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Por Carina Mattos
A educação financeira é a teoria e a prática que agrupa a organização do dinheiro, o planejamento de metas, o consumo consciente e a prevenção de endividamentos, que visam proporcionar qualidade de vida e escolhas inteligentes.
No Brasil, essa temática não é muito difundida, principalmente nas escolas, que não possuem o costume de ensinar como o dinheiro funciona e as formas mais indicadas para administrar as próprias finanças. Esse cenário explica de forma clara o motivo de muitos brasileiros chegarem à vida adulta sem noções básicas de educação financeira e, consequentemente, se tornam colecionadores de dívidas e maus investimentos.
Na prática, entender e saber lidar com as próprias finanças permite que as pessoas possam planejar o dinheiro alinhado com seus objetivos, ou seja, saber quanto poupar, onde investir, como se precaver em casos emergenciais, como ter mais rentabilidade e segurança, para assim, atingir a independência financeira tão sonhada pelos brasileiros.
Os desafios para a implementação da educação financeira no Brasil
Durante várias décadas, os brasileiros conviveram com inflações muito elevadas. Na década de 1980, o Brasil se deparou com uma inflação descontrolada de cerca de 330% ao ano, que só ia aumentando conforme o tempo passava. As inflações marcaram profundamente a sociedade, pois as pessoas tinham dificuldade de controlar seus orçamentos e, devido à inflação, a população preferia consumir o dinheiro de forma rápida para fugir de uma moeda que perdia o valor todos os dias. Devido a isso, várias gerações abandonaram completamente o planejamento financeiro.
Além disso, o país também se deparou com um grave problema no Plano Collor, que foi o congelamento dos investimentos, que fez com que muitos brasileiros temessem investir, instaurando um trauma coletivo e falta de confiança.
Como consequência da ausência da educação financeira no Brasil, milhares de pessoas sofrem com problemas de endividamentos, situações de inadimplência e, também, transtornos psicológicos causados pelo excesso de preocupação e estresse.
Em entrevista para o E-investidor, o especialista em finanças Thiago Nigro, afirma que a procura por conhecimento em finanças cresceu ultimamente, mas a educação financeira no Brasil ainda é muito fraca e inacessível, fato perceptível quando olhamos para os índices que apontam que o número de brasileiros endividados só aumenta a cada ano. “O conhecimento é o maior ativo de um ser humano e a educação financeira tem que ser acessível a todas as classes sociais. A educação deve ser uma experiência com excelência, precisamos de uma revolução para que isto seja possível no segmento de finanças, para que as pessoas entendam de que dinheiro é sinônimo de prosperidade e segurança”.
Mas afinal, como ter um bom planejamento financeiro?
Dica 1: Saiba o quanto você ganha e quais são os seus gastos fixos (essenciais)
Dessa forma é possível planejar objetivos e traçar caminhos para alcançá-los de acordo com o seu orçamento, sem utilizar o dinheiro dos seus gastos essenciais e comprometê-lo. Além disso, tendo a visão de “quanto entra” e “quanto sai”, é possível visualizar onde você mais gasta e traçar formas de economizar.
Dica 2: Reduza e, se possível, quite suas dívidas
Ficar livre de dívidas traz a liberdade de usufruir suas finanças alinhadas com seus objetivos. Tire umas horas do seu dia e vá ao banco negociar a sua dívida, diminuindo os juros e as parcelas.
Dica 3: Faça a sua reserva de emergência
A reserva de emergência equivale a 6 meses a 1 ano de seu custo de vida (gastos essenciais mensais). Com a reserva emergencial, caso você fique desempregado, você tem essa segurança temporária para manter o seu padrão de vida sem se endividar.
*A reserva de emergência deve ficar em fundos de investimento com liquidez diária (para que seja possível resgatar a qualquer momento). Podendo estar em CDB’S ou bancos digitais que oferecem 100% ou mais do CDI (Certificado de depósito interbancário).
Dica 4: Separe sempre uma quantia para investir
Calma! Nem todos os investimentos trazem risco! Há muitos investimentos de renda fixa, que não desvalorizam o seu dinheiro e rendem muito mais que a poupança!
Investir parte de suas finanças mensalmente te ajuda a conquistar suas metas de forma mais rápida e mais rentável.
Dica 5: Tenha uma “caixinha” destinada à aposentadoria
Uma das formas mais eficazes de alcançar a independência financeira é não depender da Previdência Pública para aposentadoria. É possível fazer a própria aposentadoria!
3 canais no YouTube com conteúdos gratuitos sobre educação financeira
Me poupe!
Nathalia Arcuri, especialista em finanças, dona do canal “Me poupe” que conta com mais de 6 milhões de inscritos, é a maior plataforma de entretenimento financeiro do mundo e impacta 20 milhões de pessoas através do canal no YouTube, blog e redes sociais.
Nath Finanças
O canal Nath Finanças tem uma linguagem simples e é voltado mais para o público de baixa renda e, também, para quem quer viver sem perrengues. Nath fala de forma leve e divertida sobre finanças e se tornou um fenômeno nas redes sociais.
O Primo Rico
Thiago Nigro, em seu canal O Primo Rico, busca apresentar atalhos para que os investidores (iniciantes e experientes) possam obter retorno na bolsa de valores, além de explicar diversos conceitos sobre educação financeira.