Foto capa: Reprodução/Boletim RJ
Por Bárbara Ballerini
Nesta terça-feira (18), a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, com o jornal Lance, produziu o Lance Talks, um evento cujo intuito era promover palestras de discussão sobre assuntos esportivos de grande atuação na cidade do Rio de Janeiro. Como falar do Rio é falar de praia, o Lance Talks trouxe para seu público uma palestra mediada pelo jornalista do Lance Thiago Fernandes, com o vereador Fernando Armelau (PL), a atleta de vôlei Ágatha Rippel e o sócio-diretor da Areia Games, Luiz Paulo Moura, para discutirem sobre o potencial da orla carioca como a maior arena de eventos esportivos ao ar livre do mundo.
A palestra teve início com os participantes apresentando os benefícios do uso das areias do Rio de Janeiro como arenas esportivas, como a geração de empregos, a atração de turistas e a influência positiva sobre a população na prática regular de esportes. O vereador Fernando Armelau destacou como a cidade tem tópicos essenciais como a beleza natural, qualidade dos atletas e cultura esportiva que podem levar a cidade do Rio como capital mundial dos esportes de areia, que por sua vez vem se tornando cada vez mais populares e diversos em suas modalidades, indo do tradicional vôlei de praia até o beach tennis.

Luiz Paulo Moura, como produtor de grandes eventos esportivos, compartilhou sua experiência na área e como as consequências desses grandes eventos são positivas para a população e para a cidade. Eventos desse porte giram a economia do local. Em entrevista ao Em Todo Lugar, Luiz Paulo declarou a aliança do setor público com o setor privado e a organização profissional dos projetos como pontos principais positivos de influência na prática de esportes. “Primeiro é a aliança com o setor público e o outro ponto é a organização profissional desse projeto, é entender que as praias são um bem público e que precisam ser bem cuidadas, então é preciso construir esses eventos com ordem e segurança e conseguir trazer os elementos que vão trazer a condição de financiamento desses projetos”. Quando questionado sobre a criação de calendários fixos para as competições, demonstrou profundo interesse em oficializar esses calendários esportivos e que eles consigam abranger diversas modalidades esportivas. “O nosso trabalho é exatamente criar esses grandes eventos em diferentes modalidades e temos um histórico grande na realização de eventos em esportes de areia, principalmente o vôlei de praia, mas o Rio de Janeiro tem o potencial para desenvolver projetos de grande porte em diferentes modalidades. Temos os esportes de água, temos o beach soccer, o futevôlei que traz a essência do carioca. Todos podem se transformar e serem embalados com produtos atraentes para o público, as marcas e para os parceiros de mídia”. A questão ambiental sempre é uma pauta crucial a ser discutida quando eventos de grande porte são efetuados. A manutenção do ecossistema é um fator que, segundo o sócio-diretor da Areia Games, é algo que mantém sua atenção. “Como você faz essa gestão de resíduos, a neutralização da emissão de carbono, é algo que estamos muito atentos, é um dever nosso, é um bem público e, se a gente vai usar esse bem, e queremos usar durante muito tempo, a gente tem que mantê-lo cada vez mais saudável do ponto de vista ambiental.”

Do ponto de vista de um atleta, a jogadora de vôlei Ágatha Rippel demonstrou muita empolgação com o tema. Em palestra, contou que foi assistindo aos jogos olímpicos com apenas nove anos que surgiu a vontade de ser uma atleta olímpica, e que com a criação de eventos esportivos nas praias com mais frequência e assiduidade, outras pessoas de diferentes idades serão igualmente influenciadas pela prática de exercícios, e como é importante trazer as práticas esportivas para perto. “O que você conhece mais, você passa a amar. Então, trazer essas modalidades para perto das pessoas, para que de repente, em um primeiro momento, elas comecem apenas assistindo, em um segundo momento, se inspirem a praticar no seu dia a dia, é incrível, porque isso está promovendo saúde”. Agatha também reforçou a ideia da parceria público-privada como uma solução importante para haver a efetuação permanente das orlas como arenas esportivas, e com ideias mais abertas a investimentos externos, a facilidade de ocorrência desses eventos se torna real. “Quando a gente tem um poder público mais aberto, nos facilita a ter mais empresários buscando fazer com que os eventos aconteçam e aí buscando patrocínios, e toda a parte privada está acontecendo junto. Acho que o principal ponto é o poder público e privado estarem caminhando juntos”.
A conversa trouxe para as pessoas presentes no salão nobre da câmara municipal mais reflexão e inspiração de melhorias na cidade. O estudante universitário João Pedro Martins notou a importância esclarecida das ações mencionadas: “Eu achei uma excelente oportunidade de mostrar não só para os cariocas, mas também para os turistas, mais eventos esportivos na orla. Acho que é uma grande adição para o turismo em geral.”
A também estudante universitária, Marina Fernandes, relatou que já foi atleta de vôlei de praia e ver uma pauta tão relevante sendo levada em discussão a interessou como algo importante para os atletas e para a cidade. “Eu já joguei vôlei de praia, então tudo que ela falou realmente, você jogar em um cenário como Copacabana, acho que qualquer atleta de esportes relacionados à praia vai gostar, pois é uma sensação única, então esse trabalho de valorização é muito bom e único para a nossa cidade do Rio de Janeiro”.
