Por: Bárbara Scarpa
Arte: Letícia Ponso
Na semana passada, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, postou em seu Twitter uma lista dos seus filmes prediletos de 2020. Dentre eles, estava o filme brasileiro Bacurau dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que tem um total de 9 prêmios, sendo 6 prêmios no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, como Melhor Direção, Roteiro Original, Longa-Metragem de Ficção, Efeito Visual e Montagem. Por isso, nós do Em Todo Lugar perguntamos para os nossos colaboradores de Cultura quais eram seus filmes preferidos da vida e descobrimos muitos filmes em comum.
Para a estudante de Jornalismo, Valentina Sulam, de 24 anos, os seus filmes favoritos são Titanic e Harry Potter. Quando assistiu Titanic pela primeira vez, ela tinha sete anos e se apaixonou, “ a história do naufrágio é fascinante e o filme de James Cameron é primoroso, repleto de nuances e rico em detalhes como nenhum outro. A produção teve um orçamento superior à construção do próprio navio, e, sem dúvida, foi a paixão do diretor que tornou o projeto tão cativante. Comprometido com cada etapa do processo, as imagens reais dos destroços foram feitas em expedições no fundo do Atlântico lideradas por Cameron, que também é responsável pelos desenhos do personagem de Leonardo DiCaprio. Embora o casal principal seja fictício, o romance convida o público a vivenciar toda a experiência, enquanto o roteiro foi pensado para honrar o destino e a memória das vítimas. A trilha sonora original é um espetáculo à parte. Ela nos faz mergulhar naquele universo e sentir cada pedacinho da história como se fôssemos parte dela”.
Os colaboradores do Em Todo Lugar têm gostos distintos e nós não deixaríamos de colocar as dicas sugeridas por eles. Para o estudante de Jornalismo, Armando de Matos, de 28 anos, o filme que marcou sua adolescência foi Rocky Balboa, “na época, tinha 14 anos de idade e sofria bullying no colégio em que estudava, cheguei até a ter crises de ansiedade e quase entrei em depressão, sim quase, pois acredito que a frase mais marcante desse filme, quando Rocky Balboa dá uma lição de moral ao filho que se achava um fraco e uma sombra diante dele, me deu forças para enfrentar os desafios que vivi naquele momento de minha vida e não desistir nunca dos meus sonhos”.
Filmes em geral podem significar e representar algo muito importante para quem assiste. É notório nos relatos dos colaboradores o que cada filme representa na vida deles. E podemos ver que os filmes, além de fazer parte da nossa cultura, funcionam não só como uma válvula de escape, mas também como uma ferramenta preciosa para ajudar a lidar com conflitos.
Muitos longas nos ensinam bastante sobre a vida, a valorizar quem você gosta e poder melhorar suas percepções de uma história. Como foi o caso da colaboradora e estudante de Jornalismo da Facha, Rafaela Alves, que escolheu Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban sendo um dos seus filmes favoritos, “ assisti pela primeira vez esse ano, e foi muito marcante pra mim. Meus filmes favoritos ao longo da vida são os que me marcaram naquele período específico. Eu amo todos os filmes de HP, mas pra mim esse é o mais interessante. Nessa saga, e nesse filme, eu aprendi lições que me ajudaram a pensar sobre a vida num momento difícil. Nesse filme, Harry tem um encontro com seu padrinho Sirius Black, o personagem que mais traz o significado de família pra Harry. O valor da amizade e da família me abrem os olhos pra entender que no final, o amor que temos por essas pessoas nos guiam nos momentos escuros. Entendo que vale a pena lutar pelo que acreditamos e por quem amamos. Entendo sobre amor sacrificial. O que, na minha realidade, me abre os olhos pra entender o amor de Deus pela humanidade através de Jesus. E acho que por Harry Potter ensinar tudo isso em meio à um cenário mágico e fictício, o aprendizado vem em forma de uma super aventura, o que torna tudo tão interessante e apaixonante”.
O estudante de Jornalismo e também colaborador do Em Todo Lugar, Idries Bulkool, acrescenta sua dica preferida, o filme francês Os Intocáveis de 2011, “ eu vivi uma época de muita relação com a cultura e povo francês. Recebia franceses em casa, assim como fiz intercâmbio por 4 meses na França, morando com 10 famílias francesas diferentes. Nesse sentido, o fato de o filme ser francês já me marcou”.
Ele ressalta que “outra coisa engraçada é que o ator principal do filme, além do cadeirante, na minha cabeça era o ator Idris Elba, que tem o mesmo nome que o meu. A verdade é que eu fui descobrir muitos anos depois na verdade se trata de Omar Sy, mas a minha memória continua até hoje vendo ele como meu xará”.
Um outro motivo importante para ele foi “a temática do filme. A narrativa e a relação de cuidado entre os dois atores principais foram incríveis. E como muita coisa não é por acaso, alguns anos depois de ver o filme pela primeira vez eu fui fazer um trabalho voluntário com pessoas deficientes na Alemanha, e sempre levo esse filme como inspiração pro trabalho que realizei lá. O filme me ensinou a ter empatia com o diferente, tratá-lo como se fosse qualquer outro e reconhecer e focar mais no que as pessoas têm de melhor, ao invés de ver o estranho/diferente como algo ruim, afastando de si… O filme é uma obra prima e eu não consigo parar de chorar ele todo, principalmente com o final, mas não vou dar spoiler que é melhor vocês assistirem”!
E por estarmos de quarentena, o consumo de filmes também cresceu na pandemia. Segundo a matéria da Forbes e dados da pesquisa recente da Conviva, empresa especializada em inteligência integrada de dados, os serviços de streaming cresceram 20% globalmente em março em comparação com os números de duas semanas anteriores. Na América Latina, os números saltaram 26,6% no período observado. No Brasil, a plataforma Telecine Play foi além: registrou um crescimento de 400% no número de cadastros e um aumento de 100% no número de filmes assistidos desde o início da quarentena.
Não é à toa que estamos consumindo mais filmes e séries, com o isolamento social, a alternativa para se distrair e se entreter são as plataformas de streaming. Vinicius Venancio, estudante de Publicidade e Propaganda da Facha e um dos colaboradores de cultura, revela que seu filme favorito é O limite da traição, disponível na Netflix.
Ele declara que “sem dúvidas é melhor filme que assisti, por dois motivos. O primeiro é que sempre gostei de filmes de suspense e o segundo é que conta uma história super interessante de quebra de preconceitos e até mesmo alerta sobre a maldade que existe no mundo, onde as vítimas são sempre pessoas frágeis e carentes. O longa conta a história de Grace, uma mulher de mais de 40 anos, recém separada e carente, que conhece um rapaz mais novo e começa a se apaixonar por ele e por tudo que fazia por ela, eles se casam e de repente ele muda com Grace, quando ela percebe que ele não era o que pensava, é tarde demais. Ele já tinha roubado o dinheiro da empresa onde Grace trabalhava e acabado com a vida dela. Grace é presa, pois ninguém acreditava na história que ela contava e a única salvação de Grace era uma defensora pública inexperiente. O filme te faz acreditar que não vai dar certo e que Grace vai ser condenada por um crime que não cometeu, desperta o preconceito que temos de que uma pessoa sem experiência não pode ser boa o bastante para aquele trabalho. Entretanto, o final, além de ser emocionante, mostra que podemos dar a volta por cima, mesmo quando estamos sem esperanças e que uma pessoa sem experiência pode ser um bom profissional”.
Os colaboradores indicaram vários filmes preferidos, entre eles: