Foto Capa: reprodução/settimana news
Por Laryssa Leite
O dia 18 de julho marca o nascimento de Nelson Mandela, líder sul-africano que se tornou um dos maiores símbolos da luta contra o racismo no século XX. A data foi instituída como o Dia Internacional Nelson Mandela pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2009 e reforça a importância da resistência negra em todo o mundo.
Mandela ficou conhecido por liderar o movimento contra o apartheid, regime de segregação racial institucionalizado na África do Sul entre 1948 e 1994. Preso por quase três décadas, ele se tornou o rosto da resistência ao sistema que oprimia a maioria negra em seu próprio país. Sua eleição como o primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994, não foi somente um marco político, mas também um momento histórico que inspirou gerações em outros países marcados por desigualdades raciais, como o Brasil.
Por aqui, o nome de Nelson Mandela é lembrado em movimentos sociais, homenagens públicas e também em espaços de discussão sobre políticas de reparação e combate ao racismo estrutural. Durante sua visita ao Brasil em 1991, Mandela foi recebido com entusiasmo por lideranças do movimento negro e destacou as semelhanças entre a realidade brasileira e sul-africana no que diz respeito à exclusão da população negra.

Embora o apartheid sul-africano tenha sido oficialmente abolido, os reflexos desse sistema permanecem em diferentes partes do mundo. No Brasil, país com a maior população negra fora da África, os dados ainda revelam desigualdades persistentes em áreas como educação, mercado de trabalho, acesso à saúde e segurança pública.
O Dia Internacional Nelson Mandela busca incentivar ações concretas em prol da justiça social. A campanha dos 67 minutos, promovida anualmente pela Fundação Mandela, convida pessoas do mundo inteiro a dedicarem parte do seu dia a iniciativas que impactem positivamente suas comunidades. Cada minuto representa um dos 67 anos de vida pública de Mandela. Mais do que um gesto simbólico, é um chamado à responsabilidade coletiva.
Nelson Mandela representa, até hoje, a possibilidade de transformação por meio da luta e da consciência política. Sua trajetória reafirma que a resistência negra é também uma construção de futuro, sustentada por memória, coragem e organização. Em um mundo onde o racismo continua sendo estruturante, a mensagem deixada por Mandela permanece atual: não há liberdade verdadeira onde houver desigualdade racial.
