O papel do esporte pela paz

Foto capa: Reprodução/Colagem

Por Ellen Abreu

O esporte tem um papel fundamental na sociedade, pois consegue abraçar minorias e lutar para que alcancemos a paz por meio dele.

É preciso coragem para enfrentar adversidades e se posicionar. A seguir, alguns exemplos de clubes, atletas e campanhas no mundo esportivo que marcaram a história:

1 – Democracia Corintiana

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A Democracia Corintiana foi um movimento liderado por jogadores do Corinthians nos anos 1980, como Sócrates, Casagrande e Wladimir. Eles decidiram coletivamente sobre questões do clube, desafiando a ditadura militar e promovendo liberdade e participação dentro e fora do futebol.

2 – Barcelona contra a Ditadura Franquista

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Durante a ditadura de Franco (1939-1975), o FC Barcelona tornou-se um símbolo de resistência catalã. O regime tentou reprimir a identidade da Catalunha, proibindo sua língua e impondo controle sobre o clube. Em 1936, o presidente do Barça, Josep Sunyol, foi executado pelas tropas franquistas. Apesar da repressão, o clube manteve sua ligação com a região e, após o fim da ditadura, reforçou seu lema: “Més que un club” (Mais que um clube). Até hoje, o Barcelona faz questão de homenagear Sunyol todos os anos.

3 – Vasco contra o racismo

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O Vasco da Gama foi pioneiro na inclusão de jogadores negros e operários no futebol brasileiro. Em 1923, seu time campeão, conhecido como “Camisas Negras”, desafiou o racismo da época. Diante da pressão elitista para excluir jogadores negros, o clube recusou-se a ceder e fortaleceu sua identidade como símbolo de inclusão e resistência no esporte.

4 – Seleção Alemã contra a homofobia

Durante a Copa do Mundo de 2022, os jogadores da seleção alemã protestaram contra a proibição da braçadeira “One Love”, uma campanha criada para promover inclusão e diversidade, especialmente apoiando a comunidade LGBTQIA+. Na foto oficial da equipe, os jogadores posaram cobrindo a boca, simbolizando a censura. A Federação Alemã segue apoiando a diversidade no esporte.

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5 – Los Angeles Lakers e Boston Celtics – Black Lives Matter

Os dois times apoiaram movimentos como o Black Lives Matter (BLM), protestando contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos.

6 – Phoenix Mercury

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O time da WNBA teve um papel fundamental na campanha pela liberdade de Brittney Griner, presa na Rússia em 2022 por porte de óleo de cannabis, usado para a lesão de ateltas. A equipe, junto com a liga e outros atletas, pressionou o governo dos EUA até sua libertação em dezembro do mesmo ano.

Além disso, o Mercury é um dos times mais engajados na luta pelos direitos LGBTQIA+ e das mulheres, promovendo inclusão e igualdade no esporte.

Atletas que são voz fundamental em diversas causas

1 – Joshua Cavallo

Joshua Cavallo é um jogador de futebol australiano que se tornou um símbolo do ativismo LGBTQIA+ no esporte, sendo o primeiro jogador profissional em atividade a se assumir gay publicamente.

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Desde então, ele usa sua voz para combater a homofobia no futebol e incentivar mais inclusão e representatividade no esporte. No entanto, já revelou que recebe ameaças de morte diariamente.

2 – Carl Nassib

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Carl Nassib é um jogador de futebol americano que fez história ao se tornar, em 2021, o primeiro atleta da NFL a se assumir publicamente gay enquanto ainda estava em atividade. Sua declaração foi um marco para a representatividade LGBTQIA+ no esporte.

Além disso, Nassib apoia causas sociais e já doou para organizações como o Trevor Project, que oferece suporte a jovens LGBTQIA+.

3 – Gerard Piqué

Gerard Piqué sempre demonstrou apoio à independência da Catalunha, tornando-se uma figura controversa na Espanha. Ele defendeu o direito dos catalães ao referendo de 2017 e criticou a repressão policial contra os votantes.

Por isso, foi vaiado por torcedores da seleção espanhola, mesmo sendo um de seus principais jogadores. Apesar das críticas, Piqué manteve sua posição e reforçou seu compromisso com a identidade catalã dentro e fora do futebol.

4 – Marta

Créditos: Reprodução/Instagram

Marta é um dos maiores ícones do futebol feminino e uma voz ativa na luta pela igualdade de gênero no esporte. Com sua carreira vitoriosa, ela desafia preconceitos e inspira mulheres a conquistarem espaço no futebol.

Em 2019, durante a Copa do Mundo, usou chuteiras sem patrocínio para destacar a falta de investimento no futebol feminino. Seu discurso emocionado, incentivando meninas a lutarem por seus sonhos, tornou-se um marco do feminismo no esporte.

5 – Paola Egonu

Estrela do vôlei italiano, Paola Egonu já enfrentou e denunciou diversos casos de racismo dentro e fora das quadras. Um dos episódios mais marcantes foi quando repintaram a cor de sua pele. Filha de imigrantes nigerianos, sofreu ataques racistas ao longo de sua carreira, especialmente ao jogar pela seleção da Itália.

Após a Liga das Nações de 2022, emocionada, chegou a cogitar deixar a seleção devido às constantes ofensas raciais. No entanto, segue usando sua voz para combater o preconceito e promover a igualdade racial no esporte, tornando-se um símbolo de resistência no vôlei mundial.

6 – Serena Williams

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Serena Williams é uma das maiores tenistas de todos os tempos, com uma carreira marcada por conquistas impressionantes. O racismo sempre foi uma realidade para Serena, tanto dentro quanto fora das quadras. Desde jovem, ela e sua irmã Venus enfrentaram preconceito e discriminação, especialmente por serem negras em um esporte elitista e branco. Ela usa sua plataforma para denunciar injustiças raciais, tanto no esporte quanto na sociedade em geral. Além de enfrentar racismo pessoalmente, Serena também criticou o tratamento desigual que mulheres negras recebem em comparação com atletas brancos, especialmente em relação à forma como suas atitudes e habilidades são julgadas.

Através de seu ativismo, ela busca criar um ambiente mais inclusivo para atletas de todas as origens e promover mudanças no tratamento e na percepção de pessoas negras, tanto no esporte quanto na sociedade.

7 – Lewis Hamilton

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Lewis Hamilton é amplamente reconhecido não apenas como um dos maiores pilotos da Fórmula 1, mas também como um ativista apaixonado, especialmente no combate ao racismo e em favor da diversidade e inclusão. Como o primeiro e único piloto negro a competir na Fórmula 1, Hamilton tem usado sua visibilidade e influência para provocar mudanças significativas, tanto no esporte quanto fora dele.

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