Foto de capa: Reprodução/Mundo Educação
Por Carolina Scotton
No dia 14 de abril é comemorado o Dia Mundial do Café. A comemoração dessa data foi estabelecida em 2015 pela Organização Internacional do Café (OIC) para comemorar a bebida, seus produtores e mostrar a importância do café na economia mundial.

Sua origem se deu na África, mais especificamente na Etiópia, no entanto, o que muitos não sabem é que o início do seu consumo é resultado da Lenda de Kaldi. Segundo ela, um pastor de cabras teria se interessado pela reação mais ativa de seus animais ao comer certo fruto, o que fez com que o mesmo também o provasse com a ajuda de um monge. Como resultado, eles se viram em uma sensação de entusiasmo, posteriormente sendo descoberto o efeito da cafeína.

Créditos: Reprodução/Wikipédia
O café chegou ao Brasil no ano de 1727, em Belém do Pará. Foi trazido da Guiana Francesa por Francisco de Mello Palheta, a pedido do então governador do Maranhão e Grão Pará, se estabelecendo inicialmente no Vale do Paraíba, o que iniciou em 1825, um novo ciclo econômico no país. Por quase um século, o café foi a grande riqueza brasileira, e as divisas geradas pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil e o inseriram nas relações internacionais de comércio.
A cultura de tomar um café

Atualmente a nova moda é frequentar cafeterias com amigos e pedir um cafezinho, porém, não é de hoje que a tradição de tomar café é um sinônimo de socialização. Culturalmente, tanto pela manhã como pela tarde, procuramos aquele tempinho de pausa entre trabalho e estudo para relaxar e tomar uma xícara de café, abrindo espaço para boas conversas. Foi assim que se deu origem ao termo “coffee break”, expressão em inglês que significa “pausa para o café”.
A febre das cafeterias

Com a cultura do coffee break em alta, surgiram diversas cafeterias que proporcionam a seus clientes, além de ótimos cardápios, diferentes experiências, ambientes e conforto. Tornando um momento mais longo e memorável. Um grande exemplo é o Gato Café, cafeteria temática de gatos. A proposta é que os visitantes, além de consumirem os produtos, possam interagir com os felinos e, quem sabe, adotá-los e levá-los para casa, unindo experiência com boa ação.
O café como uma arte

O latte art é uma técnica que surgiu em meados do século 19 e consiste nos desenhos feitos em cima da xícara de capuccino. Os responsáveis por essa arte são chamados baristas, e participam de concursos para avaliar a exuberância e técnica das criações.
Gustavo Bastos, de 29 anos, é mestre de torra e barista em algumas cafeterias de cafés especiais como freelancer e possui seu próprio projeto de microtorrefação chamado Seiva com outras duas baristas e explicou, “como barista você é responsável pela qualidade do café em uma cafeteria, usando técnicas de extração e controlando as variáveis numa receita de café, como a granulometria (espessura do pó) e a gramatura (peso). Precisa entender a origem dos cafés que são oferecidos no local, como o processo e variedade dos grãos; desenvolver novas receitas para o cardápio também é importante, e com todos esses conhecimentos podemos entregar uma experiência agradável para os clientes”.

E por fim, concluiu dizendo sobre a responsabilidade sobre o estudo contínuo na área, “eu acredito que para ser um grande barista você precisa estar sempre se atualizando e estudando, porque o café é uma matéria viva que muda de acordo com seu terroir (microclima da região), práticas de cultivo e beneficiamentos, como a fermentação, e além disso tudo existem as questões climáticas que a cada ano interferem mais e mais nas regiões produtoras, trazendo muitos desafios para o cultivo do nosso cafezinho de cada dia”.
Dessa forma, essa bebida quentinha de nossas manhãs, além de possuir uma vasta história, é uma arte, um estudo de extrema importância para a construção cultural e econômica do país, fomentando a geração de renda e as relações sociais como um todo.
