Os dezesseis enredos da Série Ouro que abrirão o Carnaval 2025

Unidos de Padre Miguel campeã da série ouro em 2024 Créditos: Reprodução/G1 

Por Bernardo Magno

  1. Botafogo Samba Clube  
Créditos: Reprodução/Jornal expresso Carioca  

Pela primeira vez na história do marquês de Sapucaí terá uma escola de samba oriunda de uma torcida de time de futebol. A escola é sediada no bairro do Engenho de Dentro, o mesmo do estádio do Botafogo, Nilton Santos. 

Para se manter no grupo em 2026, a escola contratou Emerson Dias que era intérprete do Salgueiro e Alex de Souza que veio do Império Serrano. O enredo é intitulado Uma Gloriosa História em Preto e Branco, contando a história do Botafogo de Futebol e Regatas. 

  1.  Arranco do Engenho de Dentro 
Créditos: Reprodução/Facebook LIGA RJ

Após ser a revelação do carnaval 2024, homenageando Nise da Silveira. A escola pretende manter o nível da última apresentação, porém com uma colocação melhor na apuração. Para isso a escola contratou a Annik Salmon que até o carnaval de 2024 era carnavalesca da Mangueira desenvolvendo o enredo Mães que alimentam o Sagrado: “A jornada vai exaltar as mães do Brasil e a forma como elas trabalham para alimentar o seu sagrado: sua fé e seus filhos e filhas”.

  1. Inocentes de Belford Roxo 
Créditos: Reprodução/O DIA  

A campeã da série ouro em 2012, também conhecida como a caçulinha da baixada, foi a primeira escola do carnaval carioca a anunciar seu enredo. Se trata da reedição do carnaval de 2008 “Ewe, a cura vem da floresta” que é centralizado no poder de curar doenças que as plantas têm e na necessidade de cuidar das florestas, mesmo 17 anos depois continua sendo um assunto essencial. Naquele ano a escola terminou campeã do Grupo B, a terceira divisão do carnaval carioca à época debaixo de uma chuva forte, primeiramente idealizado pelo Carnavalesco Jorge Caribé e agora para a reedição será com Cristian Bara. 

A escolha da reedição se deu por questão política, o atual prefeito de Belford roxo é contra a escola e por isso não cede as ruas da cidade para poder ensaiar, o que fez com que a escola perdesse ponto harmonia no carnaval 2024. 

  1. Unidos da Ponte 
Créditos: Reprodução/Site Carnavalesco

Após um carnaval forte e aguerrido, a azul e branca de São João de Meriti trouxe a dupla de carnavalescos Rodrigo Marques e Guilherme Diniz que voltam a escola após um carnaval longe. Para 2025, a dupla desenvolverá o enredo “Antropoceno” trazendo uma reflexão da relação do homem com o planeta terra, com destaque para os desafios ambientais contemporâneos e o uso desenfreado impulsionado pelo sistema capitalista de produção. A escola terminou o último carnaval na 11° colocação. 

  1. Estácio de Sá 
A Série Ouro já possui todos os enredos definidos. Aproveitando que a cidade do samba 2 teve suas obras iniciadas, vamos detalhar os enredos que se apresentaram na sexta e no sábado de carnaval.
Créditos: Reprodução/ Site Carnavalesco

“O leão se engerou em encantado amazônico” é o título do enredo do berço do samba que é de autoria do carnavalesco da escola Marcus Paulo. O enredo é um convite para viajar na floresta amazônica lúdica, mítica e lendário, através da cultura dos que vivem na região dando voz e ouvido aos contadores de estórias. Em uma viagem o leão, símbolo da escola, faz passeios delirantes e imaginários sobre o encantamento amazônico e suas magias. 

  1.  União de Maricá 
Créditos: Reprodução/Site SRZD

Com a sede mais distante da Marquês de Sapucaí, a união de maricá foi a maior surpresa no Carnaval de 2024 da série ouro, e vem forte por voos mais altos em 2025. 

