Conheça a história de 5 repórteres policiais formados pela UNIFACHA 

Foto Capa: Montagem por Bernardo Sarmento

Por Bernardo Sarmento 

O dia 31 de outubro marca o Dia do Repórter Policial. A data reconhece o trabalho de inúmeros profissionais que se notabilizaram por cobrir notícias relacionadas à criminalidade, justiça e segurança pública. Sempre presente no imaginário coletivo, são esses repórteres que levam ao público informações que não apenas prestam serviço, mas também mobilizam autoridades, ajudam famílias afetadas na busca por justiça.  

Essa tarefa, no entanto, não é simples. Os repórteres policiais enfrentam desafios diários por estarem próximos da violência, lidando com situações intensas, delicadas e com a própria exposição da sua imagem. Além disso, precisam equilibrar a necessidade de informar com a preservação da dignidade de todos os envolvidos, da escuta de todas as partes e, até mesmo, com as questões jurídicas que envolvem os casos. 

Em compensação, o interesse do público pelo jornalismo policial é cada vez maior. Na TV e no rádio, programas como o “Cidade Alerta”, “Brasil Urgente” e “Patrulha da Cidade” continuam atraindo a audiência de ouvintes e telespectadores. Jornalistas como Tim Lopes, Gil Gomes, Domingos Meirelles marcaram época e transformaram suas reportagens em casos históricos e notórios, sensibilizando a sociedade e trazendo ao público temas e histórias que, muitas vezes, passariam despercebidos se não fosse o trabalho da imprensa. 

Com a internet, o papel desse gênero jornalístico foi ampliado, renovando sua forma de contar histórias, através de um modelo cada vez mais participativo nas redes sociais. No streaming e nos podcasts, por exemplo, o gênero true crime, que junta o jornalismo investigativo e o jornalismo policial, se tornou um fenômeno popular, atraindo interesse de público para casos marcantes e para outros menos explorados. 

A UNIFACHA é responsável pela formação de alguns jornalistas que se notabilizaram pela cobertura de assuntos policiais, tendo ajudado a construir nesses profissionais uma base ética sólida e técnicas que ajudaram os repórteres a informar com responsabilidade e a lidar com os desafios dessa área. 

E, para celebrar a data, o Em Todo Lugar separou uma lista com a carreira de 5 repórteres policiais de todas as gerações e que são formados pela UNIFACHA: 

  1. Yasmin Bachour 
Na foto: a jornalista Yasmin Bachour  
Foto: Reprodução/Band 

Nascida em Nova Iguaçu e formada pela UNIFACHA em 2014, Yasmin Bachour é uma das mais importantes jornalistas do Grupo Bandeirantes no Rio de Janeiro.  

Foi repórter do Jogada Ensaiada, projeto de jornalismo esportivo da UNIFACHA. Depois, passou pela TV Rio Sul, afiliada da Globo no sul fluminense, pelo jornal Folha Dirigida e, em 2013, chegou à Band. Começou como estagiária da apuração, mas logo passou a ser repórter, fazendo reportagens investigativas, cobrindo casos policiais e aparecendo em telejornais como “Brasil Urgente” e “Jornal da Band”.  

Desde 2019, apresenta o “Jornal do Rio”, noticiário local da Band para o estado do Rio de Janeiro, e, eventualmente, o “Jornal da Band” em rede nacional. Em 2021, se tornou pós-graduada em Direito Penal e Criminologia, pela PUC-RS.  

Em recente entrevista para o jornal O Dia, declarou: “É muito gratificante dar voz a quem precisa, poder ajudar, cobrar, buscar pela verdade, mostrar a realidade, lutar. Amo ter esse instinto de correr atrás da notícia, de apurar, tendo sempre a verdade como direção”. 

  1. Joana Treptow 
    Na foto: a jornalista Joana Treptow 
    Foto: Reprodução/Band

    A repórter do Grupo Bandeirantes em São Paulo se notabilizou pela cobertura de vários temas, inclusive de assuntos policiais. Em 2017, quando era repórter do “Brasil Urgente”, chegou a relatar, até mesmo, a experiência de ter sido vítima de um arrastão em um restaurante em São Paulo. 

    Formada pela FACHA em 2015, a jornalista, nascida em Portugal, passou pelas redações da Agência EFE e da Globo News. Começou como repórter em 2015, na Band Rio, cobrindo denúncias, casos de violência e o noticiário sobre a cidade. Em 2018, já em São Paulo, assumiu a bancada do extinto “Café com Jornal”. Em 2020, também atuou como editora do tempo no “Jornal da Band” e, atualmente, é repórter especial.  

