Legenda: Violão. Foto de capa/Divulgação: Viorika.
Por Juliana Santos
O gênero foi criado no início do século XX pelo compositor Cornélio Pires. Ele levou para a cidade os elementos e costumes oriundos do interior, retratando a beleza simples e poética da vida no campo: a relação com a natureza, a simplicidade e a tranquilidade.
Nessa época era comum a atuação dos Bandeirantes nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Tocantins e Mato Grosso. Porém, alguns deles foram desistindo de seu trabalho e construindo suas moradias nos lugares onde paravam, formando as roças.
A imagem do antigo sertanejo era composta pelo homem que vivia nesses locais distantes da cidade, chamado de caipira, o nome deu origem a um subgênero do sertanejo: a música caipira ou sertanejo raiz.
As expressões “caipira” ou “sertanejo raiz” são utilizadas na execução composta e tocadas nas zonas rurais, a partir da antiga moda de viola. Com o tempo essas músicas eram ouvidas também em circos e em programas de rádio. Os caipiras, duplas ou solo, utilizavam esse e outros instrumentos típicos do Brasil. Foram seus expoentes as duplas Tonico e Tinoco, Léo Canhoto e Robertinho etc.
O gênero musical passou por várias etapas ao longo das gerações, conquistando ainda mais espaço no mercado.
Os estilos foram mudando e novas adaptações surgiram. Das influências de outros estilos como o rock, country e pop nasceu o sertanejo romântico e nos 2000 nasceu o sertanejo universitário, repercutidos nas universidades entre os jovens, e que é responsável pelo sucesso nacional e internacional desse gênero, mas a verdadeira essência do sertanejo segue presente.
De acordo com o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que administra os direitos autorais no Brasil, em 2020 do top 20 nacional, 14 músicas estavam relacionadas a esse gênero.
A música sertaneja tornou-se uma potência no Brasil. Grande número de cantores se consagraram no sertanejo é o caso das duplas Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó, Zezé de Camargo e Luciano, João Paulo e Daniel, Sérgio Reis e continuam aparecendo novos em busca do sucesso de seus predecessores.
As mulheres acharam espaço no meio predominantemente masculino e fazem sucesso de igual para igual. Algumas das duplas mais ouvidas atualmente são Henrique e Juliano, Matheus e Kauan, Israel e Rodolffo, Zé Neto e Cristiano, Guilherme e Benuto, Maiara e Maraisa, Hugo e Guilherme, Clayton e Romário, e não podemos esquecer-nos do fenômeno Ana Castela.

