_{Crédito da foto: Agência Brasil – EBC} 

Por Adriano Farias. 

Já é de conhecimento geral, pelo menos na maioria das vezes, as boas condições fornecidas para esportistas profissionais. Sejam elas por diversos recursos que geram maior aporte financeiro e melhor condição para aprimorar sua forma, fazendo com que o atleta consiga se estabelecer apenas daquilo. 

Pelo outro lado, é preciso refletir que muitas pessoas no planeta gostam de esportes e sonham em praticar alguma modalidade profissionalmente. Infelizmente não existe lugar para todos, porém o amor é tanto que muitos indivíduos se esforçam para conciliar a prática com o trabalho em outra profissão, que é o que lhes sustenta financeiramente. 

Apesar de serem realidades distintas, muitas vezes os caminhos se cruzam em determinada competição, seja ela individual e coletiva. E em algumas vezes, ficou comprovado que a determinação surpreende qualquer garantia. 

Em abril de 2018, o japonês Yuki Kawauchi espantou a todos ao vencer a Maratona de Boston. Yuki era um atleta amador, não vivia da corrida, não tinha patrocinadores e sua carga treino ara bem inferior ao comparada a uma de atleta profissional, pois ele treinava apenas nas horas vagas. Ele trabalhava como inspetor de um colégio na cidade de Saitama, no Japão. E mesmo diante desses obstáculos, Yuki quebrou a hegemonia de quenianos e etíopes ao conquistar uma das maratonas mais tradicionais do mundo. 

Nos Jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023, o Brasil conquistou uma medalha inédita no beisebol. Numa campanha memorável, ao derrotar países como Venezuela onde a modalidade é o principal esporte, e Cuba que possui 12 medalhas de ouro. Isso tudo para uma equipe que não se classificava para o Pan desde 2007, quando sediou o evento, e com um time composto por 19 atletas amadores, todos estes atuando no Brasil, onde o esporte ainda não é profissionalizado, e apenas 5 profissionais. A medalha de prata conquistada no Chile foi um marco enorme para o esporte sem praticamente nenhum apoio do próprio país. 

Logo no início desse ano, já tivemos um grande feito no futebol inglês, país que o tem como principal esporte, e consequentemente a repercussão foi grande. O Maidstone United, clube amador da Inglaterra, fez história ao chegar a quinta fase da Copa da Inglaterra após eliminar o Ipswich Town, time atualmente disputando a primeira divisão do futebol nacional. O Maidstone, por sua vez, está na sexta divisão inglesa, sendo que da quinta para baixo as equipes são consideradas amadoras. Nunca um time não profissional havia chegado tão longe na competição. E um dos destaques da equipe nessa campanha foi o goleiro brasileiro Lucas Colovan, eleito melhor da partida no confronto contra o Ipswitch, onde a história foi escrita.