Dia do Dublador: Veja os maiores dubladores do Brasil

Foto capa: View Genially

Por Pedro Cândido

No dia 29 de junho, é celebrado o Dia do Dublador. A data homenageia os profissionais que dão vida aos personagens de filmes, desenhos, séries e jogos, tornando acessível e próxima uma produção que, muitas vezes, nasceu em outro idioma, outra cultura, outro contexto. 

A história da dublagem no Brasil começou oficialmente nos anos 1930, com os primeiros filmes estrangeiros sendo exibidos nos cinemas brasileiros. Na época, a maior parte da população não era alfabetizada, o que tornava as legendas pouco eficazes. A dublagem surgiu como uma solução para tornar o cinema falado compreensível ao público local, com o tempo, transformou-se em arte. 

O primeiro estúdio de dublagem no país foi a AIC, fundada em São Paulo, que ficou famosa por dublar seriados americanos como “Perdidos no Espaço”, “Jeannie é um Gênio” e “A Feiticeira”. A partir dos anos 1960, a prática consolidou-se com a chegada da televisão, e o trabalho dos dubladores passou a fazer parte da rotina de milhões brasileiros. O que começou como adaptação virou identidade, personagens estrangeiros passaram a ter sotaques, expressões e ritmos brasileiros, além disso muitos ficaram até mais famosos aqui do que em seus países de origem. 

Entre os inúmeros profissionais que marcaram época, alguns nomes se destacam no cenário atual da dublagem nacional. 

Wendel Bezerra

Foto: Wiki fandom

Começou a dublar em 1981. É conhecido por ter dublado personagens como Goku, em “Dragon Ball Z”, e Bob Esponja, em “Bob Esponja Calça Quadrada”. Também dirigiu dublagens de filmes e animes e fundou seu próprio estúdio. 

Alexandre Moreno

Foto: Wiki fandom

Alexandre Moreno é o dublador oficial de Adam Sandler no Brasil, além disso fez Derick de Grey’s Anatomy e em diversos filmes sobre Gato de Botas, como em Shrek 2, em que ele deu voz ao personagem, além disso teve papéis em animações como Kaká em Johnny Bravo e Leão Alex em Madagascar. 

Guilherme Briggs

Foto: Wiki fandom

Começou a dublar profissionalmente em 1991. Deu voz a personagens como Buzz Lightyear em “Toy Story”, Superman nas animações da DC e de Henry Cavill, Freakazoid e Cosmo em “Os Padrinhos Mágicos”, além de Han Solo nos filmes mais recentes de Star Wars.

Angélica Santos

Foto: Wiki fandom

Iniciou a carreira artística em 1983 com teatro da Turma da Mônica, começando a dublar no mesmo ano. É conhecida por dar voz ao Cebolinha desde 1984, personagem que continua até hoje, além disso, também ficou famosa por interpretar figuras como Kevin Arnold (Anos Incríveis), Oolong (Dragon Ball), Sonya Blade (Mortal Kombat X/11), Kate Austen (Lost) e várias atrizes de Hollywood, incluindo Reese Witherspoon e Drew Barrymore. 

Futuro da dublagem com I.A

Mas o futuro da profissão é desafiador. Com o avanço da inteligência artificial, já existem ferramentas capazes de replicar vozes humanas com extrema fidelidade, inclusive em múltiplos idiomas. Empresas do setor audiovisual têm testado sistemas que “dublam” filmes automaticamente, com clones de voz treinados por IA. Embora a tecnologia ainda enfrente limitações em expressividade e interpretação, muitos profissionais veem nisso uma ameaça real à continuidade do trabalho como ele é feito hoje. 

Ao mesmo tempo, cresce o debate sobre direitos autorais de voz, ética na reprodução de performances e o valor do fator humano na construção de personagens. Dublagem, afinal, não é só som, é interpretação. E, por mais que a tecnologia avance, ela pode até moldar a voz, mas a emoção verdadeira na fala do personagem, vem da interpretação do dublador. 

No Dia do Dublador é mais do que uma homenagem. É um lembrete da importância de valorizar quem transforma histórias estrangeiras em memórias brasileiras e da necessidade de proteger essa arte diante dos desafios que o futuro já começa a trazer. 

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