Palestra na UNIFACHA: a relação entre o mundo virtual e saúde mental

Foto Capa: Luna Cofré

Por Arthur Líbero

Aconteceu na última segunda-feira (16), a palestra “Entre o Real e o Virtual: As Redes Sociais e a Saúde Mental nas novas gerações”. O evento aconteceu no auditório da UNIFACHA e foi promovido pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico do Centro Universitário (NAP).

Como em todo mês de setembro, o NAP promove uma série de palestras que buscam acrescentar ainda mais acerca da conscientização do Setembro Amarelo, uma campanha que ocorre no país desde 2015 com o lema “Todos Pela Vida”. O objetivo é a prevenção ao suicídio, um dos principais problemas enfrentados pelo país.

Segundo uma pesquisa feita pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard, a taxa de suicídio entre jovens aumentou cerca de 6% entre os anos de 2011 e 2022. O estudo ainda mostra que o número foi maior que na população em geral, cuja taxa de suicídio teve crescimento médio de 3,7% ao ano e a de autolesão 21% ao ano, neste mesmo período.  

Um dos principais problemas enfrentados pelos jovens da nova geração e que têm se tornado um desafio para pais e educadores é a interferência das novas tecnologias. O uso excessivo dos aparelhos celulares acaba se tornando um dos causadores de problemas como a ansiedade e a depressão. Um outro estudo, desta vez conduzido por cientistas do Centro Médico da Universidade de Hanyang, na Coreia do Sul, com um grupo de mais de 50 mil adolescentes do país, descobriu que os jovens que usavam o celular por mais de quatro horas por dia tinham taxas mais altas de estresse, mais pensamentos suicidas e faziam um maior consumo de drogas.

Para falar sobre esse tema, a coordenadora do NAP, Maria Cristina Chagas, recebeu a professora Leila Mendes Barroso que é mestre em comunicação além de ser formada em Hipnose Clínica e Psicanálise.

Leila fez uma apresentação usando slides que explicavam sobre os impactos negativos do uso excessivo dos celulares, começando pelo sono, “as redes sociais possuem algorítimos que entendem o que nós gostamos de ver e, com isso, ficamos tão obcecados que perdemos o sono e, para acordar cedo no dia seguinte, acabamos ficando sem dormir e isso influencia no nosso bem-estar” 

Leila Mendes (créditos: Luna Cofré)

Outro ponto levantado pela professora foi a diminuição da vida social, “existe uma tendência a haver uma distância das relações interpessoais devido ao uso das redes sociais, pois elas fazem com que as pessoas não consigam estabelecer conexões na vida real. Existem muitos encontros em família ou com os amigos em um restaurante ou em casa em que as pessoas estão sempre com o celular em cima da mesa, pois ele é tão viciante que acabamos sentindo como se ele fosse um complemento de nós mesmos”.

Além disso, Leila falou sobre como tudo isso está ligado ao hormônio da Dopamina, que é um neurotransmissor capaz de levar a sensação de prazer e felicidade para o corpo. “O uso das redes sociais está diretamente ligado à Dopamina. Quando recebemos uma certa quantidade de curtidas no Instagram, nós ficamos felizes e essa sensação é causada por causa desse hormônio. O problema é que quando nós acabamos tendo uma sensação de insuficiência e buscamos sempre obter mais curtidas, mais visualizações e mais comentários em buscar de voltar a ter essa sensação de prazer. Mas quando isso não acontece, isso gera o efeito contrário, e então surgem os momentos de angústia, tristeza e até depressão, explicou a professora.

(créditos: Luna Cofré)

O final do debate foi marcado por uma celebração à felicidade, e todos se levantaram e se abraçaram para cantar a música “É Preciso Saber Viver”, de Erasmo Carlos, como uma forma de demonstrar a felicidade nos momentos reais que verdadeiramente importam.

Confira a palestra na íntegra:

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