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Por Larissa Reyes
Com a chegada do Dia da Ecologia, em 5 de junho, é essencial destacar as novas ideologias sustentáveis, que vêm ganhando força em meio a uma sociedade consumista. Nesse contexto, o conceito de moda sustentável desempenha um papel fundamental no futuro do meio ambiente.
Desde seu surgimento, entre as décadas de 1960 e 1990, a moda sustentável representa mais do que uma simples tendência – é uma nova forma de pensar, que considera todo o ciclo de vida de uma peça, desde sua produção até o descarte, buscando minimizar os impactos ambientais. Além da preocupação ecológica, a sustentabilidade na moda abrange também a responsabilidade social, promovendo condições de trabalho justas, valorizando a diversidade e inclusão, e apoiando pequenos negócios, tornando o setor mais ético e consciente.
Os desafios da moda sustentável em um mundo dominado pelo fast fashion
Mesmo com mais de 30 anos desde sua criação, as marcas e modos de produção ainda são predominantemente voltados para o fast fashion, e sem previsão de desaceleração. Esse modelo de moda produz roupas com o intuito de serem consumidas de forma acelerada e por preços mais acessíveis, mas acaba gerando um custo muito maior para o meio ambiente e para as pessoas envolvidas na sua fabricação.
Embora a preocupação com sustentabilidade na moda esteja crescendo, especialmente entre os jovens, grandes marcas ainda resistem à mudança. Isso ocorre porque o fast fashion oferece vantagens comerciais que tornam sua manutenção atrativa, como preços baixos, estilos influenciados por tendências passageiras e rotação constante de estoque. Esse ciclo acelerado estimula o consumo e dificulta a ascensão de alternativas mais sustentáveis.
A transição para um modelo mais sustentável depende, portanto, de uma mudança na mentalidade dos consumidores e de políticas que incentivem práticas responsáveis no setor. Até que essa transformação aconteça em larga escala, o fast fashion continuará sendo dominante, mesmo que seus impactos negativos se tornem cada vez mais evidentes.

Celebridades que apoiam a moda sustentável e seu impacto no consumo
Uma das maiores modelos brasileiras, Gisele Bündchen, também é uma das maiores defensoras da sustentabilidade, chegando a apostar em looks sustentáveis de grandes marcas para tapetes vermelhos e eventos importantes, e até mesmo repeti-los. Seu impacto é tão importante que Gisele já foi reconhecida e premiada por diversas instituições como a Global Environmental Citizen Award, de Harvard, o Instituto do Meio Ambiente e da Sustentabilidade da UCLA (Universidade da Califórnia), além de ter sido designada Embaixadora da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

A atriz britânica Emma Watson é uma ativista de longa data com causas ambientais e usa sua visibilidade para reforçar constantemente a importância da sustentabilidade na moda. Ao longo dos anos, Watson tem incorporado essa ideologia em diversas aparições públicas, destacando a necessidade de uma indústria têxtil mais consciente. Para promover a ideologia, Watson já usou um vestido Calvin Klein feito de garrafas de plástico recicladas no Met Gala, em 2016, e optou por usar apenas roupas ecológicas durante a divulgação do filme “A Bela e a Fera”, em 2017, reforçando seu compromisso com práticas sustentáveis e incentivando o público a repensar o impacto do consumo na moda.

O cantor e produtor Pharrell Williams é outro exemplo de celebridade que apoia a moda sustentável. Ele é cofundador da marca de roupas Bee Line, que prioriza a produção ética e a utilização de materiais sustentáveis em suas coleções. Williams é um defensor da moda eco-friendly e sempre busca incentivar seus fãs a repensarem suas escolhas de moda em prol do meio ambiente.

As atrizes brasileiras Marina Ruy Barbosa e Glória Pires se destacam na moda sustentável por meio de suas marcas, que priorizam práticas ecológicas e responsáveis. A Ginger, marca de Marina, aposta em processos de produção inteligentes, uso de tecidos sustentáveis e etiquetas feitas de papel semente. Além disso, a marca apoia ONGs e projetos sociais voltados para impacto ambiental e inclusão, ampliando sua atuação para além da moda.

Já a Bemglô, criada por Glória em 2014, tornou-se um dos primeiros marketplaces sustentáveis do Brasil, com foco na comercialização de produtos de baixo impacto ambiental. Seus itens são fornecidos de forma artesanal, por meio do trabalho de um grupo específico de artesãs e pequenos produtores. Em 2020, a Bemglô foi certificada como Empresa B, reconhecimento concedido a companhias que adotam soluções socioambientais e operam com responsabilidade social.
Com essas iniciativas, ambas contribuem para uma moda mais consciente, promovendo alternativas sustentáveis e incentivando o consumo responsável no Brasil.

Como apoiar a causa da sustentabilidade na moda
Para as pessoas que desejam seguir o exemplo dessas celebridades e adotar práticas sustentáveis em seu dia a dia, existem diversas maneiras de incorporar a moda sustentável de forma prática. Optar por marcas que utilizam materiais orgânicos, vintage ou reciclados, além de fazer trocas e empréstimos de roupas com amigos, são formas acessíveis de reduzir o impacto ambiental do consumo. Outra alternativa é reutilizar peças antigas, evitando o descarte desnecessário e prolongando a vida útil das roupas. Investir em peças de qualidade que durem mais tempo e realizar compras em bazares de segunda mão também são práticas sustentáveis que ajudam a diminuir o desperdício na indústria têxtil. Além disso, participar de comunidades online e grupos de discussão sobre moda ética e eco-friendly pode ser uma ótima maneira de se manter informado e incentivado a fazer escolhas mais conscientes.
Com essas ações simples, tanto o meio ambiente quanto a indústria da moda são beneficiados, promovendo um consumo mais responsável e uma cadeia produtiva mais sustentável.
