_{Foto Capa: Reprodução/Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)}

Por Carolina Ernesto Coelho

A campanha internacional do Setembro Amarelo foi adotada desde 2015 no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Centro de Valorização da vida (CVV) para a conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio.

Segundo a OMS e dados da Fiocruz, apesar da redução no número de suicídios em escala global, houve aumento de casos nas Américas. Um estudo desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard, realizado entre 2011 e 2022, foi publicado em março deste ano na revista científica The Lancet Regional Health-Americas e revelou que a taxa de suicídio entre jovens aumentou 6% ao ano no Brasil. 

Além disso, houve um aumento de 29% a cada ano, nestes 11 anos de estudo, das taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos. Analisando a população geral, a taxa de suicídio teve crescimento médio de 3,7% ao ano e a de autolesão 21% ao ano, neste mesmo período.

De acordo com o relatório “Depressão e outros transtornos mentais”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do ano de 2023, o Brasil é o país com a maior prevalência de depressão na América Latina. A maioria dos casos de suicídio estão relacionados às doenças mentais não diagnosticadas ou tratadas inadequadamente. Acesso ao tratamento psiquiátrico, informações de qualidade e rede de apoio são fundamentais para que novos casos não entrem na estatística.

Com dados tão críticos a respeito desse assunto tão delicado, mostra-se ainda mais a importância da informação e da quebra de tabus quanto ao assunto do suicídio. Conversar com alguém de confiança sobre os sentimentos, manter contato com família e amigos, continuar fazendo atividades que dão prazer e, atentar para pensamentos negativos persistentes e à autocrítica, buscando substituí-los por pensamentos positivos, além de reconhecer conquistas são importantes.

Outras maneiras de ajudar a prevenir a depressão são manter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada, prática de atividade física regular, rotina de sono regular; evitar o consumo de álcool e não utilizar drogas ilícitas; diminuir doses diárias de cafeína; e não interromper tratamento sem orientação médica. 

Para quem sente-se solitário ou deseja conversar de forma sigilosa, sem julgamentos, críticas ou comparações, o CVV age na prevenção do suicídio e no auxílio emocional, gratuitamente, durante os sete dias da semana, 24 horas por dia via chat, e-mail e no telefone de número 188. O centro ainda oferece apoio com atendimento presencial em mais de 80 cidades do país, em 20 estados. Não hesite em pedir ajuda.