O live action do filme “A Pequena Sereia” consegue despertar o interesse do público infantil

Por Maya Coelho. Foto de capa, divulgação: Disney.

A Disney lançou em maio deste ano a versão live-action do filme “A Pequena Sereia”, que originalmente foi lançado em 1989, na animação de 89 está na direção John Musker e Ron Clements, e no roteiro Roger Allers e Ron Clements. 

O live action de “A Pequena Sereia” foi muito aguardado pela geração que assistiu à versão animada em 1989. Essa geração esperava se surpreender, assim como aconteceu na época, com o olhar inocente e encantado das crianças. 

Ao ler resenhas na internet, escutar opinião do público, pode-se dizer que o live action não atende à expectativa do público da época, mas também é possível dizer que encanta as crianças de hoje. O filme traz consigo alguns recortes idênticos da animação, recontando a história com apenas algumas mudanças para fazer mais sentido na nova versão e os tempos atuais.  

O filme tem basicamente o mesmo enredo do desenho animado. Ariel, a pequena sereia e caçula entre suas seis irmãs, é fascinada pelo mundo humano e o anseio por estar entre eles. Este anseio de pertencer ao mundo humano a leva a desafiar as ordens do rei dos mares, seu pai, que a proíbe de ter qualquer contato com os humanos. Ariel decide então fazer um acordo com a vilã Úrsula que nesta versão, é apresentada como irmã do rei. Essa escolha tem consequências no desenrolar da trama, explorando temas como amor, sacrifício e autenticidade. 

A trilha sonora, por outro lado, continua encantadora, assim como na versão original do filme. A voz impecável da atriz Halle Bailey, que interpreta Ariel, é de uma qualidade vocal inquestionável, soa muito bem aos ouvidos. Algumas músicas foram modificadas, enquanto outras são inéditas, trazendo a surpresa para o telespectador.  

Quanto ao príncipe Eric, interpretado por Jonah Hauer-King, e ao seu reino, eles recebem mais tempo de tela do que o filme original. Assim, como sua mãe e rainha, interpretada por Noma Dumezweni, que na trama original não existia. O príncipe tem mais falas e discorre mais sobre a vida do personagem, fazendo o público admirá-lo mais.  

Uma mudança que teve um impacto significativo no público foi a presença de atores negros no filme, incluindo a protagonista. Enquanto no desenho animado Ariel era ruiva e com cabelos lisos, na nova versão a atriz Halle vem com seus lindos e enormes dreads. O live-action apostou em alterações nos personagens, destacando as diferentes etnias das irmãs de Ariel, além de introduzir uma mãe para o príncipe, interpretada por uma rainha negra com traços de força e determinação. Essas mudanças contribuem para uma representação mais diversificada e inclusiva na narrativa, com certeza um dos pontos positivos do filme.  

A representação do fundo do mar deixou um pouco a desejar, especialmente nas cenas que ocorrem nas profundezas. Elas acabaram ficando muito escuras, o que pode ter sido uma escolha intencional do diretor. No entanto, essa decisão fez com que o espectador perdesse a oportunidade de apreciar toda a beleza e encanto que as profundezas do oceano transmitiam na animação original. Talvez, se houvesse mais cores nessas cenas, o filme teria capturado mais a atenção do público. 

 
Quanto aos animais, o Linguado perdeu um pouco da fofura que transmitia no filme original e parece ter sido um tanto esquecido. Sebastião pareceu mais jovial e com menos expressão, sendo as falas que o destacaram. Já o Sabichão ganhou mais notoriedade, aparecendo mais vezes ao lado de seu amigo Sebastião. 

De maneira geral, a Disney conseguiu criar um live-action que encantou o público-alvo infantil, embora não tenha sido tão marcante quanto a versão original na época. Certamente, proporcionou a uma nova geração de crianças a oportunidade de se identificar com Ariel, uma princesa curiosa e determinada a perseguir seus sonhos, com ou sem um príncipe, e de se encantar com a magia do mar.  

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