Foto Capa: Foto 1 (reprodução/instagram/@pratosdobrasil_); Foto 2 (reprodução/Instagram/@pod.ler); Foto 3 (reprodução/instagram/@arenabrasileirão); Foto 4 (reprodução/instagram/@fachaarteecultura); Foto 5 (reprodução/instagram/@insideinrio); Foto 6 (reprodução/instagram/@papourubucrf); Foto 7 (reprodução/instagram/@ofcmulheresemcampo); Foto 8 (créditos: Karine Lino); Foto 9 (créditos: Ana Karen)
Por Arthur Líbero
Não é novidade que a Facha está sempre de olho nas mudanças do mercado da comunicação. Pensando nisso, a nova grade curricular para os alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda conta com uma disciplina chamada de “Laboratório de Redação”, na qual os alunos tomam contato com a escrita em diferentes formatos, como em sites ou nas redes sociais.
Os que fazem a matéria no turno da manhã, tiveram a oportunidade de montar um grupo e criar um projeto real na aula da professora Thereza Vianna a partir de temas escolhidos pelos próprios estudantes. Futebol, música, questões sociais e até mesmo a própria mídia foram algumas das áreas escolhidas para serem exploradas através da criação de um Instagram que falasse sobre o assunto, com o objetivo de trazer informação para o público através do trabalho de pesquisa e apuração.
A professora Thereza conta como a ideia surgiu, “inicialmente, estava prevista no projeto da disciplina a confecção de um site criado pela turma, em que cada grupo elaboraria a sua página de contos e traduções semióticas desses contos. Como conseguimos concluir o projeto ainda na primeira etapa, alguns alunos sugeriram que criássemos contas no Instagram, uma para cada grupo. O tema de cada conta ficaria a critério dos alunos, atendendo, entretanto, a exigência de que os temas permitissem a pesquisa jornalística, com vistas à informação ou criassem campanhas de esclarecimento dos temas para a sociedade. Também foi combinado que os posts deveriam ter textos bem elaborados”.
Confira algumas das contas que foram criadas com o projeto.
1- @papourubucrf
Dedicado a falar especialmente do Clube de Regatas do Flamengo, o “Papo Urubu” foi desenvolvido pelos alunos Davi Dias, Rafael Maroja, João Vitor Machado, Lucas Silva e Yasmin Faber. Todos cursam o 1o período de Jornalismo na Facha.
Nas postagens é possível encontrar histórias marcantes do clube como seus principais títulos, jogadores e até torcedores. Tudo isso acompanhado de um design que contém um urubu, mascote do Flamengo, com o escudo do time no meio.

O aluno Davi Dias explicou como o design possui papel fundamental para alcançar o público-alvo desejado, “pretendemos atingir todos os tipos de torcedores do Flamengo, do mais jovem ao mais experiente, por isso utilizamos uma grande quantidade de conteúdo visual e fontes fáceis de ler”.
Davi também cita a parceria que fez com outro grupo, os criadores do @papodeguerreiross, perfil dedicado ao Fluminense, “o projeto era fazer uma página nas redes sociais, com o objetivo de exercitar o texto jornalístico. Eu e meu grupo formamos uma página que falava do Flamengo, já que todos os integrantes eram torcedores e outro grupo criou um do Fluminense, com a ideia de fazermos collabs nas redes sociais”.
2- @papodeguerreiross
O grupo ao qual Davi se referia era o “Papo de Guerreiros”, criado com o mesmo intuito, mas feito por alunos que tem paixão por um outro time, o Fluminense. Esse é o caso de Antonio Pedra, Enzo Freitas, Mateus Menezes, Matheus Chilelli e Pedro Suzuki, que também estudam jornalismo no 1o período e criaram a conta.

O estudante Mateus Menezes lembrou que todos os integrantes do projeto são tricolores e que a paixão pelo time resultou na ideia do tema, “nossa relação com o Fluminense é muito forte, dos 5 participantes, 3 são fanáticos pelo clube e vão constantemente aos jogos”.
Ele ainda ressalta para os que compartilham a mesma paixão pelo time poderem ficar ligados na rede social, “a gente tem o objetivo de informar a torcida do Fluminense e ser mais uma voz do clube. O público-alvo seria, principalmente, a torcida do Fluminense, mas estamos de braços abertos para todos os fãs de futebol, lógico”.
Para os que já acompanham a saga dos “guerreiros”, Mateus garante novidades. “Para o trabalho, fizemos posts de curiosidades e notícias do Fluminense, mas estamos pensando em manter o Instagram e dar uma mudada, não sabemos ainda, acho que vamos transformar a conta em um podcast para fazer análise dos jogos do Flu. Mas vamos continuar com curiosidades e notícias com certeza”, diz ele.
3- @ofcmulheresemcampo
E as mulheres também entraram em campo no Laboratório de Redação com um projeto falando sobre o futebol feminino e mostrando que as mulheres também fazem parte do esporte que representa o Brasil no mundo inteiro. Os alunos Esther Verta, Anna Luiza Alves, Luiz Muniz, Breno Campos e Bruna Santos são os idealizadores do projeto “Mulheres em Campo”, e montaram um Instagram para falar exclusivamente sobre a modalidade, trazendo informações, notícias e curiosidades sobre o esporte.

(Foto 3: reprodução/Instagram/@ofcmulheresemcampo)
Bruna, que cursa o primeiro período de Jornalismo, contou sobre a ideia de trazer o futebol feminino à frente do trabalho. “Na nossa turma muitas pessoas estão envolvidas no esporte e é um tema que gera bastante interesse e engajamento, principalmente o futebol. Quando separamos nosso grupo, percebemos que os temas escolhidos nos outros grupos por nossos amigos foram exatamente esse: futebol. Foram dois trabalhos sobre clubes de futebol cariocas, Flamengo e Fluminense, e ficamos sem uma alternativa visível sobre o que abordar em torno do mesmo tema”, disse ela. “Tivemos a ideia, então, de falar do futebol feminino, já que o grupo era majoritariamente feminino. Pensamos em dar voz a atividade que quase não aparece nas conversas ou debates quando o assunto é esporte”, concluiu.
Ela ainda falou sobre a importância de se desconstruir uma linha de pensamento que coloca as mulheres fora do esporte, acreditando que o trabalho tem o seu papel nisso, “acreditamos que o futebol feminino precisa de mais visibilidade, não só em relação ao direito da mulher de jogar profissionalmente, mas, também, da relevância que o esporte tem em nossa sociedade. Mesmo tendo times profissionais e seleções que disputam campeonatos importantes, as mulheres ainda não recebem a mesma atenção. É como se fosse apenas um hobby e que não devesse ser levado a sério, porque nós mulheres ‘nunca chegaríamos ao mesmo nível de desempenho físico que os homens’. O objetivo da conta é desconstruir essa ideia e apresentar tópicos mais importantes dentro do tema”.
Bruna ainda destacou a importância do projeto para o processo acadêmico do grupo, “esse trabalho contribuiu para nossa primeira experiência em pesquisa de matérias e criação de textos informativos mais elaborados. Além do que os participantes do grupo saíram da sua zona de conhecimento em busca de assuntos que são pouco abordados, o que proporciona uma experiência mais construtiva”.
4- @pontov
E falando nelas, o grupo formado por Karine Lino, Izadora Marchi, Sabrina Fassini, Eliza Lucas e Nicolas Berenger, criou uma conta para falar sobre sexualidade feminina, espantando os tabus e criando um ambiente no qual as mulheres são acolhidas com postagens descontraídas e relevantes sobre assuntos que envolvem saúde e autocuidado, desconstruindo qualquer tipo de preconceito que possa surgir com o tema.

