Por Idries Bulkool Bernstein

A International football Association Board (IFAB) é a organização responsável pela regulamentação e manutenção das regras de futebol ao redor do mundo. Fundada em 1886, por representantes das associações da Inglaterra, Escócia, Irlanda e País De Gales, são, até hoje, em conjunto com a Fédération Internationale de Football Association (FIFA), os responsáveis por discutir novas alterações nas leis do jogo.  

Para que uma mudança ou implementação de uma nova regra seja aprovada é necessário o aval de seis representantes, de modo a não ser possível apenas com o consentimento da FIFA, que conta com quatro votos. Ou dos quatro representantes britânicos, que tem direito a um voto cada.  

Após algumas reuniões ao longo do ano, a IFAB informa as possíveis mudanças, que entram em vigor a partir do dia 1º de junho todo ano, cabendo às federações com campeonatos iniciando antes desta data decidirem se esperam ou não a próxima edição para incorporá-las. Para o ano de 2020, poucas regras foram alteradas. Porém, vale ficar atento, visto que algumas delas são temas discutidos com frequência entre torcedores, jogadores e árbitros. Assim, as alterações já vigentes para este ano são: 

1. Regra 10 – Determinando o resultado de um jogo 

Na regra em questão, foi determinado que um goleiro advertido com cartão amarelo durante uma partida, ao receber um segundo cartão durante uma disputa de pênaltis, não será expulso. Mas como assim? Pois bem, o árbitro relata na súmula como tendo aplicado dois cartões amarelos ao mesmo jogador, mas não o expulsa. Com isso, o goleiro tem menos uma preocupação durante sua missão de tentar salvar o time e avançar na competição, ou ser campeão. 

2. Regra 11 – Impedimento 

Uma das regras mais polêmicas no mundo do futebol de campo, este ano contou com apenas um pequeno esclarecimento. Um zagueiro que tenta jogar a bola, tocando intencionalmente com a mão, acaba por validar um possível ataque de um jogador que estava em posição de impedimento. Portanto, atenção Zagueiros! 

3. Regra 12 – Faltas e Incorreções 

Esta regra, que trata das faltas que ocorrem durante a partida, sofreu algumas mudanças. A partir de agora, o ombro dos jogadores não será mais considerado como mão na bola, portanto, sem infração. Não teremos mais aquela dúvida se tocou no ombro ou no braço do jogador, mas talvez tenhamos que discutir sobre até que ponto se considera braço ou ombro do jogador. Além disso, ano passado foi decidido, para simplificar, que qualquer toque de mão do atacante durante um ataque de sua equipe seria considerado mão, portanto falta. Contudo, essa mão, até mesmo acidental, só será considerada uma infração se logo depois do toque sair um gol, ou uma oportunidade clara de gol. 

4. Regra 14 – Pênalti 

Nesta regra, a partir do dia 1º de junho, o goleiro que se adiantar durante uma cobrança de pênalti, desde que não afete claramente o cobrador, não será advertido caso o pênalti seja perdido ou rebatido sem que ele toque na bola. O árbitro adverte apenas verbalmente, e, caso se repita, aplica um cartão amarelo. Já se forem infrações tanto do cobrador como do goleiro, infelizmente agora, é o atacante que deve ser punido.  

Vale ressaltar que, além dessas mudanças, a IFAB permitiu, em função da pandemia da Covid-19, que sejam realizadas até no máximo cinco substituições durante a realização dos jogos, desde que sejam feitas em até três paralisações. O mesmo já acontecia em jogos de categorias de base e serve como prevenção para jogadores que venham a se lesionar, por conta do tempo afastamento dos gramados durante o período de quarentena. 

Por fim, estas foram as principais alterações nas regras para este ano. Cabe agora esperar pela volta à normalidade do futebol, que vem sendo lenta ao redor do mundo, a fim de observar a aplicação e adequação a esse novo formato e regras, assim determinadas pela FIFA e pela IFAB.