Legenda: A historia e a cena do passinho. Foto de capa/Divulgação: Instituto Moreira Salles.

Por Daniel Caballero. 

O Passinho, considerado uma manifestação cultural periférica, ganhou notoriedade nos bailes do Rio de Janeiro nos anos 2000. Surgindo como uma expressão artística, ele foi popularizado principalmente pelo grupo “Imperadores da Dança”. Misturando elementos de dança contemporânea com movimentos ágeis e ritmos influenciados pelo funk carioca, a fusão que o Passinho apresenta foi além dos bailes. 

No dia 15 de março, um marco histórico foi alcançado para a cultura carioca: o Passinho foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, através de um projeto liderado pela deputada estadual Verônica Lima, do Partido dos Trabalhadores (PT), que reconhece não apenas a relevância artística, mas também a importância social e histórica dessa expressão única de movimento e música urbana.  

Em nota, a parlamentar afirmou que transformar o Passinho em Patrimônio Cultural Imaterial “é dar visibilidade a esse movimento cultural tão importante, além de colaborar na descriminalização do funk e das expressões artísticas dos jovens das comunidades, favelas e periferias, fortalecendo a nossa cultura popular”.   

Mais do que uma simples forma de entretenimento, o Passinho é uma expressão cultural autêntica que celebra a criatividade e a resistência do povo negro e periférico.  

Suas coreografias contagiantes não só conquistaram corações no Rio de Janeiro, mas cruzaram fronteiras, transformando-se em um fenômeno global, impactando celebridades como Beyoncé e Madonna, que introduziram o estilo de dança em suas performances. 

Apesar de sua crescente popularidade internacional, o Passinho enfrenta muitos desafios. A falta de reconhecimento na sociedade, que muitas vezes associam a dança às comunidades onde surgiu, colocam em risco a preservação dessa manifestação cultural.  

O reconhecimento do Passinho como Patrimônio Cultural Imaterial foi um passo crucial para sua valorização e preservação. Espera-se que essa atitude ajude a promover essa forma de expressão cultural.