Foto capa: Reprodução/Rio Carnaval
Por Bernardo Magno
Depois de 10 anos, a noite dos enredos voltou a ser realizado para aproximar mais ainda a população e os turistas, mostrando que o carnaval é realizado em diversas fases durante o ano e, consequentemente, trazendo mais pessoas para a “bolha” do carnaval. Essa renovação de público é um dos objetivos da nova direção chefiada por Gabriel David.
Cada escola contou com o máximo de 12 minutos de apresentação para contar o que será levado para a Sapucaí. Gerando aquele ‘’gostinho’’ do que será apresentado nas três noites de desfile.
Na noite da última sexta-feira (30/08) o palco foi a Cidade do Samba o local dos barracões das doze escolas do grupo especial, onde são confeccionadas as alegorias e as fantasias que serão utilizadas nos desfiles, local que se tornou um elefante branco em relação a eventos carnavalescos sendo unicamente utilizados até então para os trabalhadores das escolas. Isso apenas mudou na apuração do carnaval 2024, saindo da praça da apoteose, local de apuração desde 1984.
O evento contou com apresentações artísticas e musicais com o intuito de detalhar de forma mais leve e simples os enredos, uma vez que as sinopses são cada vez mais técnicas e de difícil entendimento das camadas mais baixas da sociedade.
A edição foi um sucesso, mais de 7 mil sambistas compareceram doando 1kg de alimento não perecível como entrada à Cidade do Samba. A surpresa da noite ficou conta da presença de Milton Nascimento, cantor e homenageado da Portela, a carga emocional foram responsabilidades de Mangueira e Beija-flor colocando suas comunidades para cantarem seus sambas plenos pulmões todos em uma só voz: Escola e comunidade. Além disso a verde e rosa contou com uma pequena exposição do lado de seu barracão, localizada logo na entrada das pessoas para que pudessem entender o que levará para a avenida.
Um detalhe curioso foi a Vila Isabel, que subiu ao palco apenas com a teatralidade do Ator Rodrigo Sant’anna nascido na comunidade dos Macacos, localizado no bairro de Noel. Outra que impressionou foi a Unidos da Tijuca em sua apresentação misturou a religiosidade de seu enredo com a veia periférica de seu local de origem, o morro do Borel, colocando um funk carioca.
Mesmo com o sucesso do evento, houve algumas reclamações: Algumas pessoas passaram mal no espaço de apresentação por superlotação sem ventilação, incluindo uma baiana da Unidos da Tijuca. Houve dificuldade ao visualizar o palco, uma vez que muito baixo e a organização não colocou telões na lateral para se ter uma visibilidade melhor do que estava acontecendo nas apresentações.
Leia aqui a matéria explicando com mais detalhes os enredos do Grupo especial: https://emtodolugar.facha.edu.br/2024/05/21/os-enredos-do-rio-carnaval-2025/
