_{Foto Capa: FachaHub}

Por Arthur Líbero

O ator José de Abreu foi convidado para a palestra “UNIFACHA Memória- Personalidades”, que aconteceu na manhã de quarta-feira (2), às 10h no auditório do campus do Centro Universitário. O evento foi promovido através de uma parceria entre o Núcleo Artístico e Cultural (NAC) e o curso de Cinema. O professor Sady Bianchin foi responsável por mediar a conversa que contou, não somente com o ator, mas também com sua filha, a roteirista Ana Abreu.  

José de Abreu começou sua fala contando o início de sua trajetória artística, quando cursava Direito em 1966 e tinha, como colegas de faculdade, José Dirceu e Luís Travassos que, segundo o ator, eram os “maiores líderes do movimento estudantil de São Paulo”. Eles viveram de perto o início da repressão vinda da ditadura militar e o surgimento de movimentos de resistência, como a criação do Partido de Ação Popular (AP), resultado da atuação dos militantes estudantis da Juventude Universitária Católica (JUC) e de outras agremiações da Ação Católica Brasileira. 

Curiosamente, a AP foi uma das responsáveis pela introdução do mundo artístico na vida de José de Abreu. Um grupo de teatro foi montado e comandado pelo partido e o diretor artístico era Roberto Freire, um dos maiores teatrólogos do país, que criou uma equipe profissional que contava com figurinistas, músicos, cenógrafos, entre outros, e juntos eles formaram o TUCA (Grupo de Teatro da Universidade Católica), que se difundiu para outras cidades do país.  

“Morte e Vida Severina” foi a primeira apresentação realizada pelo TUCA em São Paulo e logo surgiram outras formações no Rio de Janeiro e em Recife. Ana Lúcia Torre, Renata Sorrah e Roberto Bonfim foram alguns dos nomes revelados pelo grupo de teatro. 

José de Abreu também falou sobre os desafios enfrentados na carreira de quem decide trabalhar com atuação e ressaltou que nem sempre as coisas dão certo, “tem que ter profissionalismo, mas eu já vi milhares de atores mais profissionais que eu já sumirem na vida. Assim como tem que ter talento, mas eu já vi milhares de atores mais talentosos que eu ficarem pelo caminho” 

Ele ainda explicou como a força de vontade é importante para que os atores tenham uma carreira de sucesso, “tem que ter vocação, pois é ela que te faz querer ter a vontade de fazer aquilo mesmo que os outros estejam te ferrando. Para você ter uma carreira de mais de cinquenta anos é preciso ser cara de pau e ter vontade de trabalhar com isso”. 

Outro assunto abordado pelo ator foi o fato de seu contrato com a TV Globo ter se encerrado há quatro anos. Ele explicou de que forma isso influenciou na sua vida e como a relação dos profissionais com os contratantes são diferentes atualmente. “Eu fui demitido da Globo há quatro anos e vou fazer a minha quarta novela desde a minha demissão. Ou seja, não mudou nada o fato de eu ser contratado ou não”, explicou. Desde que foi demitido, ele fez três novelas, “Um Lugar ao Sol”, “Mar do Sertão”, “Guerreiros do Sol” e mais uma próxima que ainda não foi revelada.  

Como de praxe, ao final da palestra, os alunos tiveram a oportunidade de fazer perguntas para o ator que respondeu sobre sua carreira e deu dicas para os futuros profissionais do audiovisual formados pela UNIFACHA. 

Confira a palestra na íntegra: