Bia Haddad faz história e quebra jejum de 56 anos

Foto capa: Reprodução/ TenisBrasil – UOL

Por Adriano Farias. 

Após vice-campeonato no WTA Cleveland, Bia Haddad chegou em ótimo momento para a disputa do US Open, um dos torneios de Tênis mais importantes e tradicionais do ano, no qual, até então, as melhores marcas da brasileira haviam sido em 2022 e 2023, quando em ambas as vezes parou nos 32 avos, a segunda fase. 

Mas diferentemente dos últimos dois anos, Bia quebrou o tabu da segunda eliminatória e foi muito além. Passando inclusive por Anna Kalisnkaya nos 16 avos, jogadora que já esteve no topo do ranking mundial, a brasileira manteve a alta performance nas oitavas de final e se garantiu entre as oito melhores do US Open. Ela não apenas alcançou a sua melhor colocação no torneio, como também se tornou a primeira brasileira a chegar nas quartas desde 1968, quando a lendária Maria Esther Bueno disputou a fase pela última vez. 

Maria Esther Bueno foi a maior tenista brasileira da história. 
Crédito da foto: CCA Express 

A Campanha: 

Passar das duas primeiras fases era o objetivo inicial, e Bia Haddad conseguiu confirmar seu favoritismo com duas vitórias tranquilas. Na estreia houve um pequeno susto ao perder o set inicial para a armênia Elina Avanesyan, porém conseguiu uma virada imponente, com parciais de 6×0 e 6×2, fechando o jogo em 2 a 1.  

O jogo seguinte era um dos mais importantes para a brasileira, valia a chance de acabar com o trauma da segunda fase, e assim atingir seu melhor desempenho em um US Open até então. Bia não sentiu a pressão, despachou a espanhola Sara Tormo por 2 sets a 0 e chegou pela primeira vez nos 16 avos do torneio. 

Bia Haddad quebrou o tabu da segunda fase no US Open. 
Crédito da foto: Notícias Diário Brasil 

Após alcançar seu objetivo inicial e estreando na terceira eliminatória do campeonato, Beatriz Haddad teve que enfrentar uma gigante do esporte. A russa Anna Kalisnkaya, tenista que já havia sido número 1 do ranking mundial, foi sua próxima oponente. Diferente das outras duas partidas, a brasileira não possuía o favoritismo, mas como muitos dizem, favoritismo não ganha jogo. E foi isso que aconteceu, Bia manteve seu altíssimo nível e fez um jogo espetacular, aplicando um incrível 2 a 0 com parciais de 6×3 e 6×1 na ex-melhor jogadora do mundo. 

Chegando nas quartas, e agora retornando a ser a mais cotada para vencer, Bia Haddad partia para um duelo contra a dinamarquesa Caroline Wozniacki. Confronto que era importantíssimo não só para a carreira de Bia, mas também para o tênis brasileiro feminino, uma vez que a última mulher de nosso país a conseguir atingir as quartas de final do torneio foi a grandiosa Maria Esther Bueno, em 1968. E em jogo disputado, com uma vitória no terceiro set, Beatriz Haddad Maia fez história, e colocou o Brasil novamente entre as oito melhores tenistas do US Open após 56 anos. 

Bia fez a melhor campanha do tênis feminino desde 1968.
Crédito da foto: Sportbuzz 

Com uma campanha já magnífica, quebrando um tabu de quase 60 anos, Bia chegou nas quartas de final do torneio com chances reais de ir cada vez mais longe. Porém a adversária era sua “pedra no sapato” de longa data, a tcheca Karolina Muchova havia vencido todos os confrontos diretos contra a brasileira até então. E infelizmente, interrompeu o caminho da brasileira mais uma vez após uma vitória por 2 a 0.  

A derrota abalou Bia, ainda mais pelo jogo em si, que mostrou que a brasileira não estava nos melhores dias. Ficou um sentimento de que dava para ir além. Mas também ficou uma certeza de que a campanha foi histórica e essencial para o esporte nacional.  

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