_{Foto de capa: Marcelo Martins/RioTur} 

Por Bernardo Magno

A GRES São Clemente foi fundada em 25 de outubro de 1961, por um grupo de jogadores do time de futebol de mesmo nome em homenagem à rua São Clemente, no bairro de Botafogo, rua em que a maioria dos atletas moravam. Indo para um jogo em Japeri, Ivo Gomes da Rocha, o capitão do time, viu duas barricas vazias de uma quitanda e como era apaixonado pelo samba, decidiu transformá-las em instrumento de percussão para a viagem, o que imediatamente deu a ideia de criar um bloco que mais tarde viraria a escola. 

As cores preta e amarela surgiram após Ivo ver uma partida nas Laranjeiras entre Fluminense e Penãrol, a combinação de cores do time uruguaio agradou e ele decidiu colocar na São Clemente. 

Depois do quinto lugar na série Ouro de 2024, a escola contratou o carnavalesco Mauro Leite. que foi um dos últimos pedidos na vida de Rosa Magalhães, que a escola contratasse o artista para a realização desse carnaval. Com o enredo “A São Clemente dá a voz a quem não tem’’, um manifesto pelos animais de rua e contra os maus tratos. 

A comissão de frente coreografada por David Lima significava: “O que mais se aproxima da divindade do que dar a vida é o ato de resgatar uma”. Na comissão, os animais de rua resgatam uma sacola que ia para o lixo até que eles abrem percebem que é um ser humano e é recebido pelas bênçãos de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais. 

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alex Marcelino e Thais Romi, estrearam pela escola como primeiro casal e dançando juntos, com a fantasia ‘’Nobres Felinos’’. Na apuração, o casal teve dois 9.9 e dois 10, sendo que um dos 9.9 foi descartado. O Abre-Alas da escola representava as bênçãos de São Francisco de Assis sob os animais de rua. 

Ponto alto do desfile foi a Fiel Bateria comandada por Mestre Marfim, que foi o único quesito a gabaritar os 40 pontos na apuração. os ritmistas clementianos representaram São Francisco.  

O segundo setor do desfile representava os perigos que os animais de rua enfrentam no dia a dia, como o abandono, a fome, o veneno, o perigo e os maus tratos. Todos representados na segunda alegoria “O circo dos horrores”.  

O terceiro setor falava de como melhorar a vida desses animais, dando amor, lar, cuidados veterinários. Sendo finalizado na última alegoria “O povo te adotou”. 

Ao olhar o desfile da São Clemente, percebe-se   uma dificuldade de carnavalizar o enredo sobre os animais de rua. Porém, o desfile do carnavalesco Mauro Leite teve bastante dificuldade de leitura e de coesão entre as alas e as alegorias.  

A escola terminou na décima segunda posição, com 266 pontos, um ponto a menos da Botafogo Samba Clube que ficou no grupo. O resultado para a escola foi o rebaixamento para a Série Prata no Carnaval de 2026, fazendo com que pela primeira vez na história a São Clemente desfile na Intendente Magalhães.