Por Armando Edra e Rodrigo Glejzer
O Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia (CBVP) voltou à ativa com a sexta etapa da competição. Entre os dias 21 e 24 de janeiro, as melhores duplas femininas disputaram uma nova chance de alcançarem o pódio e melhorarem suas posições no ranking nacional. Como a pandemia da COVID-19 ainda não é assunto resolvido, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) continuou com os protocolos sanitários para evitar a propagação do vírus. Desta forma, o público seguiu proibido de ir, presencialmente, ao Centro de Desenvolvimento de Vôlei (CDV) em Saquarema , no Rio de Janeiro, local onde as partidas têm acontecido desde que a competição foi retomada em novembro do ano passado. A transmissão do torneio foi realizada tanto pela própria CBV, durante as fases eliminatórias até as quartas através da Vôlei de Praia TV, como pelo SporTV, responsável pelas semi e final.
Na quinta-feira (21), as duas quadras do CDV foram tomadas por 22 duplas determinadas a passarem pelo qualifying em uma das oito vagas disponíveis. Fabrine/Solange (BA/DF), Dany Neves/Thaís (MS/RJ), Flávia Moura/Bárbara Ferreira (RJ/RJ), Talita Simonetti/Victoria Strehl (CE/RS), Izabel/Teresa (PA/DF), Lucília Rosa/Alana (SP/SP), Thainara/Sandressa (RN/AL) e Ana Luiza/Tory Paranaguá (SC/CE) se classificaram para a fase de grupo e credenciaram-se a enfrentar algumas das favoritas ao título deste ano, como as duplas olímpicas Ágatha/Duda (PR/SE) e Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE), além das sempre regulares Josi/Juliana (SC/CE), Elize Maia/Thâmela (ES/ES) e Tainá/Victoria (SE/MS). A novidade fica por conta da formação de um novo time com Carol Solberg desfazendo sua parceria com Talita, que optou por voltar a jogar com Maria Eliza, e agora jogando ao lado de Bárbara Seixas, até então competindo junto à mineira Rupia.
Logo na manhã do dia seguinte, sexta-feira (22), as 24 classificadas disputaram 16 vagas para as oitavas de final. Para a surpresa de quem assistia, a recém formada dupla entre Bárbara Seixas e Carol Solberg já deu seus primeiros frutos e acabou por conquistar o primeiro lugar da chave ao vencer suas duas partidas por 2 sets a 0 sem ceder nenhum set. Elas foram seguidas de perto por Duda/Agatha (PR/SE), Hegê/Ângela (CE/DF) e Josi/Juliana (SC/CE), que também ganharam sem perder sets, mas acabaram cedendo mais pontos e, com isso, tiveram um PA (coeficiente entre pontos feitos e tomados que serve como parâmetro para desempate) pior do que o de Seixas e Solberg. Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE) e Tainá/Victoria (SE/MS), apesar de também terem vencido seus dois jogos, acabaram perdendo um set e, então, ficaram um pouco abaixo na tabela. Andressa/Vitória (PB/RJ), Thamela/Elize (ES/ES), Rafaela/Jessica (PA/PA), Aline/Neide (SC/AL), Val/Vivian (RJ/PA), Taiana/Paula Pequeno (CE/SP), Carol Horta/Cacá Richa (CE/RJ), Izabel/Tereza (PA/DF), Victoria/Ana Luica (CE/SC) e Verena/Juliana Simões (CE/PR) completam os qualificados.

