Guia da temporada 2020/2021 da NBA – Conferência Leste/Divisão Sudeste

Por Armando Edra e Caio Moreno 

A última parte de nosso guia é representada pela Divisão Sudeste da Conferência Leste, que é recheada de calouros com muito potencial para surpreenderem nas próximas temporadas. O Miami Heat cresceu o seu nível de jogo e foi capaz de chegar às finais da “bolha”, além de continuar sendo a principal equipe da divisão. Outro time que foi para os playoffs foi o Orlando Magic, que deve continuar na briga por uma sétima ou oitava vaga, mas tem um caminho difícil adiante depois da confirmação de que seu principal armador, Markelle Fultz, está fora da temporada por uma grave lesão no joelho. 

Atlanta e Charlotte são duas equipes que, certamente, irão crescer nesta temporada a ponto de brigarem por vaga na fase decisiva. Os Hawks têm um grupo bem montado que precisa se provar na Liga e que é liderado pelo jovem armador Trae Young, um possível sucessor de Stephen Curry como o principal arremessador de três pontos. Já os Hornets possuem o calouro do momento, LaMelo Ball, demonstrando ser uma peça fundamental na rotação do elenco. Em Washington, também temos muitos calouros com potencial, mas o time ainda não engrenou, e isso pode custar caro para quem busca uma vaga nos playoffs

Atlanta Hawks (20-47) 

As bolas de três pontos de Trae Young devem continuar sendo a arma principal de Atlanta, mas, para chegar aos playoffs, o resto da equipe precisa de um salto de qualidade – Foto: Quinn Harris/USA TODAY Sports 

Potencial quinteto inicial

PG: Trae Young  

SG: Bogdan Bogdanovic 

SF: Cam Reddish 

PF: John Collins 

C: Clint Capela 

Atlanta foi um dos times que melhor se reforçou na intertemporada. As adições de Gallinari e Bogdanovic ao quinteto inicial elevam o patamar do time e transformam-no em sério candidato a uma das oito vagas nos playoffs podendo, inclusive, conseguir um mando de quadra. Outro ponto é o banco de reservas encorpado. A chegada do armador e atual campeão Rajon Rondo dá ao time um líder qualificado e experiente na segunda unidade e um mentor importante para Trae Young. Danilo Gallinari já confirmou que sairá do banco nesta temporada, dando aos reservas uma ótima arma ofensiva. Kris Dunn, armador que não correspondeu às expectativas desde que foi selecionado na quinta posição do Draft de 2016, pode se encontrar na franquia e tornar-se uma peça importante na segunda unidade. É esperado que Cam Reddish e De’Andre Hunter consigam dar um grande salto de produtividade no segundo ano na Liga, e que o pivô Onyeka Okongwu, selecionado na quarta posição do último Draft, cause um bom impacto vindo do banco. Não se pode esquecer de Kevin Huerter, outro importante jogador do time. 

É difícil prever qual será o quinteto titular de Atlanta, pois alguns jogadores neste potencial line-up destacam-se pelo ataque tendo, na defesa, o ponto fraco de seus jogos. Talvez, por este motivo, Gallinari saia do banco. É esperado que Atlanta melhore o seu jogo e o seu recorde, de forma considerável. É discutível se não foi o time que melhor se reforçou na temporada. Durante a competição, precisará achar um equilíbrio entre o forte ataque titular e a boa defesa reserva. Se conseguir, será forte candidato ao mando de quadra. 

Charlotte Hornets (23-42) 

LaMelo Ball já fez história na NBA, mesmo sendo a primeira opção no banco, ao ser o jogador mais jovem a marcar um triplo-duplo (22 pontos, 12 rebotes e 11 assistências) contra o Atlanta Hawks – Foto: Tim Nwachukwu/Getty Images 

Potencial quinteto inicial: 

PG: Terry Rozier 

SG: Devonte’ Graham 

SF: Gordon Hayward 

PF: PJ Washington 

C: Cody Zeller 

Charlotte, mais uma vez, não conseguiu chegar longe na temporada passada. Os Hornets não ganham uma série de playoffs desde 2002, quando bateram Orlando e perderam na semifinal da conferência para o New Jersey Nets, hoje Brooklyn Nets. Desde então, são apenas três aparições na pós-temporada, mesmo estando na fraca Conferência Leste, onde times com recordes negativos, frequentemente, se classificam aos playoffs.  

Para mudar isso, a franquia vem tentando ser mais agressiva no mercado nas últimas temporadas. Como é de um mercado menor, é mais difícil atrair agentes livres, o que acaba levando Charlotte a pagar mais do que deve a alguns jogadores. Na edição passada, quatro atletas ganharam 14 milhões ou mais. São eles: Batum, Rozier, Cody Zeller e Biyombo. Nenhum jogador tinha tido uma temporada de, pelo menos, 15 pontos durante a carreira antes de se juntar à franquia (Batum teve média de 15.1 PPJ na temporada 2016/2017, a sua segunda em Charlotte, e Rozier teve 18 PPJ no último ano, o primeiro dele no time). O nome da vez é Gordon Hayward. Ele vai ganhar, em média, 30 milhões por ano durante seus quatro na equipe.  

