Tatiana Lopes é bicampeã estadual, bicampeã sul-americana e tetracampeã brasileira 

Foto de capa: arquivo pessoal  

Por Yago Souza  

Tatiana Moreira Lopes, 19 anos, moradora do Rio de Janeiro, é bicampeã estadual, bicampeã sul-americana e tetracampeã brasileira de patinação no gelo. Atualmente, está cursando faculdade de medicina. 

Com 8 anos, após uma amiga recomendar as aulas de patinação no gelo, Tatiana entrou na aula experimental e adorou o esporte. Ela fala sobre o que sentia no início, “quando comecei a praticar, me sentia tranquila, como se quando eu patinasse eu esquecesse dos problemas que eu tinha do lado de fora da pista, eu ficava só focada ali. Me deixava aproveitar até os dias que eu estava mais estressada, por conta disso que eu adorei a patinação”. 

O esporte é bem lesivo, a jovem diz que tem várias amigas que já quebraram ou torceram alguma parte do corpo, e uma das coisas mais típicas é cortar o queixo. Ainda completa que nunca se lesionou e se considera uma pessoa sortuda por conta disso. 

Tatiana diz que sua trajetória no pré-vestibular em 2019 foi muito corrida, pois saia da escola direto para o treino e chegava em casa muito cansada, “foi muito difícil passar em medicina sendo atleta, porque eu tinha uma rotina muito pesada, acho que por conta desse fato que eu não consegui passar para uma faculdade federal, pois realmente eu não dividia um tempo exclusivo para o estudo”. 

Por causa da faculdade de medicina, a atleta só consegue treinar aos sábados, em torno de quatro horas, no parque shopping Jacarepaguá, pela técnica Simone Pastusiak. 

Sua categoria depende do campeonato, pois tem regulamentos diferentes, no Sul Americano, já competiu no avançado, e no Brasil, no intermediário. Por causa da falta de atletas masculinos em patinação no gelo, Tatiana não consegue competir em dupla, então pratica apenas na categoria solo. 

Tatiana indo para o Sul Americano na Equador/ foto: arquivo pessoal  

A patinadora fala sobre seus sentimentos, “antes de entrar na pista para competir é um sentimento muito angustiante, como se eu quisesse me livrar daquilo logo, eu ficava muito nervosa, mas quando começava a minha música eu relaxava. E como se eu não conseguisse enxergar para fora da pista, meio que minha visão embaça, parece que só tem eu ali, então eu fico curtindo e aproveitando tudo aquilo, e quando acaba é realmente muito bom, sinto que tudo valeu a pena”. 

Para entrar na seleção brasileira de seu esporte, a jovem diz que não é difícil, pela falta de atletas, sendo apenas obrigatório participar dos campeonatos brasileiros e pagar a taxa anual para a delegação, dessa forma pode participar de grandes competições dentro e fora do país. 

Segundo Tatiana, quando mais nova, sonhava em participar das Olimpíadas, mas depois de ver a realidade do esporte no Brasil, esse campeonato saiu de sua cabeça, “eu antigamente não conhecia muito bem os níveis da patinação, e por conta disso eu tinha o sonho de ir para as Olimpíadas, mas é um nível muito elevado, aqui no Brasil infelizmente não tem incentivo à patinação, então é muito difícil você chegar. A única brasileira que competiu nas Olimpíadas é a Isadora Williams, que treina e nasceu nos Estados Unidos, só é considerada brasileira por conta de sua mãe, ela só conseguiu pelo fato de ter todos os recursos e incentivos, coisa que infelizmente no Brasil não tem. Então isso me desmotivou muito a tentar ir às Olimpíadas”. 

Dia em que Tatiana se consagrou tetracampeã brasileira/ foto: arquivo pessoal 

A jovem fala sobre a visibilidade no esporte dentro do Brasil, “eu queria que o esporte tivesse mais destaque, pois é um esporte muito bonito e divertido. Em outros países esse esporte tem um grande destaque, como Estados Unidos e diversos países da Europa, tendo um papel muito importante, e no Brasil sinto que só dão olhos ao futebol, vôlei e handebol, mas tem vários outros esportes não só patinação que têm vários atletas e que não dão tanta importância”. 

Sua maior inspiração dentro do esporte é sua técnica Simone, que foi a primeira patinadora no gelo do Brasil a competir internacionalmente, representando o país ao participar da Universíada de Inverno de 2007 e fora do esporte são seus pais, que sempre foram seus maiores apoiadores no esporte e nos estudos.  

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