Para Karine Lino, as postagens informativas podem ajudar as mulheres a normalizarem alguns assuntos, “o ponto inicial foi a provocação da professora Thereza de criarmos um Instagram relevante e informativo. A partir disso, optamos por seguir o tema da sexualidade feminina, pois é um assunto cercado de tabus. Nossa convicção era criar conteúdo importante e acessível. Além disso, uma das nossas iniciativas foi adotar uma comunicação descontraída e humorística, utilizando diversos recursos em nossas postagens para normalizar temas considerados tabus”.
E ela reafirma a função social do projeto, “a PONTO V nasceu com a missão de fornecer informações claras, promover o autoconhecimento e encorajar conversas saudáveis e criar um ambiente de acolhimento. Queremos empoderar as mulheres com informações de qualidade, trazendo conhecimento sobre saúde íntima. Nosso objetivo é enriquecer o entendimento das mulheres sobre si mesmas, seus corpos e seus direitos, oferecendo suporte para diálogos e tomadas de decisões informadas”, e garante que pretende continuar com a ideia, “estamos projetando dar continuidade aos conteúdos com o objetivo de gerar um impacto positivo e deixar um legado deste momento em nossas vidas”.
Além do papel social, Karine ressalta a importância acadêmica que o projeto teve, tendo contato, pela primeira vez, com os desafios de uma linguagem voltada para as mídias digitais. “Tivemos que realizar muitas pesquisas para garantir a precisão do conteúdo que iríamos disponibilizar, consultando um médico ginecologista, livros e fontes confiáveis na internet. Desenvolvemos uma linguagem acessível para todas as publicações, substituindo termos técnicos de difícil compreensão. Outro ponto importante é que trabalhamos em equipe para construir a identidade visual da nossa conta no Instagram, criando uma uniformidade estética e analisando o conteúdo uns dos outros para garantir sua integridade. Além de tudo isso, foi preciso gerenciar nosso tempo para entregar o que foi solicitado dentro do prazo. Todas essas habilidades desenvolvidas são essenciais para qualquer disciplina que estudarmos no futuro”, diz ela.
5- @acentraldopodcast
Visando trazer para o conhecimento do público o mais novo tipo de mídia usado pela nova geração da internet, a Central do Podcast foi criada como uma forma de informar os seguidores da página @acentraldopodcast a respeito dos programas mais famosos em todas as plataformas de áudio.
O projeto foi criado pelos alunos Igor Serrano, Ana Karen, Juliana dos Santos, Nayara Vanessa, Cézar Vinicius e Gabriel Couy, e eles divulgam na conta os principais podcasts que existem na internet, falando brevemente sobre cada um deles.

Igor Serrano explicou como o grupo se organizou para montar as postagens, “pensamos em falar nos podcasts porque é uma novidade há algum tempo, principalmente para as gerações mais novas que não acompanharam a substituição do rádio para o streaming e do streaming para o podcast. Então fizemos um formato onde uma pessoa do grupo fazer três postagens falando sobre o surgimento dos podcasts, como fazer um e quais são os países que mais o consomem. Já cada um dos outros integrantes fizeram três postagens indicando três podcasts que eles mais gostavam e explicando o que era, o que ele falava e quantos seguidores ele tinha”.
Ele também contou sobre o hábito que o grupo tem de ouvir podcasts, destacando os programas que mais gosta, “alguns membros do grupo têm hábito de ouvir podcast e outros não. Entre os que costumam ouvir, uns escutam mais do que os outros e acho que é uma questão de hábito e, dependendo do podcast, você acaba criando um vínculo e acompanha os novos episódios. Eu, particularmente, gostava de um podcast chamado ‘Encruzilhadas’ do professor Luiz Antônio Simas e da jornalista Gabriela Moreira e era muito legal, porque trazia uma pegada de história voltada para curiosidades. E outro que eu também gostava era o ‘Muito Mais Do Que Futebol’, com Leandro Iamin, Lúcio de Castro e Mauro Cezar Pereira, onde eles abordavam temas mais amplos sobre futebol, fora daquele formato mais óbvio, ambos eram da produtora Central 3”.
Sobre a concepção do projeto, Igor acredita que tudo ocorreu bem e aprovou o resultado, “acho que nós não tivemos nenhuma dificuldade nesse trabalho. Acredito apenas que, se tivéssemos mais tempo, poderíamos fazer ainda mais coisa dentro do trabalho, mas todos colaboraram bastante e o resultado ficou bem bacana”.
Ele ainda comenta sobre os seguidores que procura alcançar com a nova conta, “nós procuramos pessoas que gostem de ouvir podcasts e procurem indicações de novos programas na nossa página. Mas também estamos de olho nas pessoas que ainda não tem esse hábito de ouvir e tem curiosidade de ouvir e saber do que se trata, talvez até mesmo fazer um próprio podcast”.
E para os que pensam que o projeto termina por aí, está enganado. Outros grupos também se dedicaram a um tema para montar uma conta no Instagram com o intuito de trazer informações sobre temas como esporte, música, literatura, política, notícias e gastronomia. Confira quais são esses projetos.
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