Fim da censura no Brasil: a importância da lembrança 

Foto Capa: Manifestação contra a censura (créditos: Arquivo Nacional) 

Por Laís Cordeiro

Antes de tudo, devemos entender melhor o que foi a censura no Brasil. A censura tem suas raízes formadas a muitos anos, mas foi depois do Golpe de 1964, início da Ditadura Militar Brasileira, que ela se intensificou. Durante esse período, o governo se utilizou da censura como forma de controle da produção cultural e da imprensa, visando silenciar críticas e opositores. Os militares instituíram os Atos Institucionais, que eram como se fossem as leis (ou regras) da época, e o Ato Institucional número 5 (AI-5) foi um dos maiores responsáveis pelo ápice da censura. O AI-5 deu ao governo poderes excepcionais, incluindo o fechamento do Congresso, a suspensão de direitos civis e a censura prévia de meios de comunicação e manifestações culturais. 

Sendo assim, músicas, filmes, peças teatrais, livros e até jornais foram alvo da censura. Artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros, tiveram suas obras censuradas. Muitos jornalistas, escritores e opositores foram perseguidos, presos ou exilados. A censura não só cerceou a liberdade de expressão, mas também impediu o debate público e a circulação de ideias. 

Passeada dos Cem Mi, Cinelândia, Rio de Janeiro, 1968 (créditos: Evandro Teixeira/Acervo IMS)

Mas afinal, depois de toda essa aula de história, qual a real importância de nunca esquecermos nosso passado? Relembrar esses períodos é ideal para que sempre tenhamos em mente a importância de lutar pela nossa liberdade, de não aceitarmos mais sermos oprimidos, mortos, torturados e exilados apenas por desejarmos um futuro digno. O período de censura foi uma época não só de resistência, mas também de lembrarmos a importância da democracia e que devemos lutar todos os dias por um país melhor para os brasileiros. Dessa forma, dedicamos um tempo para lembrar e homenagear pessoas fortes do período. E lembre-se: “Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo” – George Santayna. 

1- Chico Buarque: Suas músicas e peças de teatro frequentemente desafiavam a censura, abordando temas políticos e sociais com metáforas e simbolismos. 

Chico entre jornalistas, após ser detido por dez horas, na volta de uma viagem à Cuba (créditos: reprodução/Otávio Magalhães/Agência O Globo)

2- Caetano Veloso e Gilberto Gil: Ambos foram exilados devido às suas músicas e posicionamentos políticos. Continuaram a produzir arte que inspirou resistência e luta pela liberdade. 

Caetano Veloso e Gilberto Gil (créditos: reprodução/universoretrô)

3- Elis Regina: Cantora que interpretou músicas com fortes críticas sociais e políticas, tornando-se uma voz importante contra a censura. 

Elis Regina (créditos: reprodução/EOH)

4- Rita Lee: com suas letras provocativas e críticas sociais, desempenhou um papel fundamental na resistência à censura, utilizando sua arte para questionar e desafiar o status quo, inspirando muitos a lutar pela liberdade de expressão. 

Rita Lee enquanto estava presa (créditos: reprodução/Via Globo)

5- Clarice Lispector: Escritora cujos textos muitas vezes abordavam de maneira sutil e profunda a condição humana e a opressão. 

Escritora Clarice Lispector (créditos: reprodução/Brasil de Fato)

6- Vladimir Herzog: Jornalista que foi torturado e assassinado nas dependências do DOI-CODI em São Paulo. Sua morte se tornou um símbolo da luta contra a repressão. 

Jornalista Vladimir Herzog (créditos: reprodução/Instituto Vladimir Herzog)

7- Zé Celso Martinez Corrêa: Diretor e dramaturgo que desafiou a censura com produções teatrais ousadas e politicamente engajadas. 

José Celso Martinez Corrêa, fundador do Teatro Oficina (créditos: reprodução/Instagram/@marcelodrummond)

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