A IGUARIA NATALINA DO BRASIL

Por Juliana Santos. Foto de capa, Reprodulção: Pixabay – Jl produções.

O panetone chegou até nós graças aos milhões de Italianos que emigraram entre o final do século 19 e a primeira metade do século 20, atravessando o Atlântico em busca de oportunidades na América do Sul.  

Embora seja tão famoso, o panetone é uma receita de tradição coletiva e, portanto, não se pode determinar com precisão absoluta seu lugar e data de nascimento. Há muitas lendas passadas de geração em geração.  

Segundo a lenda mais famosa, mas que não tem nenhuma fundamentação comprovada, o inventor do panetone seria Toni, um ajudante de cozinheiro do duque de Milão, Ludovico Sforza, chamado “Il Moro”, no final do século 15. Conta-se que na véspera de Natal de 1495, Toni estava muito atarefado na cozinha enquanto a corte ceava.  

Muito cansado, ele cochilou e deixou queimar os biscoitos do forno que seriam o ápice do grande banquete. Com medo do chefe de cozinha e do patrão, ele decide, sacrificar a massa de fermento que havia guardado para o pão doce de Natal. Mistura farinha, ovos, açúcar, passas e frutas cristalizadas, até obter uma massa macia e muito fermentada, que assa e serve no banquete. 

O resultado é um sucesso retumbante e Ludovico Sforza decide chamar esse doce “pão Toni”, em homenagem ao seu criador. 

Outra lenda diz que o panetone foi criado por um padeiro chamado Toni, que trabalhava na padaria Della Grazia, em Milão, na mesma época (1452 – 1508).  O jovem padeiro, apaixonado pela filha do patrão, teria inventado o pão doce para impressionar o pai de sua amada. Os fregueses passaram a pedir o “Pani de Toni”, que evoluiu para o “panattón” (vocábulo milanês), e depois para “panettone” (italiano). 

Uma terceira lenda conta que a receita teria surgido como a salvação para um convento pobre, onde vivia a irmã Ughetta. Diante da escassez, a freira aproveitou tudo o que tinha para fazer um pão com uvas passas. Ao criar o panetone, ela teria resolvido também o problema do caixa: o pão doce, muito apreciado por todos, começou a ser vendido, rendendo boas cifras para o convento. 

Como podemos ver, a origem do panetone é recheada de curiosidades, além de ser uma das comidas mais apreciadas no mundo. Ele pode ser feito em casa.  

RECEITA DE PANETONE OU CHOCOTONE (crédito: Tudo Gostoso) 

Fermento 

45 g de fermento biológico fresco 

50 g de açúcar 

125 g de água morna 

150 g de trigo 

Massa 

100 g de manteiga 

80 g de açúcar 

4 gemas 

2 colheres de sopa de óleo 

1 colher de sopa de glicose 

40 ml de leite 

1 colher de sopa de licor curaçau 

1 pitada de sal 

Raspa de 1 laranja 

Raspa de 1 limão 

300 de farinha de trigo 

Recheio para panetone 

200 g de uvas passas 

200 g de frutas cristalizadas 

Recheio para chocotone 

280 g de gotas de chocolate 

Modo de preparo 

Fermento: 

Amasse com as costas de uma colher o fermento com o açúcar e um pouquinho da água, até dissolver bem. 

Acrescente aos poucos, alternadamente, a farinha e a água. 

Cubra a vasilha com filme plástico e deixe crescer, de preferência no sol (é bem mais rápido e cresce bastante) ou em cima do forno quente. 

Massa: 

Faça uma coroa com a farinha, ao redor coloque o açúcar e o sal. 

No centro coloque as gemas, o óleo, as raspas, a glicose, curaçau, manteiga e o fermento. 

Misture tudo com as mãos, no final, se necessário, coloque o leite aos poucos. 

Sove bastante a massa, muito bem, até que fique bem lisinha. 

Coloque em uma vasilha, cubra com papel filme e coloque para crescer, de preferência em lugar aquecido, como sol ou em cima do forno quente, até dobrar de volume. 

Após crescida, misture os ingredientes do recheio, frutas cristalizadas e passas para panetone ou gostas de chocolate para chocotone. 

Sove novamente, faça 2 bolas e coloque em 2 formas para panetone de 500 g. 

Pode também dividir a massa em 8 ou 10 partes e colocar em formas para panetone de 100 g (como os da foto). 

Deixe crescer por cerca de 30 a 60 minutos, em lugar aquecido. 

Leve para assar à 180º. 

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