Pega a pipoca! crítica do filme “Orion e o escuro”

Foto Capa: Divulgação/Netflix

Por Joana Rodrigues

Longa-metragem de animação produzido pela DreamWorks e lançado pela Netflix em fevereiro de 2024. O roteiro é escrito por Charlie Kaufman, um grande nome no cinema, já foi indicado ao Oscar e ganhou “melhor roteiro Original”. Conhecido pela excentricidade em suas histórias, que geralmente contém uma trama complexa e reflexiva.  

Têm crescido muito nos últimos anos, filmes infantis que abordam temas complexos e psicológicos como ansiedade, inteligência emocional e autoconhecimento. “Soul”, “divertida mente”, “Elementos” são alguns filmes da Disney que já trouxeram essa temática, transformando emoções e sentimentos em personagens lúdicos e mágicos. 

Uma trama com uma linearidade não definida, que difunde o presente, o passado e o futuro em um só e não deixa claro em que tempo realmente a história está se passando. Sendo assim a obra deixa em aberto para interpretações. O filme tem tantas reviravoltas que o clímax acaba perdendo a força e de certo modo esses elementos podem tornar a animação um pouco maçante, ainda mais para o público infantil. 

O personagem principal se chama “Orion” um nome marcante na mitologia grega. A história de um Deus, filho de Poseidon e Titã Gaia, maior caçador de todos os tempos que foi morto acidentalmente por sua amada. Quando ela se deu conta do erro, o colocou em uma constelação para não ser esquecido: a constelação de Orion.  

Créditos: Divulgação/Netflix

A animação produzida pela DreamWorks é repleta de detalhes subliminares com significados mais profundos, o que deixa a história mais instigante.  

Orion, um garoto com ansiedade de desempenho, começa a escrever um diário por recomendação do psicólogo escolar, falando sobre seus medos e inseguranças, como um objetivo terapêutico para conseguir se entender e extravasar seus sentimentos e pensamentos mais profundos. Ele é uma criança muito inteligente que pensa sobre as angústias da vida, tem crises existenciais, lê livros filosóficos. Então o filme o mostra na fase adulta, já com uma filha, também com nome de algo referente ao estudo das constelações, contando para ela a história da sua vida, querendo ensinar a filha a superar seus medos de uma forma diferente a qual seus pais o ensinaram. Então ele transforma esse ato de contar histórias em uma tradição de família. Mostra então a filha mais velha contando para o filho dela e a história fica ambígua. O que realmente aconteceu? Foi tudo inventado? Quem de fato estava contando a história? Em que parte ela é a imaginação do menino Orion? Vai passando os anos ao longo da própria história? Isso já se torna uma interpretação pessoal do espectador.  

É um filme cuja animação é em 3D, porém contém elementos em 2D representando os sentimentos de insegurança de Orion escritos em seu diário, dando assim uma imagem empática ao personagem principal, fazendo os expectadores entenderem e visualizarem as inseguranças do mesmo pela imagem. A animação traz uma beleza nas cores e toma muito cuidado com as cores do escuro junto com o néon, o que deixa o escuro muito mais lúdico e mágico.  

Um filme interessante para os pais e que ensina a enfrentar os medos de forma lúdica para crianças.

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