A escola contratou o carnavalesco da imperatriz leopoldinense o tricampeão do carnaval carioca, Leandro Viera. Que desenvolverá o enredo “O cavalo de Santíssimo e a coroa do Seu 7” contando a história do Exu Sete da Lira, da linha de esquerda da umbanda junto com a história de Dona Calcida de Assis que nos anos de 1970 em suas incorporações de seu Sete da Lira mostrou que as giras de Exu não era “magia negra” como era contado a época. 

  1.  Em cima da Hora 
Créditos: Reprodução/Site Carnavalesco 

A azul e branca de Cavalcanti, terá como enredo “Ópera dos terreiros- O canto do encanto da alma brasileira”. Retratando uma ópera que aconteceu nos teatros da Bahia durante (2018-2020). A ópera conta a história de amor entre um negro Banto e uma negra Nagô, abordando a ancestralidade, luta, segredos místicos e de religiosidade. O enredo tem autoria do carnavalesco Rodrigo Almeida.

  1.  União da Ilha do Governador 
Créditos: Reprodução/Site Carnavalesco

Pertencente por vários anos do grupo especial, a Ilha vem para o seu quarto carnaval seguido na série ouro, após o seu rebaixamento em 2020. Lembrando que em 2021 não houve carnaval por conta da Pandemia do Covid-19. 

A Ilha trouxe Marcus Ferreira, que estava a 2 carnavais pela Mocidade Independente de Padre Miguel. O carnavalesco irá desenvolver o enredo “BA-DER-NA! Maria do povo”, uma homenagem a bailarina Italiana Maria Baderna que viveu entre 1828 e 1892. Por conta da primavera dos povos em agosto de 1849, ela se autoexila com o pai no Brasil pois aceita um convite de se apresentar no Teatro João Caetano. Baderna incorpora danças afro-brasileiras como o Lundu, a umbigada e a cachucha. 

Chegando a participar em danças com escravizados, o que na época era sinal de revolta na sociedade escravista, fazendo com que seu nome vira significado de tumulto no dicionário português brasileiro. Baderna de tão forte seu legado antiescravista em suas danças está sepultado até hoje no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. 

  1. Tradição 
Créditos: Reprodução/Site Carnavalesco

O Condor do campinho está de volta à marquês de Sapucaí após onze anos longe do principal palco do carnaval carioca. A Tradição, que voltou aos destaques recentemente por seu desfile de 2001 em homenagem ao Sílvio santos, que faleceu recentemente, tenta voltar aos anos de glória. 

Para isso o carnavalesco Leandro Valente escolheu o enredo “Reza”, segundo ele: “Em 2025, a Tradição entrará na Sapucaí em reza por um mundo melhor e pelo direito de existir, afinal a reza também é um ato político. É um momento emocionante que vive a Tradição. Uma escola cada dia mais forte, mais sólida e disposta a ser novamente uma grande potência provedora de arte e cultura”.

  1. União do Parque Acari  
Créditos: Reprodução/Site Carnavalesco 

A rosa, amarela e branco da zona norte, após conseguir o objetivo de se manter na série ouro sem grandes sustos, trouxe o carnavalesco Guilherme Estevão que estava na Mangueira junto com Annik Silmon que hoje está no Arranco. 

O enredo da escola será “Cordas de Prata: o Retrato Musical do Povo” trazendo um personagem íntimo, mas esquecido do povo brasileiro, o violão. A ideia segundo próprio Guilherme não é uma cronologia do violão, mas sim entender de que maneira o instrumento colabora para a formação da cultura brasileira.   

  1. Acadêmicos de Vigário Geral 
Créditos: Reprodução/Site Carnavalesco

Mais uma integrante carnavalesca da Leopoldina, a Vigário Geral irá exaltar o primeiro jornalista a falar sobre o carnaval e suas festas suburbanas do Rio de Janeiro, Francisco Guimarães, popularmente conhecido como Vagalume. 

