Por Bernardo Magno
- Unidos do Viradouro

A atual campeã deseja que o título continue no bairro do Barretos. Após o título com o ”Arroboboi, Dangbé’, a vermelha e branca de Niterói apresenta o enredo ”Malunguinho, o mensageiro de três mundo’’, desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. O enredo contará a estória de João Batista, o último líder do quilombo do Cacutá, localizado em Pernambuco. O líder sofria perseguições da Coroa Portuguesa e durante uma fuga se abrigou na mata, sendo acolhido pelos indígenas, e aprendeu o poder das ervas. Desta forma, o homem recebeu o nome de Malunguinho, o mensageiro da Jurema, da mata e da encruzilhada, tornando-se uma entidade afro-indígena.
- Imperatriz Leopoldinense

Após o título escapar por sete décimos, “Com a sorte virado para a lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, a Rainha de Ramos, como é conhecida, em mais um ano com Leandro Viera, trará para a avenida o enredo “Ómi Tútu ao Alafon – Água fresca para o senhor de Ifón”, que narra a ida de Oxalá, o orixá da criação, segundo as religiões de matrizes africanas, ao Reino de Oyó, com a intenção de visitar Xangô.
- Acadêmicos do Grande Rio

A tricolor de Caxias apresentou seu tema antes mesmo do desfile de 2024. Desenvolvido pela dupla jovem de carnavalescos, Gabriel Haddad e Leonardo Bora, levarão o enredo ‘’ “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós” abordando as Águas Paraenses a partir da cultura do estado mais populoso do nosso País com o tambor de mina, o Carimbó, Pajelança e Encantarias do Pará.
O Fio condutor do enredo será a canção quatro cantos da cantora e compositora Paraense Dona Onete, uma das maiores propulsoras da cultura de seu estado.
- Acadêmicos do Salgueiro

A vermelha e branca da Tijuca tenta colocar um fim na atual maior seca de títulos dentre as escolas do grupo especial, para isso a escola contratou o carnavalesco, atual bicampeão de São Paulo, Jorge Silveira que desenvolverá o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado” que explorará a relação humana com a busca pela proteção espiritual.
- Portela

A águia altaneira de Madureira, que vive em alta após o desfile de 2024 sobre o livro ”um defeito de cor”, da escritora brasileira Ana Maria Gonçalves, virá novamente com enredo exaltando a negritude com “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol”, sobre a vida do cantor Milton Nascimento, (o Bituca), sob a batuta dos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues.
- Unidos de Vila Isabel

O povo de Noel foi o último a saber o enredo da sua escola, o carnavalesco Paulo Barros desenvolverá o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!”, focando nas assombrações e como elas fazem parte natural da vida do ser humano, da infância até a vida adulta. No último carnaval, a azul e branca da zona norte levou a reedição do enredo de 1993 “Gbalá: viagem no reino da criação” com um dos melhores desfiles reeditados do carnaval carioca.
- Estação Primeira de Mangueira

Para 2025, a verde e rosa trouxe o carnavalesco Sidnei França, atual carnavalesco da escola paulistana Vai-Vai, que irá desenvolver o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”, que contará o olhar do povo bantu na Cidade Maravilhosa. Os bantus são um conjunto de povos que habitavam o atual território da Angola, Congo, Gabão e Cabinda, dos quais são a maioria dos negros escravizados que chegaram no Cais do Valongo, na Pequena África, e por isso a ligação desse povo com a cultura carioca.
- Beija Flor de Nilópolis

A maior campeã desde que os desfiles passaram para a de Marquês de Sapucaí foi a primeira a anunciar seu enredo. Desenvolvido pelo artista João Vítor Araújo, a deusa da passarela, como é conhecida, terá como título do enredo ‘’Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Deuses’’ um dos maiores Nilopolitanos que existiu, o ex diretor de carnaval e carnavalesco da escola, Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, ou simplesmente Laíla, morto pela covid-19, esteve presente na função de diretor e carnavalesco em 13 dos 14 títulos da escola
Com mais de 50 anos de carnaval, Laíla é um dos grandes nomes da história dos desfiles. Era conhecido pela disciplina que comandava a harmonia das escolas por onde passou.
- Paraíso do Tuiuti

“Quem tem medo de Xica Manicongo?” é o título do enredo desenvolvido por Jack Vasconcellos, carnavalesco da azul e amarelo de São Cristóvão. Vai levar para a avenida a vida de Xica Manicongo, a primeira pessoa travesti do Brasil. Xica foi sequestrada do atual Território do Congo, sendo escravizada, trabalhando explorada como sapateira. Seu nome vem de seu nome morto, Francisco, e Manicongo significa rainha do Congo, Xica se recusava a usar vestimentas “masculinas” e foi duramente perseguida pela Coroa Portuguesa. Por isso foi condenada a ser queimada em praça pública.
- Mocidade Independente de Padre Miguel

Após o maior hit do carnaval 2024, o caju, a escola aposta na volta de uma dupla de sucesso e grande consagração no carnaval, Márcia e Renato Lage, que desenvolverão o enredo “Voltando ao futuro – não há limites para sonhar”, uma linha temática que a comunidade independente conhece bem pois lembra bastante o seu campeonato de 1985, com “Ziriguidum 2001, carnaval no espaço”, só que a diferença é que agora a escola vai questionar sobre as ações humanas pelo futuro.
- Unidos da Tijuca

A azul e amarela do Borel irá levar para avenida o enredo “Logunedé – Santo Menino que velho respeita” sobre o orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxóssi e de Oxum, orixás das matas e das águas doces. Edson Pereira decidiu esse enredo pois já é um pedido antigo da comunidade tijucana, pelo motivo que as cores que representam Logunedé são o amarelo-ouro e o azul-pavão, as cores da Unidos da Tijuca. Após o fracasso de 2023, exaltando Portugal, a Tijuca tenta reviver seus tempos de glórias do início da década passada.
- Unidos de Padre Miguel

A escola, que se tornou o xodó dos sambistas, enfim conseguiu o título da série ouro em 2024, após sete carnavais bem apresentados e batendo na trave. O troféu foi para a Vila Vintém com o enredo “O redentor do sertão”, sobre a história de Padre Cícero, com um trecho do samba:
“Meu Boi Vermelho, o milagreiro vem
Traz o milagre pra Vila Vintém
De toda maneira, na quarta-feira
Que os anjos digam amém’’
Agora que o milagre veio, a parte difícil é se manter no grupo especial e para isso a escola trouxe o enredo “Egbé Iya Nassô”, contando a trajetória da africana Iya Nassô e do terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, sendo o mais antigo em funcionamento desde a metade do século XIX e o primeiro monumento negro tombado pelo IPHAN em 1984.
