Foto Capa: Cimélio Senna
Por: Arthur Líbero
Você costuma ler crônicas? Esse gênero textual tão conhecido dentro da literatura brasileira existe desde o início da modernidade e se tornou popular a partir do século XIX, quando cronistas passaram a redigir suas próprias redações em colunas de jornais semanalmente. A partir de então, o público leitor se tornou cada vez mais vasto e as crônicas ajudaram a contar histórias de escritores mundialmente reconhecidos.
No Laboratório de Redação da Facha, disciplina que faz parte da grade de cursos como Jornalismo e Publicidade, os alunos seguiram a mesma linha e publicaram suas próprias crônicas em um site criado especialmente para divulgar esse projeto, que foi denominado como “Crônicas do Mal Crônico”, orientado pelo professor Cimélio Senna.

Senna destaca que a metodologia ABP (Aprendizagem Baseada em Projetos) contribuiu no processo acadêmico dos alunos, “na metodologia da Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) a teoria está subordinada à aplicação, logo a gente vê a teoria e já aplica, então isso torna a absorção por parte dos estudantes de forma muito mais dinâmica. Nós tivemos um processo muito enriquecedor, pois os alunos trouxeram textos e nós montamos um grupo de debate permanente onde nós conversávamos diariamente. Então temas como Intertextualidade ou Níveis de Linguagem, foram ensinados e os alunos logo aplicavam na análise e na produção dos textos, o que foi muito bom”.
“A crônica já é bastante conhecida pelos alunos, já que ela é muito trabalhada na escola. Na aula nós damos um outro nível de profundidade crítica à construção do texto crônico. Então nós trabalhamos com a leitura de vários textos e sua classificação. Logo em seguida a gente partiu para a produção de crônicas e em cima do que foi escrito pelos alunos, eles mesmos fizeram as análises do que foi produzido e perceberam as variações que existem dentro desse gênero”, comenta o professor.
Outra ferramenta utilizada para fazer essa análise foi a Intertextualidade, “os alunos aprenderam diferentes tipos de intertextualidade, como a Implícita, a Explícita, Consciente ou Inconsciente, e assim os alunos já foram percebendo a relação entre os textos que eles produziam e outros textos do nosso aspecto cultural, tanto do âmbito jornalístico quanto do literário”.
Os alunos também trabalharam com a Tradução Semiótica, onde eles reproduziram suas crônicas escritas em linguagem verbal em outras linguagens, como quadrinhos, vídeos e até um painel de fotos. Para isso, foi utilizado o uso de Inteligência Artificial, ferramenta que passou a ser usada com frequência dentro do mundo tecnológico, o que, segundo Senna, pode ter sido uma contribuição a mais que os alunos levarão em sua bagagem de aprendizado, “isso é muito enriquecedor e somente um projeto pode dar essa gama de aplicações de conhecimentos teóricos e práticos, como a aquisição de ferramentas como essa. Posso dizer que todos os alunos ali estão prontos para montar um site, o que vai muito além da proposta inicial do projeto. Ou seja, além do conteúdo, a gente sai com uma prática efetivamente válida para o mundo do trabalho”.

Sobre as experiências que o projeto proporcionou, o professor também acredita que isso possa ajudar os estudantes futuramente no mercado de trabalho, “o projeto trouxe inúmeros benefícios para preparar os alunos para as habilidades e competências exigidas no mercado de trabalho. A partir do momento que decidimos criar um site, é como se estivéssemos entregando um projeto para um cliente e precisamos trabalhar para fazer essa entrega. Logo, exige uma exigência colaborativa onde o trabalho de um integrante tem influência sobre o resultado”.
Para quem quiser ter ter contato com outras obras produzidas pelos alunos, basta acessar o site: https://sites.google.com/view/cronicasdomalcronico/in%C3%ADcio?authuser=0.
