Por Luiza Oliveira
Em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, a FACHA recebeu três símbolos do jornalismo brasileiro para um bate-papo com os alunos sobre suas carreiras. A palestra teve o intuito de homenagear esse grupo e lembrar que é um dia para honrar a força de vontade, disposição e o fato de quererem cumprir o papel social que as cabe dentro da sociedade, praticando a profissão que escolheram.
Em um debate sobre ser mulher e jornalista, as três palestrantes, formadas na FACHA, entraram em detalhes como é o dia a dia nos empregos que escolheram. Aline Pessanha, que ingressou na faculdade no auge de seus 30 anos, era de outra área. Após passar por algumas emissoras, como na afiliada da TV Globo no interior do Rio de Janeiro e na Band, hoje, se encontra como Assessora de Imprensa da Polícia Militar do Estado.
Aline conta que seu cargo demanda muito emocionalmente já que ela se encontra em um ambiente majoritariamente masculino, onde ela tem que se impor e mostrar que é uma profissional competente e igual para igual. A palestrante afirmou que “as mulheres precisam provar que elas não só estão ali, ocupando aquele espaço, mas sim que elas podem e devem estar ali.” Ela terminou seu discurso oferecendo uma dica aos jovens espectadores: “ousem, se permitam, não fiquem presos ao celular. Quem não é visto não é lembrado.”
A segunda palestrante, Bruna Dealtry, teve um início distinto. Atualmente repórter e comentarista na Livemode/CazéTV, Bruna contou que sempre soube que queria trabalhar com o esporte. Ex-atleta profissional de vôlei de praia, parou de jogar com 25 anos. Na época, a apresentadora já cursava faculdade e já escrevia para um blog próprio.
Após passagens pela Record TV e Esporte Interativo, Bruna decidiu que sua paixão era a televisão. Começou como produtora no EI onde coordenava um programa. Logo depois adquiriu experiência como repórter. Apesar das longas horas de trabalho e uma baixa remuneração, ela enxergou o estágio como uma grande oportunidade de aprendizado.
“Temos que aproveitar as oportunidades que aparecem. Desafios sempre aparecerão na nossa trajetória, principalmente como mulheres. Mas temos que nos impor”, reflete. E é exatamente sobre isso que fala a campanha #DeixaElaTrabalhar, criada por ela, após um momento difícil em sua carreira, quando sofreu assédios durante seu trabalho. Jornalistas mulheres se uniram e lançaram esse manifesto em defesa do trabalho de todas elas no âmbito esportivo.
Yasmin Bachour, âncora do Jornal do Rio, na Band TV, foi a última a se apresentar. Ela sempre soube que queria ser jornalista, mas também era muito tímida. Começou como estagiária na Folha Dirigida e escrevia para as editorias do Rio de Janeiro e Minas Gerais sobre concursos públicos. Passou por um momento de frustração quando não foi aceita no programa de estágios da TV Globo e após dois anos e meio de Folha, ingressou na Band TV, onde completa 11 anos em agosto,. Ao fechar seu discurso, Yasmin deixou a plateia com o seguinte pensamento: “todo os dias, por ser mulher, temos que provar nossa capacidade, e na maioria das vezes o mundo machista vai pensar em “Como será que ela conseguiu essa informação?” ou “O que será que ela teve que fazer para receber essa notícia?”.
O debate está disponível na íntegra no Canal da Facha no Youtube.















