Foto capa: Reprodução/CINEVITOR
Por Joana Rodrigues
“Trair e coçar é só começar” é um filme de comédia brasileira estrelado pela Adriana Esteves. Elenco composto também por vários atores conhecidos e de renome nas telas como: Mônica Martelli, Otávio Muller, Aílton Graça, Fabiana Karla, Cássio Gabus Mendes… entre outros.
Uma narrativa que prende a atenção e usa do artifício da lei de Murphy: Não há nada de errado que não possa piorar. Isso por si só já traz uma identificação, pois, quem nunca se enfiou em uma situação e para tentar consertar acabou só piorando tudo até que se viu enroscado em uma “sinuca de bico”?
Um filme bom para ver com a família e dar várias risadas das confusões da protagonista “Olímpia” que trabalha como faxineira e sempre tenta se livrar das situações mais escabrosas sem sucesso, se enfiando em outra confusão ainda maior. Apaixonada pelo porteiro do prédio em que trabalha “Nildomar”. Durante o longa-metragem ela tenta conseguir um aumento no seu salário e conquistar o coração do seu amado. Enquanto isso seus patrões passam por crises no relacionamento, desconfiados de uma possível traição, que na verdade não se passam de fofocas, que Olímpia ajuda a alimentar.
Não é possível comprovar uma “verdade”, a não ser que se tenha visto com os próprios olhos, tenham provas concretas ou uma confissão. Porém mesmo com provas e confissões até a justiça falha, quem dirá as verdades ou mentiras do dia a dia. Assim, com pequenas especulações, a fofoca se transforma em um telefone sem fio. Não existe nenhuma máquina que seja capaz de revelar a verdade sobre as pessoas. Ninguém consegue ler pensamentos ou intenções, então a fim de manter o convívio interpessoal, há a necessidade de se estabelecer um laço de confiança. Ainda mais quando se fala em “relacionamento matrimonial”.
Por isso é preciso de calma, comunicação, paciência e confiança, para não enlouquecer de vez! Porque no final, tudo pode se passar apenas de uma grande confusão, como acontece no filme, que tudo poderia ter sido resolvido com uma comunicação direta entre os casais. Uma narrativa com um humor de identificação, em que mostra que as pessoas se apegam a especulações e acabam alimentando suas inseguranças, se autossabotando com as armadilhas da mente.
Esse filme é baseado em uma peça de teatro brasileira escrita por Marcos Caruso. Essa peça foi adaptada para o cinema e para uma série no canal Multishow. A peça estreou em 26 de março de 1986, no Rio de Janeiro e ficou em cartaz por mais de 30 anos ininterruptos, quase 100 atores passaram pela peça durante esse tempo. E isso é um marco importante para a história, uma peça que durou década e percorreu gerações, continuando agradando diversos públicos pelo Brasil.
É uma história que gera uma identificação com todas as classes sociais e não perde a essência com o tempo. O cotidiano de uma mulher que trabalha fazendo faxina e o seu envolvimento no dia a dia dos patrões. Trabalhar fazendo faxina todos os dias em uma casa de família com certeza tem várias histórias para contar. Porque a pessoa está ali todos os dias inserida e vendo de perto a vida dos patrões. O filme estrelado por Adriana Esteves, tem uma movimentação bastante teatral, os personagens se movimentam muito no cenário e as coisas vão acontecendo tudo ao redor de um prédio.
O cotidiano de um prédio é um tema que gera muita curiosidade, Eduardo Coutinho, um grande diretor de documentário brasileiro, fez um filme sobre o cotidiano de um prédio, chamado “Apartamento 608”, em que ele documenta as diversas vivencias das pessoas naquele ambiente. O lugar em que se passa uma produção audiovisual é muito significativo para toda a história. Os lugares nos remetem lembranças e emoções. Quantas vezes após um término de amizade ou relacionamento amoroso, as pessoas têm repulsa ou dificuldade de ir a alguns lugares por lembrar fortemente da pessoa naquele ambiente? Então, a ambientação da história é crucial para uma narrativa de identificação.
Um filme que está disponível gratuitamente no YouTube, com uma carga na história do teatro brasileiro, vale a pena conferir para aliviar os estresses do dia a dia e encarar a vida com mais humor. Quem nunca encanou em uma possível traição que atire a primeira pedra.