    Além disso, se dedica à criação de vídeos sobre jornalismo nas suas redes sociais e apresenta o podcast “Pare o Mundo Que Eu Quero Saber”. 

    1. Aline Pessanha 
    Na foto: a jornalista Aline Pessanha 
    Foto: Em Todo Lugar 

    Também no Grupo Bandeirantes, a jornalista se formou pela UNIFACHA em 2021. Hoje, atua especialmente na Rádio BandNews FM, cobrindo assuntos da cidade do Rio de Janeiro e, em especial, o noticiário policial. 

    Tem MBA em marketing pela UNIFACHA e é especialista em marketing político. Antes, foi assessora de imprensa da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coordenadora da assessoria de imprensa da Secretária de Saúde da cidade de São João de Meriti e estagiária de comunicação da Farmoquímica S/A e da DOTLIB. Também teve passagem pela InterTV, afiliada da Globo no norte fluminense.  

    Em abril de 2023, ela esteve na UNIFACHA durante uma palestra, e falou sobre sua carreira e os desafios de conciliar sua vida pessoal e com a faculdade: 

    1. José Argolo
    Na foto: o jornalista José Amaral Argolo 
    Foto: Reprodução/RJTV 

    Graduado em Jornalismo pela UNIFACHA e em Direito pela UERJ, Argolo conciliou sua carreira de jornalista com a de professor universitário, se destacando em diversas áreas, desde o jornalismo investigativo na TV Globo até a criação do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF. 

    Trabalhou nos jornais O Globo, O Dia, Última Hora e Jornal do Comércio, além da própria Globo. Foi professor da UNIFACHA nos anos 2000 e dirigiu a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ entre 2002 e 2006. Escreveu livros como “Reportagem Policial” e “Terrorismo e Mídia”. Tinha especialização em criminologia clínica e psicopatologia forense.  

    Também era mestre em filosofia, doutor em comunicação e cultura e fez pós-doutorado em jornalismo na USP. Passou seus últimos anos de carreira como professor da UFF e integrou a equipe responsável pela elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional, como representante da Escola Superior de Guerra. 

    Argolo faleceu em maio de 2024, aos 71 anos, sendo homenageado por diversas universidades pelos trabalhos prestados.  

    1. Tim Lopes
    Na foto: o jornalista Tim Lopes na década de 1970 
    Foto: Reprodução/redes sociais 

    O repórter policial mais emblemático do Brasil foi aluno da UNIFACHA ainda nos anos 70. Construiu uma carreira sólida, audaciosa e reconhecida como jornalista que revelava a realidade de comunidades marginalizadas.  

    Começou sua trajetória na revista Domingo Ilustrada e logo se destacou em jornais como O Globo, O Dia e Jornal do Brasil, e, ao longo dos anos, ganhou prêmios importantes como o Prêmio Abril de Jornalismo. Sua habilidade em narrar histórias de maneira humanizada o tornou uma referência no jornalismo em primeira pessoa.  

    Na TV Globo, já nos anos 90, se tornou produtor do Fantástico e produziu séries de reportagens sobre violência, funk e chegou a se internar em uma clínica de reabilitação para uma reportagem sobre dependentes químicos. Em 2001, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo por uma série de reportagens investigando um “Feirão de Drogas”. A série premiada era marcada pelo uso de uma câmera escondida para mostrar os traficantes vendendo drogas abertamente, no meio da rua.  

    Tim Lopes, então, se tornou conhecido e sua segurança pessoal se tornou uma preocupação. Em 2002, Tim Lopes tentava investigar um baile funk na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, mas acabou sendo identificado e assinado por traficantes. Sua morte foi um marco trágico no jornalismo brasileiro, destacando a coragem e a dedicação de Lopes ao expor injustiças, mesmo com os riscos à própria vida.  

    Tim Lopes deixou um legado de comprometimento com a verdade e com o jornalismo. Uma série documental do Globoplay, chamada “Onde Está Tim Lopes?” conta sua trajetória. Em 2019, ele foi homenageado pela FACHA com o batizado do Laboratório Jornalista Tim Lopes, além da inauguração de uma placa com seu rosto, que diz: “O Jornalismo Vivo”. 

    Na foto: manifestação por justiça e em memória do jornalista Tim Lopes 
    Foto: Reprodução/O Globo

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