Depois da célebre brincadeira “Eu nunca seria professor”, Fábio Candido tem muito carinho pela arte de ensinar

“Eu estava na sala, hoje a sala 12, assistindo uma aula de Estética e História da Arte […] eu falei assim ‘Eu nunca seria professor!’ em 1998. […] o que aconteceu? Eu virei professor e eu dei aula desta disciplina”

Por Mariana Braga 

O entrevistado da semana para a série de reportagens do Em Todo Lugar é o Fábio Candido. Estudou entre 1996 e 2000 na FACHA, o professor faz parte do corpo docente da instituição desde 2007. Teve experiência em jornais como LANCE e Tribuna da Imprensa antes de lecionar. Hoje atua à frente de disciplinas de cunho teórico e algumas mais técnicas na faculdade. 

Durante o período que estudou na FACHA nunca passou pelos pensamentos de Fábio a ideia de se tornar professor. Ele até brincou “Eu estava na sala, hoje a sala 12, assistindo uma aula de Estética e História da Arte […] eu falei assim ‘Eu nunca seria professor!’ em 1998. […] o que aconteceu? Eu virei professor e eu dei aula desta disciplina”, como ele mesmo gosta de dizer “a vida é isso, a gente não planeja”. Assim que se formou em Jornalismo começou a trabalhar em redação e, apaixonado por teorias e estudo, logo foi estudar Filosofia na UFRJ. Foi quando a ideia surgiu pela primeira vez. 

A mudança de carreira aconteceu no tempo certo para Fábio. O gosto pelo estudo e o interesse em estar na frente do quadro cresceu de forma natural e até hoje ele tem carinho pela profissão que escolheu. Segundo ele, o ambiente na faculdade desde a época de sua juventude sempre foi muito acolhedor, contava com muitos professores excelentes durante sua formação e ensinar no mesmo lugar foi como ver tudo de outra maneira, pois agora ele estava com experiência de trabalho no local. E ainda teve o prazer de ser colega de trabalho dos professores que lhe deram aula. 

Com mais de 20 anos de FACHA, Fábio descreveu as diferenças neste meio tempo. Os computadores estavam começando a serem implantados no Laboratório de Informática no final dos anos 1990, ele lembra bem de como era a luta para conseguir ficar com um. A tecnologia ajudou o ensino e hoje os alunos podem fazer uso de três laboratórios bem equipados. E ressalta como ela foi primordial nesse momento de pandemia. Porém, a tecnologia também modificou o mercado durante o seu tempo de atuação e foi desfavorável para o jornalista na visão do professor. O ponto negativo foi o acúmulo de função para o repórter, provocando o desemprego de muitas áreas. Funções como cinegrafistas, motoristas e fotógrafos foram sendo desligadas e apenas uma pessoa faz todas elas. “A gente tem que entender que tecnologia ajuda, mas também tem lá um interesse econômico” disse.  

Uma melhoria para o estudante de hoje foi o surgimento das palestras e eventos que acontecem na instituição. Muito importantes para os alunos se interessarem mais pela faculdade e ampliar a qualidade de ensino. Na sua juventude de FACHA a maioria das atividades era cultural. Fábio disse que levar um profissional atuante no mercado, especialista para falar com os alunos é algo que foge de sua época. Até o momento de sua formatura ele lembra que os eventos culturais foram muito ligados à música, com artistas muitos famosos como Lulu Santos já tendo tocado por lá. 

Sobre sua relação com os alunosFábio sempre os alerta para não ficar apenas com o ensino da sala de aula, os professores dão uma ferramenta e cada um deve se questionar ao seu modo, explorar a leitura e buscar mais respostas. Além disso, falou para nunca deixarem de perseverar, mesmo com a crise mundial e a crise política que o Brasil se encontra, manter as ideias firmes é essencial. “Em tempos de pandemia ou não, o aluno hoje é alguém que tem que ser mais crítico […] É alguém que não deve ir para a faculdade hoje pensando em fazer o básico […] Ele deve crescer culturalmente” ele diz isso não só para os seus alunos, mas deixa como mensagem para todo estudante universitário. 

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