Por Rorion Carvalho 

A família é o que se pode chamar de porto seguro de qualquer indivíduo. Geralmente associado a um lugar de conforto e aceitação, onde não se precisa deixar de ser quem é para receber amor e carinhos de entes próximos. Esse recorte tradicional também contrasta com a realidade das novas concepções de família e a quem se destina o papel de parentes. 

Comemorada anualmente em 15 de maio, o Dia Internacional da Família visa celebrar aqueles espaço de formação dos indivíduos. Mas conforme os anos passam e a sociedade evolui em muitos aspectos e conceitos, a própria definição sobre o que é família se transforma. Para os tradicionalistas, família é somente aquele espaço social formado majoritariamente por um pai, uma mãe, seus filhos e parentes. Mas em um mundo que anseia por aceitações e conquistas de direitos, vemos um número cada vez maior de novas famílias surgindo. Famílias alternativas que não obedecem a essa visão tradicional, muitas vezes ligadas e submetidas ao que a religião impõe, e não ao que o Estado entende que possa ser. 

Essa é uma discussão muito densa, que esbarra nas conquistas de direitos, mas que cabe dentro de uma análise da sociedade. Por exemplo, famílias formadas por pessoas do mesmo sexo e que adotam crianças em orfanatos para criarem são família? Numa perspectiva de lar, com certeza. Numa perspectiva religiosa, esbarramos em visões de mundo que podem impactar na vida e crescimento dessa criança. Mas a religião deve moldar o conceito de família? Seus animais de estimação são considerados membros de sua família?  

No dicionário o conceito de família define algumas visões, mas principalmente quando enxergamos que o ponto comum no significado está o “grupo de pessoas que partilha ou que já partilhou a mesma casa”, normalmente essas pessoas possuem relações entre si de “parentesco, ancestralidade ou de afetividade”. Prosseguindo ainda se encontra que são “pessoas cujas relações foram estabelecidas pelo casamento, filiação ou pelo processo de adoção”. E ainda se pode pensar no sentido figurado, que são “grupos de indivíduos ligados por hábitos, costumes comportamentos ou interesses oriundos de um mesmo local”. São inumas formas de se ter uma família. 

Partindo do pressuposto do linguajar das pessoas. Muito se vê em times de futebol, por exemplo, que para uma equipe dar certo, é necessário que eles sejam uma família unida. Justamente por unir laços afetivos de atletas com um bem comum. Um ciclo de amizade muito forte pode ser também considerado família. Na química, não entre pessoas, mas na matéria, família é a localização dos elementos que compõe as colunas, sendo reunidos pela semelhança de suas propriedades. Na biologia, diz respeito a categorização científicas dos organizamos vegetais, animais ou minerais, composta por inúmeros gêneros que compartilham características semelhantes. 

Podemos considerar todas as famílias existentes no dia 15 de maio, o Dia Internacional da família. Data que serve para celebrar das mais diversas formas humanas de amor entre indivíduos. Aqueles que escolhem viver juntos, independentemente de como é feita sua formação. Porque nesses núcleos, o mais importante é o amor e o companheirismo presente entre os integrantes. Não há jeito correto ou padrão de família. O que há e deve prevalecer é sempre o quanto aqueles membros se sentem felizes e confortáveis por estarem em comunhão com semelhantes. Viva a família e o amor em suas mais diversas formas!