Foto capa: Reprodução/Freepik
Por João Mesquita
O ramo da educação abrange uma série de profissões de extrema importância para a sociedade. Desde pedagogos, professores, coordenadores, orientadores até educadores sociais. Inclusive, este último sendo muito relevante para pessoas que se encontram em vulnerabilidade social. Sua Importância é tão significativa no país que foi criado o dia nacional do educador social para valorizar os profissionais da área, tanto é que a data celebrada, dia 19 de setembro, foi escolhida em homenagem ao dia do nascimento do maior educador social da história do país, Paulo Freire.
Qual a função do Educador Social?

O educador social tem como função desenvolver atividades educacionais envolvendo pessoas que são socialmente vulneráveis. Normalmente, são um grupo de indivíduos financeiramente frágeis, que vivem em locais violentos e podem ser analfabetos ou analfabetos funcionais. Neste contexto, o profissional entra na vida destas pessoas para ajudar na busca por autonomia intelectual e luta por direitos iguais para torná-los cidadãos independentes através da educação.
A partir desta missão, eles desenvolvem projetos e atividades esportivas comunitárias, assessora eventos sociais feitos pelo governo ou por ONGs, promovem atividades culturais, educativas, formativas e comunitárias. Seu papel, no fim das contas, é facilitar o acesso à informação, cultura, educação e lazer para garantir isonomia de direitos para uma parcela da população excluída.
Diferença entre orientador e educador social

Muitas pessoas confundem na hora de distinguir a função de profissões da educação. Esse é o caso do orientador social e do educador social, já que as duas atuam a favor de pessoas em vulnerabilidade social. O primeiro tem como função defender os direitos de pessoas em situação precária orientando famílias em programas sociais, mediando conflitos, realizando atividades socioeducativas. Para garantir um bom trabalho, este profissional deve conquistar a confiança e empatia dos indivíduos que está ajudando.
Por outro lado, o educador social foca na área da educação também ajudando crianças, adolescentes e adultos excluídos da sociedade. O foco deste profissional é de realizar atividades educativas em escolas municipais e em instituições culturais focando principalmente no desenvolvimento de competências alinhadas à cultura local da região. Dessa forma, ao criar em suas atividades situações que os estudantes conseguem assimilar a partir dos costumes regionais, o educador acelera e facilita o processo de aprendizagem.
Quais são os objetivos da educação social

O educador social busca, acima de tudo, reparar minimamente as injustiças históricas que afetam o país. Segundo o IBGE, mais de 9 milhões de pessoas ainda não estão alfabetizadas, sendo sua maioria pessoas com mais de 40 anos de idade. Após os dados fornecidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), constatou-se que muitos entrevistados não conseguiam escrever um simples bilhete. Ainda segundo a pesquisa, o Nordeste foi reconhecido como a região com mais analfabetos, são 11,2%. O segundo colocado é o Sudeste com 2,9%.
É nesse contexto que o educador social chega para compensar as falhas do sistema educativo básico. Pessoas de classes mais baixas dificilmente conseguem lidar com diversos desafios para se alfabetizar ou completar os estudos. O PNAD constatou ainda que 9 milhões de estudantes não completaram o ensino médio e aponta que a falta de interesse nos estudos foi a motivação de 23% dos estudantes a largarem a escola.
A longo prazo, o país acumulou uma grande parcela de pessoas que não estudaram e que consequentemente, não conseguiram ascender socialmente. Aos poucos, foram para as camadas mais pobres da sociedade brasileira de onde dificilmente conseguem sair. Por sua vez, o governo falha em garantir a isonomia de direitos a esse grupo ao não fornecer um ambiente propício para estudo e prosperidade.
O que Paulo Freire fala sobre a educação social?

Quando o assunto é educação social é necessário tocar no tópico Paulo Freire, visto que a data do seu nascimento foi escolhida para ser o dia desta profissão. O patrono da educação brasileira acreditava na emancipação social e individual a partir do ensino, em que todo o processo parte da realidade que o aluno vive. Ele criou uma carreira histórica ao defender e ajudar pessoas excluídas da sociedade que nunca tiveram contato constante com a educação. Seu método de alfabetização desenvolvia um pensamento crítico que instiga a independência do indivíduo e o torna capaz de entender e reivindicar seus direitos para acabar com a situação da vulnerabilidade social que se encontra.
