e com o tempo as técnicas foram aperfeiçoadas e valorizadas.

Alguns historiadores apostam que o crochê existe desde a pré-história e foi desenvolvida no século 16. Há versão de que começou na Arábia e com o comércio marítimo no mediterrâneo chegou até a Espanha.

A partir de 1800, a arte ganhou espaço, por conta da francesa Riego de La Branchardiere, que desenhou padrões que podiam ser facilmente copiados e também publicou um livro para que as pessoas pudessem reproduzir seus desenhos. O crochê era uma atividade com baixo custo, e de certa forma era desvalorizado, já que as pessoas que o faziam eram pobres, com seus trabalhos alimentavam os figurinos e conseguiam recriar as rendas das roupas elegantes e caras da nobreza daquela época.

A prática do crochê foi fruto de muito preconceito pelo público masculino, já que é considerada uma arte delicada e exercitada por uma quantidade maior de mulheres. Porém desde tempos antigos, fazia parte de seu vestuário e universo, sendo utilizado na fabricação dos utensílios de caça e pesca.

O crochê ganhou o mundo quando a rainha Vitória, da Inglaterra, passou a comprar as peças e também aprendeu a fazê-las, elevando seu grau de elegância e importância.

Linhas e agulha de crochê. Divulgação/Reprodução: Pixabay.

Para a nobreza era um passatempo. Porém na Irlanda, durante a Grande Fome, a população vivia em condições precárias de vida e pouco trabalho, pois não se podia mais plantar devido à doença das batatas, nessa época milhares de pessoas morreram de fome. Nesse contexto homens, mulheres e crianças viram na arte do crochê um meio de sustentar a vida.

Curiosamente, a técnica era chamada de crochê irlandês, mas foi criada na Inglaterra. A artesã que criou, porém, era francesa e se inspirou nos crochês da Espanha.

Durante a pandemia o crochê ganhou destaque, já que além de um passatempo foi uma terapia antiestresse quando não se podia sair de casa, mesmo tendo passado esse momento ele é utilizado por ONGs em tratamentos complementares de depressão e ansiedade.

Na moda ele está sempre presente nas passarelas sendo tão versátil que embeleza todos os tipos de trajes desde calças, saias, blusas, até a moda praia além de sapatos, bolsas, decorações, brinquedos, enfim, dá para fazer de tudo com essa arte.

O crochê é uma atividade que beneficia a saúde, estimula a criatividade e ainda promove o empreendedorismo com uma possibilidade de fonte de renda. Em muitas cidades acontecem encontros de crocheteiras e admiradores dessa arte para comemorar esse dia especial.

Decoração de mesa feita com crochê. Divulgação/Reprodução: Pixabay.

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