Barbie, um filme que contraria as nossas expectativas

Por Maya Coelho. 

Oi Barbie! Oi Ken! Um filme que a primeira vista pode parecer destinado ao público infantil, surpreende ao abordar temas mais amplos. Barbie, uma boneca criada em 1959 por Ruth Handler, teve sua inspiração ao observar sua filha Barbara brincando com suas bonecas imaginando vidas adultas. Ruth percebeu que naquele tempo não havia no mercado bonecas que refletisse a rica imaginação das brincadeiras de meninas. Dessa forma, surge a Barbie, primeiramente estereotipada com o corpo e feições perfeitas da década de 1950, estilo pin up. Margot Robbie representa essa Barbie. Apesar do estereótipo que inclui uma Barbie com cabelos loiros, olhos azuis, corpo magro padronizado, traços faciais finos etc. Margot nos surpreende com uma figura que traz consigo uma consciência social e uma perspectiva crítica em relação ao sistema que a criou.  

O filme se inicia em Barbielândia, uma utopia matriarcal perfeita. É um lugar de cores vibrantes, com dias ensolarados, praias e casas de bonecas. Todos os dias são de festas das meninas. Lá se encontra uma variedade de Barbies, médicas, advogadas, sereias e muitas outras. A política em Barbielândia é completamente liderada por Barbies, incluindo uma presidente. Por outro lado, os Kens têm pouca influência na esfera política e pouco se sabe sobre onde moram ou descansam. Com essa premissa, já podemos perceber o desdobramento do enredo do filme. 

O filme é uma mistura de fantasia e comédia. Ele trata, de maneira ampla, sobre como fortalecer a voz das mulheres em uma sociedade dominada pelo patriarcado. Com um toque de bom humor sagaz, o filme consegue expressar sua posição contrária ao sistema que permeia nossas vidas. E quando o assunto é o poder das mulheres, o “sexo frágil”, diversas pautas são levantadas como, a fraqueza, a inteligência questionada, o padrão de beleza, entre outros, e todos esses pontos são abordados. O filme, inclusive, se posiciona e faz uma crítica quanto à Mattel, criadora da Barbie, na qual o brinquedo era destinado a inspirar crianças por todo o mundo, mas acabou se transformando no símbolo de um padrão de beleza inatingível, causando problemas de autoestima ao longo de várias gerações.  

E quanto aos Kens? Conforme eu mencionei no início, os Kens não possuem uma voz ativa dentro da Barbiêlandia. O filme certamente provocou aqueles homens com mentalidade retrógrada, conservadora, misógina e, também, homofóbica ao retratar os Kens como personagens estúpidos movidos por um único desejo, o de entenderem sua própria existência, e digo mais, a mensagem fundamental ao Ken, quem traz é ela, a Barbie.   

Para quem ainda não assistiu, uma dica de um filme que traz uma mensagem fundamental para a realidade que vivemos.  

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