Além da medalha: o elo entre felicidade e esportes 

Por Clara Avidago. Foto de capa/Divulgação: vídeo do Youtube.

O Dia Internacional da Felicidade, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2013, é celebrado no dia 20 de março. A ideia remete a 1972, quando o Rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, afirmou que se deve medir o progresso de um país não apenas pela quantidade que produz ou pelo dinheiro que gera. Ele chamou isso de Felicidade Nacional Bruta (FNB). 

A ONU mede e compara diferentes países no Relatório Mundial da Felicidade, baseando seu relatório no bem-estar social, econômico e ambiental. A organização também estabelece metas a serem alcançadas pelos países. A felicidade é um direito tão fundamental quanto componentes essenciais como paz, educação e saúde. 

Em momentos de incerteza e conflitos, o tema da data comemorativa em 2024, “Mais Felizes Juntos”, lembra que a felicidade duradoura vem do sentimento de conexão com os outros e de fazer parte de algo maior. 

Felicidade e esportes 

Os efeitos positivos do exercício são indiscutíveis. O corpo libera mais hormônios da felicidade, serotonina e dopamina, e reduz os níveis do cortisol, o hormônio do estresse. Em 2018, cientistas das Universidades de Yale e Oxford avaliaram os dados de 1,2 milhão de americanos e chegaram à conclusão de que o esporte torna as pessoas mais felizes do que o dinheiro. Portanto, não é surpreendente que haja uma conexão com a felicidade.  

O engajamento esportivo passivo também é significativo. Se você não se exercita, mas frequentemente assiste a eventos, lê notícias ou conversa com outros sobre esportes, isso está associado ao aumento da felicidade. 

As diferentes formas de participação esportiva oferecem diversas implicações para a análise dos esportes e felicidade. Entre essas diferentes perspectivas, o momento de comemoração emerge como um dos mais significativos em todas as suas facetas. Esse marco representa a conquista de objetivos após anos de esforço e dedicação, reconhecimento público e até mesmo uma explosão de emoções, fortalecendo a união entre equipes e inspirando outros atletas e espectadores. É difícil encontrar canais de conexão tão poderosos quanto os estádios lotados por torcidas apoiando times e jogadores favoritos ou os campos onde esportes são praticados por prazer e exercício.  

O poder do esporte como catalisador da unidade e felicidade é inegável. A seguir, foram destacados momentos de comemoração icônicos que trazem sorrisos de diferentes espectros esportivos:

1 – Nelson Mandela 

A simbologia de um aperto de mão. Foto/Divulgação: Ross Kinnaird/Getty Images.

O rugby desempenhou um papel significativo na unificação da África do Sul no período pós-apartheid, especialmente durante a Copa do Mundo de Rugby de 1995. Anteriormente associado à elite branca e ao regime segregacionista, o esporte se transformou em um símbolo de reconciliação racial e nacional sob a liderança de Nelson Mandela. O apoio público de Mandela à equipe nacional, os Springboks, e sua participação na final usando a camiseta da equipe majoritariamente branca ajudaram a superar divisões históricas e a unir o país em torno do rugby, demonstrando o poder do esporte como catalisador da unidade nacional e da reconciliação. 

2 – Usain Bolt

Usain Bolt faz sua comemoração icônica. Foto/Divulgação; David Guttenfelder / AP Photo.

Depois de correr os 100m em 9,69 segundos, não apenas para ganhar o ouro olímpico, mas também para estabelecer um novo recorde mundial e se tornar o Homem Mais Rápido de Todos os Tempos, Usain Bolt apresentou a todos a sua pose característica. Obviamente fazendo referência ao seu sobrenome, Bolt fez a pose do raio, na qual ele aponta com ambas as mãos, com os braços desalinhados, joelhos levemente flexionados e quadris virados. 

3 – Jogos PyeongChang 

entrada da delegação única formada por atletas e técnicos das Coreias do Sul e do Norte nos jogos de inverno. Foto/Divulgação: VCG.

Na cerimônia de abertura dos 23º Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang, Coreia do Sul, o poder do esporte é colocado em evidência novamente, quando atletas da Coreia do Norte e do Sul marcharam juntos. Os Jogos de PyeongChang marcam a terceira vez em que as duas Coreias desfilam sob a bandeira da “Unificação Coreana” na história das Olimpíadas. Foi também a primeira marcha conjunta dos dois países em uma cerimônia de abertura de uma competição internacional em 12 anos, devido aos tumultos e tensões entre os dois lados. 

4 – Mutaz Barshim e Gianmarco Tamberi 

Atletas do salto em altura masculino, dividem o primeiro lugar da disputa pela primeira vez. Foto/Divulgação: Patrick Smith/Getty Images.

Dois atletas olímpicos que empataram a marca na final do salto em altura em Tóquio e ambos levaram para casa uma medalha de ouro.  

“Ainda não consigo acreditar que aconteceu”, disse Tamberi, segundo a AP (Assiociated Press). “Compartilhar com um amigo é ainda mais bonito… Foi simplesmente mágico”. 

O catariano Mutaz Essa Barshim e o italiano Gianmarco Tamberi decidiram dividir a honra depois de três tentativas de desempate. Barshim perguntou a um oficial se era possível encerrar a competição em empate. O oficial disse que poderia ser e os dois atletas concordaram com a conclusão. 

  

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