Dia Mundial do Atletismo  

Por João Mesquita e Sandro Maia. Foto de capa, Créditos: Wagner Carmo/CBAt 

O dia 9 de outubro celebra a criação do Atletismo. O esporte é considerado mais antigo do mundo e foi criado para testar as habilidades atléticas básicas do cotidiano do ser humano como: corrida, salto e arremesso de peso, características tão naturais que fizeram o esporte também ser conhecido como esporte-base.  

A primeira competição esportiva da história que se tem conhecimento foi uma corrida de 200 metros que aconteceu no ano de 776 a.C., na primeira Olimpíada realizada, localizada na cidade de Olímpia, na Grécia. O vencedor, na ocasião, foi o cozinheiro Coroebus de Elis. Muitos especialistas dizem que o esporte serviu como pioneiro para o desenvolvimento de outras modalidades. 

Nos dias atuais, o atletismo é constituído por provas de pista (corrida), de campo (saltos e lançamentos), declato e heptaclo (que reúnem tanto provas de pista quanto de campo), a maratona de rua, corridas em campo, corridas em montanhas e marcha atlética. Ao todo, existem mais de 40 modalidades diferentes deste esporte, sendo apenas 28 considerados olímpicos. 

O esporte apresenta uma série de recordes mundiais, além de histórias de superação por parte dos competidores. Disputar uma modalidade além de requerer esforço físico, também exige uma resiliência mental forte para conseguir superar os obstáculos do torneio e da preparação que o antecede. 

Bolt após quebrar recorde mundial nos 100 metros. Divulgação: Michael Dalder.

Um dos astros históricos do atletismo é o corredor jamaicano Usain Bolt, que ganhou o título de “homem mais rápido do mundo” ao correr 100 metros em 9,6 segundos, elencado como o melhor tempo da história. Ele ainda estabeleceu o recorde da pista dos 200 metros com tempo de 19,19 segundos na mesma competição! 

A World Athletics, órgão que administra o atletismo no mundo, define o esporte como um meio mais amplo de ajudar os praticantes a lidar com os desafios da vida.  

Glory disputando corrida de obstáculos em Sidney. Reprodução: Making of Champs.

A atleta nigeriana Glory Alozie estava cotada para ganhar a prova de 100 metros nos Jogos Olímpicos de Sidney. Contudo, uma semana antes da abertura da competição, seu noivo morreu em um acidente de trânsito. Mesmo abalada com a perda, a atleta competiu e conciliou o luto com a prova e acabou ganhando a medalha de prata, mesmo lidando com a tragédia. 

Mo Farah nos jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Divulgação: Molly Darlington.

Outro exemplo de superação é Mo Farah, nascido na Somália, viveu sua infância no meio de uma guerra civil e se refugiou na Inglaterra em busca de melhores condições de vida. Embora o seu passado seja repleto de lembranças de morte e dificuldade, ele encontrou na corrida um lar que o fez conquistar 4 medalhas de ouro.  

No Brasil, o atletismo também apresenta uma vasta história com atletas vencedores. Um dos principais nomes é do paulista Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico de salto em 1952 e 1956. Ele quebrou cinco vezes o recorde mundial do salto triplo ao longo de sua carreira. Sua primeira medalha de ouro foi conquistada na Olimpíada de Helsinque, na Finlândia, e lá ele estabeleceu duas novas marcas mundiais: 16,12m e 16,22m. Foi nessa Olimpíada, que o atleta deu a primeira volta olímpica em um estádio. Disciplinado por causa do esporte, Adhemar também se formou em Direito, Educação Física, Relações Públicas e Artes.   

Nessa vasta lista de atletas bem-sucedidos no esporte, vale citar também Joaquim Cruz. Medalhista de ouro olímpico, em 1984, nos 800 metros, derrotando diretamente o então recordista mundial, o britânico Sebastian Coe, e estabelecendo o novo recorde da competição, com 1:43.00.  Cruz mora atualmente nos Estados Unidos, onde trabalha como treinador da equipe norte-americana paraolímpica de atletismo.      

Vale citar também, um dos heróis mais recentes do atletismo brasileiro, o paulista Thiago Bráz que foi medalha de ouro, nas Olímpiadas de 2016, no Brasil. Atual recordista olímpico e sul-americano da modalidade, é um dos nove atletas no mundo que saltaram acima dos seis metros de altura. Ele se tornou o primeiro campeão olímpico do atletismo masculino brasileiro desde Joaquim Cruz em Los Angeles, 1984.  Além disso, ele superou, em 2016, o francês Renaud Lavillenie nas Olimpíadas, o número um do ranking e recordista mundial da modalidade, e atual campeão olímpico, e que buscava o bicampeonato. 

A história do atletismo no mundo se prova como uma das mais ricas e antigas que o esporte apresenta. Por isso, sendo a base de muitas modalidades, o atletismo é e sempre será considerado por muitos o esporte mais icônico do mundo.

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