A inflação do preço dos ovos de Páscoa

Legenda: Ovos de Páscoa sendo vendidos com parcelamento e fundo de garantia.
Foto de capa/Divulgação: Dayanne Sousa/Bloomberg

Por Davi Leiros.

No ano de 2024, o preço dos ovos de Páscoa deixou, novamente, uma grande parcela da população assustada com o aumento, algo que tem se tornado comum nos últimos anos. Para esse fato há uma explicação, trata-se da cotação internacional do cacau em 2023, que ultrapassou os anos anteriores, e nesse ano mais que dobrou, atingindo valores que mundialmente pareciam inimagináveis. 

A repórter de commodities, produtos primários fornecidos para as indústrias com foco na fabricação de produtos, Dayanne Souza publicou em sua rede social uma matéria de sua autoria e comentou “amantes do chocolate, o pior está por vir”. O comentário feito pela jornalista refere-se ao mercado internacional de açúcar e cacau, produtos que são extremamente dependentes das produções e exportações agrícolas brasileiras, mercado este que não estava sendo valorizado em nosso país e hoje começou a ser explorado como uma oportunidade de ouro para agricultores. A Europa e a América do Norte estão em uma crise gerada pela falta de matéria prima utilizada para produzir os chocolates, e tal problema reflete a inflação em solo brasileiro. 

A discussão sobre o alto valor dos ovos começou nas redes sociais, quando pessoas começaram a divulgar promoções locais inesperadas, como é o caso de um mercado em Ribeirão Preto, que pôs “ovos de Páscoa à venda em até dez vezes sem juros” ou estratégias de marketing envolvendo o saque-aniversario do FGTS que também são promovidas com o intuito de atrair os brasileiros para o consumo. Cada vez mais preocupa a questão do poder de compra do cidadão, pois um simples doce acaba sendo mais complicado e pode custar caro no fim do mês.  

A população brasileira busca maneiras de evitar o valor elevado dos ovos de Páscoa convencionais, como é o caso de Ana Clara Boaventura, empreendedora niteroiense de apenas 15 anos, que começou a fazer doces confeitados durante a pandemia e descobriu sua paixão, “eu fiz meu primeiro bolo sem saber o que era empreender e que poderia vender meus doces”. Hoje a jovem produz ovos recheados com diversos sabores e tamanhos, prática adotada por muitos confeiteiros nos últimos anos e que vem dando resultado como uma alternativa mais acessível e caseira para os consumidores. 

Deixe um comentário