Em live no Instagram, FACHA discute Olimpíadas com Christian Dawes, gerente de comunicação do COB

Foto: Lucas Furtado Isaias (13/08/2016)

Por Luis Mendes

Nesta segunda-feira (31/05) em uma live realizada no perfil da FACHA no Instagram, Leandro Lacerda, coordenador dos cursos de Jornalismo e Gestão Desportiva, recebeu Christian Dawes, gerente de comunicação do COB, o Comitê Olímpico Brasileiro, para falar sobre a preparação para as Olimpíadas de Tóquio e o desafio de participar dos Jogos Olímpicos em um mundo impactado pela pandemia da Covid-19. 

O coronavírus causou mudanças nas datas de diversos eventos esportivos, o principal deles sendo os Jogos Olímpicos que seriam realizados em 2020. Agora, um ano depois do previsto, as Olimpíadas serão finalmente realizadas e, por conta das condições que enfrentamos atualmente, ela acontecerá de uma forma nunca antes vista. Christian Dawes já participou de 10 edições de Olimpíadas, contando os Jogos de Inverno, e os Jogos de Tóquio serão diferentes de tudo que já viveu. 

Logo no início da conversa, Christian explicou por que estas Olimpíadas serão tão diferentes de todas as outras em que esteve envolvido: “A pandemia traz desafios a nossa vida diária e com os Jogos Olímpicos não seria diferente. É uma operação muito grande, já complicada, evento do outro lado do mundo, com fuso horário complicando, aumentando a preparação dos atletas brasileiros, a aclimatação (…) só que em um cenário de incerteza e insegurança trazido pela Covid. A operação muda a todo tempo”. 

Um processo que costuma estar minuciosamente esquematizado com antecedência, neste ano, está sofrendo atualizações o tempo todo para garantir a segurança de todos os envolvidos, de atletas à imprensa: “A gente planeja e vem um novo upgrade de mudanças que o Comitê Olímpico Internacional implementa quanto ao número de testes que devemos fazer, quarentena, quanto tempo tem de chegar antes, e o COB e toda a imprensa têm que sempre se atualizar, conversar muito, estamos fazendo muitas reuniões para entender como podemos ajudar e sabendo que, muitas coisas, a gente só vai entender mesmo quando chegar lá. Temos que estar preparados, com espírito de resiliência, não vai ser uma missão fácil”. 

O esquema de segurança das Olimpíadas de Tóquio vai ser diferente de todos os eventos anteriores. No caso de uma eventual contaminação durante o torneio, atletas podem ficar de fora dos Jogos, evento para o qual estão treinando há cinco anos. Por isso, o cuidado é tão intenso com todos os aspectos dos Jogos Olímpicos: “Só na semana anterior ao embarque, a gente faz três testes de Covid (…) Se os atletas têm a missão de fazer o seu melhor, de trazer medalhas se possível, dessa vez a missão é um pouco maior. Além disso, voltar com saúde, voltar saudável de lá. O COB, como organiza uma equipe de 700 pessoas, 300 atletas mais os oficiais, a gente na comunicação com 20 pessoas vai pensando nesse sentido. O fundamental agora é ir e voltar com saúde, fazer nosso melhor lá. Sem dúvidas, o maior desafio da carreira de todo mundo que tá embarcando nessa, o maior desafio do movimento olímpico”.  

Como se tornou a tendência do mundo em tempos de Covid, o virtual acaba sendo a solução para o contato da imprensa com os atletas. Mesmo cobrindo o evento in loco, os jornalistas terão que falar com os atletas de forma virtual, para manter o risco de proliferação do vírus na menor escala possível: “Estamos jogando muito para o online, como todo mundo teve que se adaptar”, disse Christian. Perguntado sobre novas modalidades inseridas nos Jogos Olímpicos, como skate e surfe, Christian demonstrou otimismo sobre as chances de medalhas brasileiras: “A expectativa é boa, principalmente porque são boas as nossas possibilidades, as novas modalidades nos ajudam nessa batalha pelo quadro de medalha, skate, surfe, o próprio karatê, somos bons nessa brincadeira (…) o surfe fica em uma base um pouco mais afastada, então não é de cobertura tão fácil e tem uma casa própria”. 

Em uma era onde qualquer um pode ser produtor de conteúdo, aliado às dificuldades trazidas pelo coronavírus, nestas Olimpíadas, a comunicação do COB terá que trabalhar produzindo muito também: “Antigamente, a função da comunicação, da assessoria de imprensa, quando eu comecei em Sidney, era ser o intermediário entre a imprensa e a delegação brasileira (…) hoje, a gente já caminha para um mundo de redes sociais, o COB acabou de inaugurar o seu canal olímpico, nosso canal de streaming também, estamos em todas as redes sociais e o COB é o segundo comitê olímpico nacional em presença digital, só perdendo para os Estados Unidos, que é outro patamar e a gente esperar disputar com eles, então a gente produz muito conteúdo, cada vez mais nosso trabalho, além de fazer esse meio-campo e blindar a delegação, é também produzir muito conteúdo (…) e prover esse conteúdo para os grandes veículos de comunicação também. Então, se as TVs não podem entrar na casa do surfe, a gente vai produzir esse conteúdo e espalhar para todos esses veículos de comunicação também”. 

Os Jogos Olímpicos de Tóquio serão históricos. Uma edição de Olimpíadas como nunca vimos anteriormente, em um mundo nos tempos do Covid-19. A crise mais importante de uma geração trouxe desafios e mudanças drásticas para a sociedade e as Olimpíadas realizadas neste contexto serão os Jogos Olímpicos mais desafiadores de todos. 

Você pode acompanhar a live aqui:

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