Por Clara Jares. Foto de capa/Reprodução: FreePik 

Pistache, uma pequena semente verde, originária do Oriente Médio, conquistou paladares em todo o mundo não apenas por seu sabor único e textura crocante, mas também por seus inúmeros benefícios à saúde e potencial para impulsionar a economia agrícola. Nesta matéria, vai ser explicada a história da castanha, seus benefícios nutricionais, o panorama atual da indústria e os avanços e desafios no cultivo sustentável. 

Origens e Nutrição: 

Conhecido cientificamente como Pistacia Vera, o pistache é nativo da região montanhosa do Oriente Médio, especialmente do Irã, onde é cultivado há milênios. Suas primeiras árvores foram domesticadas cerca de 9.000 anos atrás na região. Desde então, seu cultivo se espalhou globalmente, com países como Estados Unidos, Turquia, Grécia e Síria se destacando na produção. 

Além de seu sabor especial, o pistache é uma potência nutricional. Rico em proteínas, fibras, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais, oferece uma série de benefícios para a saúde. É uma excelente fonte de antioxidantes, como a vitamina E, que ajudam a combater o estresse oxidativo e reduzir o risco de doenças crônicas, como problemas cardíacos e câncer. Além disso, este alimento é conhecido por ajudar a controlar os níveis de colesterol, melhorar a saúde ocular e promover a saúde do coração. 

Cultivo Sustentável e Desafios: 

Embora traga benefícios econômicos, o cultivo de pistache apresenta desafios em termos de sustentabilidade. O uso excessivo de água em áreas áridas pode levar à escassez de recursos hídricos, enquanto o uso indiscriminado de pesticidas pode prejudicar o meio ambiente e a saúde humana. Produtores estão adotando práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de técnicas de irrigação eficientes e o cultivo orgânico, para enfrentar estes desafios. 

Crescimento no mercado:

Nos últimos anos, o consumo de pistache tem crescido significativamente em todo o mundo, impulsionado pela conscientização sobre seus benefícios para a saúde e pelo interesse crescente em alimentos naturais e saudáveis. De acordo com a matéria da Forbes, A Vixtra, fintech de comércio exterior no Brasil, fez uma pesquisa que consta um aumento significativo das importações de pistache, atingindo US$8,8 milhões em 2023, um aumento de 97% em relação a 2022. 

O período de análise abrange os últimos 20 anos, começando em 2003, quando as importações de pistache do Brasil totalizaram 400 mil dólares. No entanto, em 2013, este número aumentou para US$7,3 milhões. Ele diminuiu nos anos seguintes, caindo para 2,8 milhões em 2021. 

Esse cenário continua evoluindo em 2022, com o pistache aparecendo como protagonista de diversas receitas, despertando a curiosidade dos brasileiros e gerando uma receita total de importação de US$4,5 milhões. Em 2023, a produção de oleaginosas do país atingiu o pico, com longas filas nas sorveterias para experimentar novos sabores, e um impressionante crescimento anual de 97% graças a 8,8 milhões de dólares. 

Pistache na Culinária: 

O fruto conquistou ainda mais a popularidade na culinária, sendo utilizado em uma variedade de pratos, desde doces e salgados. Em 2023, tornou-se uma verdadeira febre no Brasil, com destaque em ovos de Páscoa, chocolates e panetones. Chefs renomados, como Diego Lozano, em entrevista com a Pipeline, destacam o pistache como a nova sensação gastronômica, impulsionando ainda mais seu consumo. 

De acordo com Diego Lozano, confeiteiro eleito duas vezes o melhor chocolateiro do Brasil no World Chocolate Masters, ninguém sabe como começou a tendência dessa castanha. O pistache é a nova Nutella. Em 2023, a produção de doces com a semente verde que o chef vende em todos os meses na Levena, em Pinheiros, quintuplicou, com 2,5 mil peças vendidas apenas nos primeiros 15 dias de dezembro. 

O pistache continua sendo uma joia culinária e nutricional, desempenhando um papel importante na dieta global e na economia agrícola. Com seu sabor irresistível e uma infinidade de benefícios para a saúde, o fruto não é apenas um lanche saudável e com sabor, mas também um símbolo de tradição, inovação e sustentabilidade no mundo agrícola moderno.