Descubra a história do podcast! 

Foto Capa: reprodução/freepik

Por Pedro Cândido

No ano de  2014, nos Estados Unidos, foi criada uma data comemorativa no dia 30 de setembro como Dia Internacional do Podcast. Visando reconhecer e valorizar um formato que mudou de vez a maneira como consumimos informação e entretenimento. O que nasceu como uma iniciativa quase experimental entre fãs de tecnologia se transformou em um fenômeno global, que hoje movimenta bilhões e alcança ouvintes nos quatro cantos do planeta. 

Muitos definem o podcast como a evolução ou uma reinvenção do rádio na era digital. O ouvinte já não depende da grade fixa de uma emissora e pode escutar quando e onde quiser, no carro, na academia, durante uma caminhada ou até no trabalho. A lógica do áudio sob demanda trouxe uma liberdade que combinou perfeitamente com o ritmo acelerado da vida contemporânea. 

Primeiro podcast 

O termo “podcast” apareceu em 2004 em um artigo do jornalista britânico Ben Hammersley no The Guardian. Ele percebeu que a junção de iPods com a tecnologia de blogs e feeds criava espaço para algo novo, como programas de áudio independentes que qualquer pessoa poderia distribuir. 

Naquele mesmo ano, Adam Curry e o programador Dave Winer colocaram essa ideia em prática. Criaram uma forma de distribuir arquivos de áudio pela internet usando RSS, e os primeiros podcasts começaram a circular. Eram conversas simples, gravadas em casa, mas que apontavam para uma revolução. Pela primeira vez, o conteúdo em áudio não estava limitado às grandes emissoras de rádio. 

A chegada ao Brasil 

No Brasil, os podcasts surgiram quase ao mesmo tempo, ainda em meados de 2004 e 2005. No entanto, demorou a se firmar por aqui. Foi o Nerdcast, lançado em 2006, que mostrou o potencial dessa mídia. Criado por Alexandre Ottoni e Deive Pazos, o programa misturava humor, cultura pop e entrevistas, e rapidamente conquistou uma base fiel de fãs. 

Durante anos, os podcasts permaneceram restritos a comunidades da internet. O ouvinte precisava baixar arquivos manualmente ou usar programas específicos, o que limitava o alcance. Essa barreira começou a cair a partir de 2015, quando plataformas de streaming incorporaram os podcasts em seus catálogos. A virada definitiva veio em 2018, quando serviços como Spotify e Deezer passaram a investir de forma agressiva em distribuição e produções exclusivas. 

A partir daí, o Brasil viveu uma verdadeira explosão do formato. Programas jornalísticos como o “Café da Manhã”, da Folha de S.Paulo, consolidaram a credibilidade do meio. Ao mesmo tempo, conversas informais e de longa duração, como as do Flow Podcast, se tornaram fenômenos culturais e ajudaram a popularizar o termo até mesmo entre quem nunca tinha ouvido falar de RSS ou downloads de áudio. 

Acessibilidade e diversidade em podcasts 

Outra marca registrada do podcast é a sua acessibilidade. Com equipamentos relativamente simples, qualquer pessoa pode criar um programa e disputar atenção com gigantes da mídia. Esse caráter democrático fez surgir uma enorme diversidade de vozes e perspectivas. Há podcasts sobre política internacional e sobre receitas caseiras, sobre literatura e sobre futebol de várzea, sobre ciência de ponta e sobre fofocas de celebridades. 

Essa pluralidade é parte da força do formato. Ele dá espaço para narrativas que dificilmente teriam lugar na televisão ou no rádio tradicional, além de permitir que comunidades e nichos específicos encontrem seu público com facilidade. 

O futuro do podcast 

O mercado global de podcasts deve continuar crescendo com publicidade segmentada, contratos de exclusividade e até produções híbridas que misturam áudio e vídeo e apontam para um futuro ainda mais integrado com o restante da indústria cultural. Ao mesmo tempo, o formato consegue manter a sua essência, a simplicidade de alguém contando uma história, compartilhando ideias ou simplesmente conversando. 

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