Foto Capa: reprodução/superprof
Por Pedro Cândido
A bateria surgiu no início do século XX, quando músicos de jazz nos Estados Unidos passaram a reunir bumbo, caixa e pratos em um mesmo conjunto. Inicialmente a bateria era uma solução prática para bares e clubes, mas rapidamente transformou-se em algo maior. A partir dali, os bateristas deixaram de ser apenas coadjuvantes para tornarem-se protagonistas, cada um reinventando a linguagem do instrumento em sua época.
Décadas de 1930 e 1940

No auge do swing jazz, que eram improvisações dos músicos, Gene Krupa chamou atenção ao levar os solos de bateria para o centro do palco, algo que ninguém havia feito antes. Pouco depois, Buddy Rich impressionou plateias com uma técnica que até hoje parece inalcançável, unindo velocidade e precisão em níveis nunca vistos. Max Roach, por sua vez, mudou a lógica da bateria dentro do jazz. Ele não se limitou a acompanhar. Criou independência entre os membros do kit e transformou o instrumento em voz própria dentro da improvisação.
As décadas de 1960 e 1970

A explosão criativa dos anos 1960 abriu novas fronteiras. Elvin Jones, tocando com John Coltrane no jazz, levou a bateria para um território mais espiritual e polirrítmico. Tony Williams, ainda adolescente, já estava ao lado de Miles Davis misturando jazz e rock e antecipando a chegada do fusion. No universo pop, Ringo Starr mostrou que simplicidade podia ser sinônimo de identidade, com linhas que marcaram a história dos Beatles. No rock pesado, John Bonham virou sinônimo de potência. Sua pegada moldou o hard rock e o metal. Keith Moon, do The Who, trouxe teatralidade e caos, com uma energia que parecia prestes a explodir a cada apresentação.
A técnica dos anos 1970 e 1980

Com o fusion em alta, a bateria passou a ser palco de exibição técnica. Billy Cobham impressionava pelo vigor físico e pela velocidade de execução. Steve Gadd mostrou como o simples pode soar sofisticado, com grooves que se tornaram referência em gravações de estúdio. Neil Peart, do Rush, transformou o rock progressivo em espetáculo, com arranjos elaborados e apresentações monumentais. Terry Bozzio levou a ambição ainda mais longe, ampliando seu kit até transformá-lo em uma verdadeira orquestra de percussão.
O cenário dos anos 1990 e 2000

Nos anos 1990, a bateria voltou a soar crua e agressiva com Dave Grohl no Nirvana. Ao mesmo tempo Dennis Chambers consolidava seu lugar como mestre do funk e do fusion. Carter Beauford, da Dave Matthews Band, surpreendia pelo estilo ambidestro e pelas linhas cheias de inventividade. Mike Portnoy, no Dream Theater, popularizou a linguagem complexa do metal progressivo e levou arranjos intrincados para grandes públicos.
Dia para os bateiristas
A história da bateria é marcada por muitos gênios da música como o John Bonham, Neil Peart, Mike Portnoy e Ringo Starr, cada geração desafiou o que se pensava possível fazer atrás de um kit. Mais de cem anos depois de sua criação, o instrumento continua em transformação. Hoje, os baterisita servem tanto como suporte rítmico, quanto como a cozinha rítmica da música.