“Ecos de um Vagalume” é o título do enredo que será desenvolvido pela dupla de carnavalescos Alex Carvalho e Caio Cidrini. 

  1. Unidos de Bangu 
Créditos: Reprodução/ Site Carnavalesco

Símbolo de resistência no meio da cidade que menos valoriza suas origens e ao lado do maior palco futebolístico do mundo, a Aldeia Maracanã demonstra que a história carioca também feita através de mãos dos povos originários. Em 2006, a aldeia foi refundada por diversas etnias originais e nem dez anos depois em 2013 foi quase desocupada por decisão do governo fluminense que queria derrubar o lugar para construir estacionamento para o maracanã durante a copa de 2014. 

A fim de dar voz essas pessoas apagadas pelo tempo a Unidos de Bangu por meio dos carnavalescos Raphael Torres e Alexandre Rangel irão cantar à resistência Maracanã. 

  1.  Porto da Pedra 
Créditos: Reprodução/G1

Presente no grupo Especial em 2024. O tigre de São Gonçalo tenta voltar ao lugar mais alto do carnaval com o enredo “A História que a borracha não apagou” do carnavalesco Mauro Quintaes. O enredo abordará a cidade utópica de Fordlândia no interior do Pará. A cidade tem esse nome por conta do fundador da Ford, Henry Ford. 

A cidade foi um do sonho de Henry, que tentou importar os costumes capitalistas estadunidenses para o interior da Amazônia. A partir disso esses comportamentos não se encaixam ao estilo de vida da região, Mauro traz uma reflexão a respeito das florestas, a natureza e os conflitos culturais 

  1. São clemente 
Créditos: Reprodução/ Site Carnavalesco

 A irreverente de Botafogo irá tentar voltar para o grupo especial com a defesa dos animais em situação de ruas, de realização de Mauro Leite, o carnavalesco da escola que foi indicação de Rosa Magalhães que faleceu dias depois da indicação, sendo considerado o último momento de Rosa no carnaval. 

O enredo tem a proposta de ser uma lição para quem mau trata os animais de estimação e estimula a quem não tem, a ter um cachorro ou um gato. 

  1.  Acadêmicos de Niterói 
Créditos: Reprodução/ Site Carnavalesco

Quem disse que Festa Junina é apenas em junho e no Nordeste? Para Tiago Martins, carnavalesco da caçula da cidade sorriso, o enredo “Vixe Maria” fará a marquês de Sapucaí virar um verdadeiro quadrilheiro, desembarcando em Maracanaú, cidade no Ceará onde é feito um dos maiores São João do mundo, que foi homenageado pela Acadêmicos de Vigário Geral em 2024. A Niterói levará das festanças nos salões europeus, até a transformação em cortejo religioso no Brasil. 

  1. Império Serrano 
Créditos: Reprodução/Site Galeria do Samba

Laudenir Casemiro, era um jovem que perdeu seu braço direto enquanto ainda criança por cair do cavalo que estava montado. Ficou conhecido como Beto sem Braço e começou a vida como feirante, ao mesmo tempo que fazia parte da ala de compositores da Unidos de Vila Isabel até 1981. 

Beto ao sair da Azul e Branca do Boulevard não sabia que a partir de 1982 entraria na história de uma das principais escolas de sambas do país. O Glorioso Império Serrano, que teve seis sambas na discografia na história a verde e branca de Madureira, sendo a principal delas a do último campeonato da Escola “Bumbum Paticumbum Prugurudum” de 1982, ficando eternizada na história dos sambas enredos. Para 2025, Renato Esteves desenvolverá o enredo “O que espanta miséria é festa” célebre frase do compositor. O desfile será divido em três setores a partir dos três sambas estandarte de Ouro de Beto: 1982, 1983 e 1992. 

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