À tarde, deu-se início às oitavas com Tainá/Victoria batendo Taiana/Paula Pequeno por 2 a 0. O mesmo placar se repetiu nas vitórias de Duda/Agatha e Ana Patrícia/Rebecca sobre, respectivamente, Carol Horta/Cacá Richa e Izabel/Tereza. Bárbara Seixas/Carol Solberg não diminuíram o ritmo e derrotaram Verena/Juliana Simões sem ceder nenhum set. Aline/Neide, a vigésima dupla mais bem ranqueada, foram as zebras da rodada ao conseguirem eliminar Thamela/Elize, posicionadas no décimo segundo lugar e, até então, uma das equipes mais consistentes em todo o CBVP, por um apertado 2 a 1. Andressa/Vitoria, despachando Rafaela/Jessica, e Hegê/Ângela, não dando chances para Val/Vivian, conseguiram vencer por 2 a 0 e garantiram-se nas duas últimas vagas.
O sábado (23) seria dividido entre as quartas, de manhã, e a semifinal, à tarde. Ágatha/Duda se apresentaram para a primeira partida do dia contra Aline/Neide. Favorita ao título, a dupla olímpica não encontrou muita resistência e venceu o jogo em 2 a 0 (21/12, 21/17). Josi/Juliana também foram à quadra no mesmo horário, às 10h, e também não tiveram dificuldades contra Hegê/Ângela (21/14, 21/9). Às 10h50, chegou a vez de Ana Patrícia/Rebecca, outra parceria brasileira candidata à medalha de ouro em Tóquio, entrarem em quadra e serem surpreendidas por Andressa/Vitória, que viraram o jogo e levaram a vaga por 2 a 1 (14/21, 21/18, 15/11). Bárbara Seixas/Carol Solberg foram as últimas classificadas da manhã ao eliminarem Tainá/Victoria em um disputado 2 a 0 (21/19 e 21/17).
Líderes do ranking nacional e vencedoras de três das cinco etapas disputadas do CBVP, Ágatha/Duda entraram como favoritas contra Josi/Juliana pela vaga na final. Mostrando estarem no ápice da performance, a paranaense e a sergipana conseguiram controlar os sets e não abriram muito espaço para que as adversárias conseguissem ameaçar muito na disputa, acabando a partida com um tranquilo 2 a 0 (21/14 e 21/11). Na outra quadra, Bárbara Seixas/Carol Solberg mediram forças contra Andressa/Vitória. O jogo começou acirrado com o primeiro set terminando em 24 a 22 para Seixas e Solberg. O segundo prometia ser igualmente disputado, mas Andressa e Vitória não conseguiram manter o mesmo ritmo do anterior e acabaram atropeladas pelas oponentes por 21 a 13. Barbara Seixas e Carol Solberg conseguiram alcançar a primeira final logo na estreia da dupla, enquanto Agatha/Duda mostravam ser ainda a grande força do circuito.

A primeira dupla a se garantir no pódio, pela medalha de bronze, foi a jovem equipe Andresa/Vitória (PB/RJ), ao vencerem Josi/Juliana (SC/CE) por 2 sets a 0 (21/18 e 21/18). Radiante pela sua primeira disputa por pódio em uma etapa Open, Vitória, de 21 anos, eleita a melhor jogadora da partida, comemorou muito a façanha.

“Eu estou, realmente, muito feliz, muito grata com as pessoas que estão comigo nessa caminhada. A Maguinha (Andressa) me ajudou muito nesse último jogo. Acho que a gente está começando a se encaixar, foi um mês treinando junto, firme. Eu não sei explicar a sensação que estou sentindo. Mas é gratidão. Gratidão por quem esteve comigo, gratidão por ela, pela minha família. Minha primeira semifinal, meu primeiro pódio. É, realmente, incrível, e eu pretendo ganhar muitas vezes ainda”, disse Vitória para a equipe de reportagem da CBV.
Na primeira decisão de 2021, Ágatha/Duda (PR/SE) venceram Bárbara Seixas/Carol Solberg (RJ) por 2 sets a 0 (21/17 e 23/21) em partida equilibrada, porém a dupla campeã sempre esteve no comando da partida. Este é o terceiro título consecutivo e o quarto de seis possíveis na temporada nacional. Além disso, a dupla olímpica reforça sua competência ao chegar em todas as finais disputadas do Circuito. Duda, eleita a melhor jogadora de vôlei de praia do mundo, garantiu mais um título de melhor jogadora da partida em eleição popular.

Com mais uma disputa olímpica no horizonte, Ágatha avaliou como muito boa a sequência do time na temporada. Para a atleta, estar em ritmo forte de competição traz um ganho psicológico importante na busca por outra medalha.
“Para mim, o ganho principal desta constância em que seguimos é o psicológico. O ganho físico será visto mais próximo dos Jogos, e a questão tática a gente ainda precisa jogar com os times estrangeiros para vermos o que pode funcionar. Mas participar destes torneios do Circuito Brasileiro, chegando sempre às finais, é um ganho psicológico enorme. E esta foi a terceira final que ganhamos de forma consecutiva, e, pensando nos Jogos Olímpicos que estão chegando, é um trunfo para nós”, comentou Ágatha ao Sportv.
Cada etapa do Circuito Brasileiro distribui R$ 47 mil às duplas campeãs dos dois naipes (feminino e masculino), e todos os times na fase de grupos são premiados. Ao todo, são distribuídos, aproximadamente, R$ 538 mil por etapa.
Após a disputa do torneio feminino nesta semana, o masculino será disputado na sequência, entre os dias 28 a 31 de janeiro, mais uma vez no CDV.