Arena da Amazônia resiste 10 anos depois de sua construção 

Foto Capa: reprodução/O Globo

Por Ryan Leal

Sede da Copa do Mundo de 2014, a escolha de Manaus para a realização do Mundial levantou muitos debates no fim dos anos 2000 sobre a utilização de um estádio construído em um local com pouca tradição futebolística. 10 anos depois, a Arena da Amazônia tem uma história marcada por desuso, eventos pontuais e esperança para o futuro. 

Construída no local ocupado pelo antigo Vivaldão, a Arena da Amazônia custou mais de R$600 milhões e recebeu 4 partidas da fase de grupos da Copa do Mundo de 2014. Com capacidade para 44 mil torcedores, o estádio também foi palco das Olimpíadas de 2016, recebendo 4 partidas do futebol masculino e duas do futebol feminino. 

Foto: Mauro Neto/Faar

Até os dias atuais, muitos fãs de futebol questionam as razões para Manaus ser a cidade da Amazônia na Copa e não Belém. Além de ter clubes conhecidos nacionalmente como Paysandu e Remo, a capital do Pará também contava com o Mangueirão, um dos estádios mais tradicionais do Brasil. 

Com a maioria da população amazonense torcendo para clubes do sudeste (de acordo com dados do IPEN, mais de 60% da população de Manaus torce para Flamengo e Vasco), clubes como Nacional e Rio Negro, que são os mais tradicionais do estado, nunca justificaram a construção de um estádio para mais de 40 mil pessoas. Assim como ocorre com o Mané Garrincha, a primeira solução seria a venda de jogos para clubes do sudeste, mas o alto custo de viagens e desgaste com o deslocamento são um grande empecilho. Em 2015, um ano após a realização da Copa, a arena recebeu apenas 13 partidas. 

Uma das grandes soluções encontradas para o local foi a realização de shows e eventos musicais. Na década de 2020, o estádio recebeu shows como Guns N’ Roses e Alok, além do Monster Tour, que levou para Manaus figuras como Scorpions, Kiss e Sepultura. 

Foto: Alex Pazuello/Semcom

Com o passar dos anos, a construção da Arena da Amazônia acabou fomentando o futebol local. Em 2019, a final do Campeonato Brasileiro Série D realizada entre Manaus e Brusque, teve o maior público da história do estádio, com 44.896 torcedores presentes. Em 2023, o Amazonas garantiu o acesso à Série B do Brasileirão diante de 44.509 pessoas ao vencer o Botafogo-PB. 

Principal clube do estado atualmente, o Amazonas manda a maioria dos seus jogos no Carlos Zamith, com capacidade para 10 mil pessoas. A Arena da Amazônia é usada apenas em ocasiões especiais, como o acesso para a Série B em 2023 e confrontos contra grandes times do sudeste. Em 2024, a equipe amazonense recebeu o Santos pela Série B e o Flamengo pela Copa do Brasil. 

A Arena da Amazônia é administrada pelo governo do estado amazonense e recebeu 42 jogos em 2024, incluindo Série B, Série D, Copa do Brasil, Copa Verde e Campeonato Carioca (Flamengo e Vasco venderam o mando de um de seus jogos no estadual deste ano). A seleção brasileira já disputou dois jogos no estádio, ambos válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 e 2022. 

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