Foto Capa: reprodução/HobaSorveteria
Por Arthur Líbero
No dia 7 de julho é celebrado o Dia Mundial do Chocolate, e no Brasil, país apaixonado pelo cacau, a data é motivo de festa para quem ama o doce mais popular do mundo. Na sorveteria Hoba, que fica localizada em Botafogo (RJ), a paixão vai além do consumo: por lá, o chocolate é tratado como uma matéria-prima de excelência, usada tanto nos sorvetes quanto nas sobremesas da confeitaria. Mais do que um sabor, ele é um símbolo de afeto e inovação.
“O chocolate está muito presente no nosso cardápio, tanto no catálogo de sorvetes quanto nas sobremesas”, explica Miguel Tinoco, responsável pelo setor de pesquisa e desenvolvimento da confeitaria da Hoba. Entre as opções geladas, se destacam o Triplo Chocolate, o Chocolate com Cupuaçu e até uma versão zero açúcar, feita especialmente para atender pedidos de clientes com restrições alimentares ou preferências por doces menos intensos.

A confeitaria, por sua vez, virou terreno fértil para experimentações, “temos o brownie, o bolo vulcão, a torta cookie com ganache de chocolate e a Fondant, criada originalmente para o Dia dos Namorados e que acabou ficando”, conta Miguel. Mas o verdadeiro sucesso atual atende por outro nome: Matilda, uma homenagem à clássica cena do filme em que uma criança encara um bolo de chocolate gigante.

“O Matilda virou um hype, foi um dos primeiros doces que planejamos quando comecei aqui. E quando entrou no cardápio, vendemos dois bolos inteiros em um dia. Hoje nos preparamos para os fins de semana com produção de até 60 fatias”, afirma.
Do grão à receita: o chocolate artesanal da casa
Diante da valorização do chocolate no cardápio e do cenário mundial de crise do cacau, com preços que, segundo o próprio confeiteiro, chegam a quase R$ 200 o quilo, a Hoba decidiu investir em uma alternativa ousada: passou a produzir seu próprio chocolate. “A gente desenvolve a partir do cacau 100%, o que nos permite controlar a porcentagem de açúcar e criar sabores com 63%, 71%, ou o que quisermos. Isso dá mais versatilidade, criatividade e ajuda no custo”, explica Miguel.
Essa verticalização também contribui para manter os preços dos produtos acessíveis, mesmo em tempos de inflação global na cadeia do chocolate. A medida é ainda mais relevante considerando o comportamento dos consumidores brasileiros.
Segundo dados da ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), cada brasileiro consome, em média, 2,6 kg de chocolate por ano. E, apesar da produção ter diminuído devido às oscilações no mercado do cacau, a demanda por produtos artesanais e de alta qualidade segue em crescimento, principalmente nas regiões urbanas e no inverno.
“O frio aqui no Rio, que não é tão comum, impulsiona muito o consumo de chocolate. A gente sente isso na loja. Chocolate quente, sobremesas mais densas, tudo que traga conforto ganha destaque”, observa Miguel.
Versatilidade e afeto
Para o confeiteiro, o chocolate carrega mais do que sabor, ele está profundamente ligado à memória afetiva e à sensação de prazer. “Ele está presente em quase todas as mesas do Brasil. É um produto importante comercialmente, culturalmente e emocionalmente. Tem estudos que associam o consumo à felicidade. E, claro, é muito gostoso de trabalhar”, conta.
Mesmo com tantos sabores em destaque, Miguel não tem dúvidas sobre qual doce recomenda para celebrar o Dia Mundial do Chocolate, “com certeza o Bolo Matilda. Foi um projeto que a gente colocou muita expectativa e que superou todas. É o nosso queridinho”.
A sorveteria Hoba está aberta todos os dias entre 12h e 22h, na Rua Fernandes Guimarães, 49 – Botafogo,

Seja em fatia, em colher ou em casquinha, a Hoba nos mostra como o chocolate pode ser usado para criar algumas das receitas mais criativas e amadas do público, o que o torna ainda mais especial.