Os Hornets esperam que Hayward seja o cara da franquia. Ele será o jogador mais experiente do elenco, mesmo com apenas 29 anos. Caberá ao ex-celta guiar os jovens aos playoffs. Alguns deles mostraram grande potencial na temporada 2019/2020, casos de Devonte’ Graham, PJ Washington, Miles Bridges e Malik Monk. Graham já tem 25 anos, mas esteve apenas em seu segundo ano na Liga. Soma-se a eles a terceira escolha do Draft LaMelo Ball, que já se tornou o jogador mais jovem da história da NBA a alcançar dois dígitos em três fundamentos diferentes. Para ter chance de chegar aos playoffs depois de cinco anos, estes nomes precisam fazer jus à expectativa e melhorar, consideravelmente, o ataque, pior da Liga com apenas 102.9 PPJ. Será um ano de desenvolvimento, e este time pode se tornar bem competitivo em alguns anos. 

Miami Heat (44-29) 

Jimmy Butler subiu de patamar ao levar o Miami Heat de volta a uma final da Liga, e a meta é, desta vez, conseguir o quarto título da franquia – Foto: Reprodução/Miami New Times

Potencial quinteto inicial: 

PG: Goran Dragic 

SG: Duncan Robinson 

SF: Jimmy Butler 

PF: Maurice Harkless 

C: Bam Adebayo 

Vice-campeão da última temporada surpreendendo a todos, agora Miami chega com os holofotes apontados para o time. Com a saída de Jae Crowder, a equipe perdeu uma peça importante para a rotação e um atleta que respirava a mentalidade da franquia. Esta será a segunda temporada de Tyler Herro e Kendrick Nunn, jogadores que, como novatos, impressionaram os torcedores. Nunn perdeu espaço na pós-temporada, enquanto Herro fez o caminho oposto, tornando-se um dos jogadores para se ficar de olho durante os próximos anos. 

A defesa e o jogo físico são armas do Heat. Talvez, por conta disso, a franquia decidiu abrir os cofres e pagar Adebayo, All Star e exímio defensor, já que pode defender tanto jogadores mais rápidos, quanto jogadores mais altos. Avery Bradley saiu do campeão para agregar a esta mentalidade defensiva. Duncan Robinson se consolidou como um dos melhores arremessadores de três da Liga. Cabe aos experientes Butler e Dragic comandarem o elenco a mais uma final. 

Orlando Magic (33-40) 

Markelle Fultz está fora da temporada após grave lesão, e caberá ao calouro, Cole Anthony, ser o armador titular de Orlando – Foto: Reprodução/NBA

Potencial quinteto inicial: 

PG: Cole Anthony 

SG: Evan Fournier 

SF: Dwayne Bacon 

PF: Aaron Gordon 

C: Nikola Vucevic  

Orlando, apesar do recorde negativo quanto ao saldo de vitórias/derrotas na temporada regular, foi até os playoffs na edição passada. A franquia sofreu um contundente 4 a 1 dos Bucks, mas deu mostra de ótimo basquete no primeiro jogo e em algumas partes da série. O time é repleto de jogadores jovens e com enorme potencial, porém com sério histórico de lesões. Markelle Fultz, escolha número um em 2017, teve problemas no ombro e ainda não justificou a escolha tão alta (originalmente escolhido por Philadelphia). Jonathan Isaac e Mo Bamba são outros dois nomes que sofrem com contusões. Isaac está fora da temporada e Bamba deve voltar forte neste ano. 

Cole Anthony foi a 15ª escolha do Draft e tem talento de sobra para causar impacto nos próximos anos, mas precisará provar-se logo em sua temporada de estreia devido à grave lesão de Fultz. Vucevic e Gordon formam uma das melhores duplas de garrafão da NBA. A defesa foi a quinta melhor em pontos cedidos na temporada regular de 2019/2020, com 108.3 PPJ. O ataque foi o sétimo pior, marcando apenas 107.3 PPJ. Caso consiga equilibrar esta balança, Orlando se tornará um time para brigar na pós-temporada. 

Washington Wizards (25-47) 

Bradley Beal e o recém-chegado Russell Westbrook são os encarregados de liderarem um Wizards repleto de jovens. Resta saber o quanto esses calouros conseguirão se desenvolver nesta e nas próximas temporadas – Foto: Rob Carr/Getty Images 

Potencial quinteto inicial: 

PG: Russell Westbrook 

SG: Bradley Beal 

SF: Rui Hachimura 

PF: Davis Bertans 

C: Thomas Bryant 

Os Wizards aparecem como fortes candidatos a conseguirem uma vaga na pós-temporada. A franquia mandou John Wall para Houston em uma troca que enviou Westbrook para a capital. Wall teve sérios problemas de lesão nos últimos anos, e os Wizards acharam melhor, para as duas partes, uma mudança. West chega para fazer dupla com Beal e tentar retomar a velha forma de MVP. Hachimura tem tudo para evoluir bastante em seu segundo ano na Liga. Thomas Bryant também é novo e já apresenta bons números. Davis Bertans se consolidou como um dos melhores chutadores de três da NBA. É um time titular bem interessante. 

Outro jovem, Deni Avdija, nona escolha do Draft, promete ser um bom pontuador vindo do banco. Provavelmente irá oscilar, por conta de seus poucos 19 anos e de estar estreando na principal Liga do mundo, mas é alguém para ficarmos de olho no futuro. Washington teve o sétimo melhor ataque (114.4 PPJ) em 2019/2020, porém a defesa foi a segunda pior, permitindo quase 119.1 PPJ. É preciso melhorar também nos rebotes: o time foi o 28º, com 42.0 RPJ. O banco ainda carece de bons nomes, mas é um dos postulantes a uma vaga nos playoffs

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