Brasil e Colômbia protagonizam disputa pela hegemonia do futebol feminino sul-americano

Foto capa: Arquivo pessoal

Por João Gabriel Vasconcellos e Ryan Leal

Brasil e Colômbia se enfrentam na sexta (25/07) pela Copa América Feminina em duelo que vale a liderança do grupo B para as brasileiras e a classificação para a semifinal pelo lado das colombianas. Para além dos 3 pontos em jogo na 5ª e última rodada da fase de grupos da competição, a partida coloca frente a frente as duas principais seleções da América do Sul e consequentemente as principais favoritas ao título da competição.

Campeão de 8 das 9 edições da Copa América Feminina e com 3 vitórias em 3 jogos na atual edição, o Brasil busca reafirmar o seu protagonismo no continente e continuar crescendo a nível mundial. Embalada pela medalha de prata nas Olimpíadas de 2024 em Paris, a equipe de Arthur Elias quer conquistar o seu nono título na competição sul-americana e tem como principal objetivo a conquista inédita da Copa do Mundo, que será realizada em 2027 em solo brasileiro.

Foto: Lívia Villas Boas/ CBF

Apesar do poderio no próprio continente, o Brasil nunca conseguiu repetir o mesmo sucesso fora da América do Sul. Em Jogos Olímpicos, a seleção chegou à final nas edições de Atenas 2004, Pequim 2008 e Paris 2024, perdendo para os Estados Unidos nas três oportunidades e ficando com a medalha de prata. Na Copa do Mundo, seu melhor resultado foi o vice-campeonato na edição de 2007, quando foi derrotada pela Alemanha na decisão.

Foto: Lívia Villas Boas/ CBF

Principal jogadora do país há mais de duas décadas, Marta chegou a anunciar a aposentadoria da Seleção após a prata nas Olimpíadas de Paris, mas decidiu retornar em 2025 após ficar balançada com a possibilidade de disputar sua última Copa do Mundo no Brasil, quando terá 41 anos. Nessa Copa América, dentro de campo, a Rainha tem um desempenho até então discreto, com duas assistências em três jogos.

Jogadoras como Kerolin e Amanda Gutierres, artilheiras da equipe na competição com 3 gols cada, são um dos exemplos de que o futuro do futebol feminino brasileiro está em boas mãos. Outros nomes como Luany, Gio e Jhonson também despontam como candidatas a protagonistas da seleção pós-Marta.

Foto: Conmebol

Na última Copa América, realizada em 2022 na Colômbia, até então pelo comando da sueca Pia Sundhage, o Brasil foi campeão com 100% de aproveitamento e nenhum gol sofrido na competição. O título veio após vitória de 1 a 0 justamente sobre as donas da casa, que retornam nesta edição em busca do título que seria inédito e histórico e, por consequência, desafiar a dinastia brasileira em solo sul-americano.

Linda Caicedo, craque da Colômbia. Foto: Conmbebol

Com jogadoras de destaque em clubes como Real Madrid, Chelsea e na liga dos Estados Unidos, a Colômbia é fruto de um trabalho que vem desde a vitória contra a França na Copa do Mundo de 2015 e o empate com os EUA nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. No ano seguinte, a liga local se profissionalizou e bons nomes começaram a surgir, como a lateral Ana Maria Guzmán, com passagem na Europa e recém contratada pelo Palmeiras, e atacante do Real Madrid, e Linda Caicedo, destaque da última Copa do Mundo, realizada na Austrália e Nova Zelândia em 2023, e finalista do prêmio de melhor jogadora do mundo no The Best, da FIFA, ao lado das craques espanholas Aitana Bonmatí e Jenni Hermoso.

Vanegas comemora gol da vitória da Colômbia sobre Alemanha na Copa do Mundo Feminina (Foto: Franck Fife / AFP)

A seleção colombiana vive o seu melhor momento na história, sendo as únicas, além do Brasil, a não faltarem nenhuma competição em todos os âmbitos (profissional e base) na história do futebol feminino sul-americano. A Colômbia se consolida cada vez mais como a grande concorrente das brasileiras no continente, com a consolidação desse trabalho rendendo frutos esportivos como a participação no Mundial sub-20 em 2022 após 12 anos (a único havia sido em 2010), o vice-campeonato no Mundial sub-17 também em 2022, o vice-campeonato da Copa América no mesmo ano, jogando em casa e a histórica campanha na Copa do Mundo de 2023, onde as tricolores caíram para a vice-campeã Inglaterra nas quartas de final.

Foto: Conmbebol

Para o ciclo dos Jogos Olímpicos de 2028, a ideia da Colômbia é continuar apostando na mescla de experiência e juventude para brigar ainda mais firme pelo título desta Copa América e fazer uma campanha ainda melhor na Copa do Mundo de 2027, que será disputada no Brasil, para chegar forte à Los Angeles e fazer história mais uma vez. O desafio não é simples, mas as Cafeteras sabem que uma vitória sobre o Brasil na partida desta sexta (25/07) é crucial não só na tabela, mas na confiança de que a conquista é sim possível.

A partida entre as duas seleções será nesta sexta (25/07), às 21h, no estádio Banco Guayaquil. Já classificado com 9 pontos, o Brasil precisa de um empate para terminar a fase de grupos como líder do grupo B, enquanto a Colômbia, que soma 7 pontos, precisa de um empate para avançar à semifinal sem depender do resultado do jogo entre Paraguai e Venezuela, que ocorrerá simultaneamente. O confronto terá a transmissão da TV Brasil e do SporTV.

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