“O Assunto”: podcast entra em debate na Rio Innovation Week

Foto Capa/Crédito: TELA VIVA News

Por Arthur Líbero

No segundo dia da Rio Innovation Week, que aconteceu na quarta-feira, 14 de agosto, o podcast “O Assunto” foi tema de um debate acerca do novo meio de comunicação utilizado como forma de exercer o jornalismo. Para falar sobre isso, foram convidados Mônica Mariotti, coordenadora de produção do podcast, Thaisa Coelho, Head de Produto do G1, e Natuza Neri, apresentadora do “O Assunto”. A conversa foi mediada pelo jornalista da GloboNews, Marcelo Cosme. 

Ao longo dos últimos anos, o jornalismo vem e adaptando às novas tecnologias e mudando seus formatos com o intuito de fazer a informação chegar para seu público e forma mais rápida e prática.  

Desde a chegada da internet, a mídia impressa e a televisão passaram a não ser mais os únicos meios para uma pessoa estar bem informada. Atualmente, basta ter acesso ao próprio celular para se manter conectado com tudo que está acontecendo no mundo. 

Com essa mudança, os jornalistas precisaram mudar a abordagem e a forma como a notícia chega para seu espectador. Foi a partir disso que surgiram os podcasts, que são arquivos de áudio digitais que podem ser transmitidos ou baixados pela internet. O ouvinte pode acessá-lo em diferentes dispositivos, como computadores, smartphones e tablets, usando aplicativos específicos ou plataformas de streaming. Além de ser uma forma conveniente de consumir conteúdo, os podcasts permitem que você ouça programas enquanto realiza outras atividades, como dirigir, treinar ou fazer tarefas domésticas. 

Existem podcasts sobre diversos assuntos, como esporte, celebridades, cinema, música e, inclusive de jornalismo, e o principal que é voltado para esse tema é “O Assunto”, que traz convidados especialistas para discutirem sobre uma pauta relevante e recente que está sendo noticiada. Os episódios, como lembraram os palestrantes, não têm o objetivo de dar a notícia, pois isso já é feito pela grande imprensa, mas sim de repercuti-la com pessoas capacitadas para falarem sobre o tema.  

(créditos: reprodução/g1)

Durante a conversa que aconteceu no palco LED STAGE, Natuza Neri explicou que ocorre uma “pré-entrevista” com cada convidado, para saber se o mesmo vai suprir as expectativas da produção. “Sou eu que estou ali naquele momento entrevistando, mas aquela entrevista só existe porque o convidado já foi selecionado e entrevistado por uma outra equipe que não aparece. Já existiram vários convidados que nós achávamos que renderiam muito, mas que não supriam as nossas expectativas, então nós pedíamos desculpas e engavetávamos o episódio. Mas também já houve ocasiões em que esse mesmo tipo de convidado serviria para um outro episódio que tinha mais a ver com o que ele tinha para falar. Então por isso a ‘pré entrevista’ é muito importante para podermos garantir que o episódio vai dar certo e ir ao ar, sem gastarmos nem o nosso tempo e nem o tempo do entrevistado”, explicou a jornalista.  

(créditos: reprodução/g1)

Natuza ainda explicou a diferença que existe ao apresentar um podcast e como é o desafio de manter o ouvinte conectado até o final de cada episódio. “A gente precisa fazer uma cabeça (introdução do episódio) bem-feita, pois se ela não interessar, as pessoas vão embora. Nós temos um bom número de pessoas que ficam até o fim. Além disso, nós temos que entender que a pessoa que está em casa não tem, necessariamente, o mesmo conhecimento que eu tenho como jornalista política. Ontem, por exemplo, falávamos sobre as Emendas de Relator, e para nós, Emendas é um assunto muito normal, mas as pessoas de casa talvez não saibam o que são emendas e é o nosso papel explicar esses termos”, disse ela. 

Sobre a diferença entre os telejornais da GloboNews e o podcast “O Assunto”, Natuza explica como a abordagem da notícia se dá de formas diferentes, “a diferença do ‘O Assunto’ é que ele funciona como uma extensão da televisão. Por que eu preciso dar novamente uma notícia que já foi muito bem explicada durante os telejornais da GloboNews? É por isso que o nosso podcast é feito para desenvolver melhor cada tema que está em discussão no momento, trazendo a visão de pessoas que sabem sobre o que estão falando”.  

A coordenadora de produção do “O Assunto” explicou como é feito o trabalho após a publicação de cada episódio do podcast e como isso tem importância para os episódios seguintes, “depois que cada episódio é publicado, eu entro no perfil do G1 em todas as redes sociais, e até no Instagram da própria Natuza, para saber o que as pessoas estão achando. É um trabalho de formiguinha, mas sempre consertamos coisas tipo ‘a trilha estava muito alta’ ou ‘não entendi o que o entrevistado falou’, então a gente usa o comentário do ouvinte para melhorarmos a cada dia”.  

(créditos: reprodução/g1)

Natuza complementou dizendo que buscam sempre melhorar para obterem o melhor resultado em números de audiência, mas que às vezes isso acontece de forma involunária, “sou obcecada pela audiência e, às vezes, nós temos temas que sabemos que vai dar mais audiência e outros não. Outra coisa muito legal que acontece é quando os alunos que estão fazendo vestibular vêm até a gente agradecer por algum tema que foi levado para o episódio, como aconteceu quando nós falamos sobre o trabalho invisível das mulheres que, logo em seguida, virou o tema da redação do ENEM. Depois da prova, esse episódio bombou e chegamos a ter quase meio milhão de visualizações. Isso é muito gratificante e mostra o papel do nosso trabalho”.  

O podcast “O Assunto” é gravado na tarde anterior ao dia em que é publicado. Ele pode ser ouvido de segunda à sexta em todas as plataformas digitais.  

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