Dia Nacional da Visibilidade Lésbica

Créditos foto de capa: Beatriz Neves

Por Beatriz Neves

No dia 29 de agosto, no Brasil, é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Instaurado por ativistas cariocas em 1996 durante o primeiro Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), a data simboliza a luta por direitos e afirmação da identidade de mulheres homossexuais no Brasil.
Em meio à um momento de violência contra a população LGBTQIA+, a visibilidade lésbica torna-se símbolo de luta e resistência, iniciado pelas ativistas em 1996, que abriram caminhos para um espaço livre de preconceitos em que outras mulheres pudessem viver plenamente suas identidades.

Hoje em dia, algumas personalidades se destacam a frente do movimento, promovendo educação social, inspiração e igualdade. Dentre elas a cantora, compositora e performer americana de 26 anos, Chappel Roan, que tornou-se recentemente um ícone global ao abraçar abertamente sua identidade lésbica em suas musicas e performances. A artista já conta com mais de 44 milhões de ouvintes mensais na plataforma Spotify e quebrou recordes de público no Lolapalooza Chicago no dia primeiro de agosto.

Na foto: Chappel Roan em performance para o programa The Late Show. Créditos: Instagram @chappelroan

De acordo com especialistas, o público de Chappel foi um dos maiores de toda a história do festival, mesmo a cantora não sendo headliner. A apresentação contou com os fenômenos “Good Luck, Babe!”, “Hot To Go!” e “Femininomenon”.

Na foto: Chappell Roan em ensaio fotográfico para o álbum autoral “The rise and fall of a midwest princess”. Créditos: Instagram @chappelroan

No Brasil, nomes como a cantora Ana Carolina, e a jornalista e ativista Fernanda Gentil têm sido vozes ativas e essenciais para a visibilidade da comunidade. Ana Carolina utiliza de sua voz para explorar o amor e sua individualidade através da música, e Fernanda, por sua vez, se destaca em linha de frente no ativismo pelos direitos LGTQIA+, principalmente dando visibilidade para as relações lésbicas.

Na foto: Fernanda Gentil e a esposa Priscila Montandon. Créditos: Instagram @gentilfernanda

Essas personalidades, entre muitas outras, são representantes de uma comunidade entre 2,9 milhões de adultos, de acordo com o Censo de 2022 pelo IBGE, que calculou a quantidade de declarados homossexuais e bissexuais em território brasileiro.

Além do meio artístico, várias ONGs e instituições se dedicam ao acolhimento e integralização de pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, como o coletivo “Casa Resistências”, localizado no complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, projetado para prover assistência à mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais moradoras da comunidade. E a iniciativa “Tambores de Safo”, criada em 2010 em Fortaleza, a partir das demandas da comunidade Sáfica levantadas pela Parada pela Diversidade Sexual do Ceará. Ambos os coletivos servem de apoio físico e psicológico para a comunidade de mulheres sàficas de seus respectivos estados.

A luta pelo reconhecimento e direitos das cidadãs lésbicas é apenas um passo em direção á uma sociedade mais inclusiva e plena em direitos civis. O dia Nacional da Visibilidade Lésbica é uma oportunidade não apenas de celebrar conquistas, mas de lembrar da árdua luta até o presente. Em um mundo onde o preconceito ainda silencia muitas vozes, a visibilidade é um ato de resistência e esperança.

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